sábado, 29 de maio de 2021

Sobre Livre Arbítrio




O que fazer quando

não se sabe o que fazer?

O que dizer quando

não se consegue se mover.

Pensar e lembrar:

não temos controle do futuro,

mas apenas do presente.

Só depende de nós

Temos livre árbitro.

Dizer que o presente

não depende

só da gente

é uma bela desculpa

para a covardia...

Culpar o outro

por sua inércia

é querer tirar

a sua própria responsabilidade

na construção do seu momento.

Assim, cada um leva a vida

como bem quiser

ou bem puder,

pois sempre há

tempo a perder...

 

Salvador, 10 de janeiro de 2021.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

O crivo do não saber da falsa esperança

                                            



A vida  criva o agrado da falsa esperança em um fardo pesado, que nem  alça de uma calça que não laça. 

A impostora, a  mentirosa,  a farsante ou hipócrita falsa esperança.  

A ânsia do ancorar no Lar que leva a um destoar. 

Um aborrecimento, uma mentira ou tirania. Eis o crivo do livro vivo que construímos em uma falsa esperança do não saber.


Que guiado e liderado  pelo o sonhar que nos criva. 

Da incógnita cotidiana  do sonhar ou não sonhar? 

Acreditar ou não acreditar, para o  medo de nós arranhar e nos ferir no ir. 


Não vamos ancorar se não sonharmos. 

Não vamos acompanhar o marchar da maré. 

Não vamos nem ao menos ter lido o livro do não saber

Mas se for um houver do muro sem lucro. 

Das  as alegrias… 

das  alegorias das falácias que não devem ser cogitadas, digitadas, lidas e escritas. 

Das idas às ideias inobsoletas das Borboletas das letras da falsa esperança.

 


Mas, se não sonhar não teremos vivido o livro.  

Do amada do nada. 

Do rechear do cheirar do lar 

Do avistar até aterrar em uma terra do além mar

Para que o amarrar do amar, se torne lar. Eis, o livro do não saber do escrito, digitado ou cogitado.


O que fizeram, o que eu fiz e para onde fui. 

É foda, a cabeça lota em quotas de devaneio. 

Sujeira que me jogaram, amarraram e me deixaram em uma mar uivante de Abrantes.  

Não se iluda com a forma lúdica da localidade airosa, porque não existe rosas sem espinhos, nem que se for no pinho do seu ninho. 

Não importa a forma, a sonata está perdida em uma ida sem partida, mas com chegada aonada mais me consola.  


As solas nem estão gastas em lascas. Mas já sei que não há nada mais. 

Porque não há? 

Porque eu já disse, me sujaram, amarraram e me jogaram no meio do nada e eu não sei nadar, nem ao menos andar no desconhecido. 

Não sei que lugar é esse, 

Não sei se tenhas o nobre e o pobre, e se eles se importam em ouvir os meus pensamentos confusos tontos pela… a maré.   

A porta parece  torta,  cheias de discursos  de nenhures. Porque, donde eu veio pelos devaneios, não conheci achar meios a abrir. 


A cabeça tida madura, já sabe que a vida  é assim, dura igual uma pedra, que  que  esmurra em uma algazarra de sentimentos. 

Uma verdadeira surra de  momentos e tormentos em só lamentos. 

Não se engane ou encane, dizem que é apenas uma pane no sistema. 

Urge então a necessidade de saber, para não beber na fonte da ignorância, porque a ânsia em uma direção de uma ação, que nasce naquela  idade.

Naquela idade, em que você não vê as coisas do jeito que antes via. 

Você de per si, sabe que  a vida é assim, no sim ou no não, sempre serei o anão da pirâmide. 


Ahhh, se eu pudesse ja ter descobre está chave mestra para concertar ou atar os nós do que já se foi. 

Aos  amigos que você tem que não ligam, 

o  sinal de pane aparece e você não amanhece 

É, no verso da canção, no abrir da chave, que a ave ligeira já sabe antes  que você, que é só ela e mais nada. 

Não existe amor no clamor da dor de um sociedade doente. 

Quem fala que sim mente, pela  simples mediocridade que transforma a terra em letra de funeral. 

Não existe compaixão, nem paixão. 

Não existe nada além dessa vida, porque na ida, você sabe que  somos meros passageiros prestes a partir. 

Desligue os castelos do tetris, que moldam quem está certo ou errado na peça de encaixe, desligue a máquina, desligue a cina.  

Porque nada importa, nem a forma, nem o como e o porque.


O Turbilhão em um bilhão de reações. 

A falta de quem  não tem alta, por um amor verdadeiro, sincero, companheiro na jornada da vida, nem que se for para uma ida sem partida.

Incógnita que Incomoda, quase coca, roça a aguça por resposta. 

O meu eu tosta, queima, chamusca a sina da mina  da ocitocina com a dopamina. 

Não hesita, nessa usina de toxina a saber. 

Mas, quem me  dera saber a resposta para essa incógnita que me habita que não hesita. 


Quem me dera  as respostas, se nem sei quais são as perguntas, que me perfazem. 

É nessa usina, que ser zem não me fazem ir além do óbvio. 

Mas que me dera saber o que meu corpo quer beber? Se é nessa usina de ocitocina com dopamina que eu vivo até ir ao além, nem se for sem ou com a resposta. 

A incógnita nitra o que sei lá eu sou, só sei que zem eu não sou, nem com serotonina eu sou. 

Sou eu, um bilhão de reações sem lições de moralidade e eticidade.  

Sou eu quem caminha nessa mina de toxina e paixão em uma mansão sem uma lição a te dar.

Nem mandar a onde andar, porem a quem lhe vem apenas excitar o meu eu até onde for, nem que se for sem alem a algo que nem existe.

Sou eu turbilhão em um bilhão de reações com ações, sem lições, mas com desejos e medos.




Vitor Henrique

quinta-feira, 27 de maio de 2021

De Supetão

 



De supetão,

joga-se tudo para cima,

muda-se a programação,

arrisca-se fazer o inédito

 

De supetão,

muda-se o clima,

o humor

e a disposição

 

De supetão,

sai-se de casa,

abandona-se um lar,

busca-se uma saída

 

De supetão,

toma-de coragem

para fazer o que

nunca se fez na vida.

 

Salvador, 09 de janeiro de 2021.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Com os quatro elementos


                                        
                    



Eu preciso mergulhar nos meus abissais
Deixar-me confrontar com os recifes
Ir à crista
Me quebrar
E me render


Eu preciso alcançar a rocha oculta
Fragmentar, em seixos, a culpa
Reagir
Confiar
E transcender


Eu preciso do furacão de vida
A redesenhar meus sentimentos
Entender o meu momento
Tornar-me brisa
E amanhecer


Eu preciso da larva quente do desejo
Que se acende com um beijo
Se é chama, que queime o meu peito
Gerar fumaça e fogo
E, só assim, dizer amar você.


Negra Luz


terça-feira, 25 de maio de 2021

Hoje, acordei mais feliz

 



Hoje, eu acordei mais feliz...

Redescobri uma alegria

que há muito não sentia.

 

Hoje, eu acordei mais feliz...

A esperança de não perecer

renasceu com o amanhecer

 

Hoje, eu acordei mais feliz...

Voltei a acreditar

que vale a pena esperar

 

Hoje, eu acordei mais feliz...

Não preciso de nada externo

para mudar o que é interno

 

Hoje, eu acordei mais feliz

E tenho a certeza que aquece o coração

de que não estou condenado à solidão

 

Hoje, eu acordei mais feliz!

 

Salvador, 15 de janeiro de 2021.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Eu sinto a sua dor

 




Tô ferida,

Sangrando,

Questionando do meu corpo a culpa,

Me sentindo só,

Com medo das sombras,

Sentindo o calafrio das suas lembranças,

Revivendo os seus horrores.


Toda a minha dignidade 

Mutilada em pequenos golpes incompreendidos:

“Tira esse sorriso do olhar”

“Qual a sua senha”

Ou a um só: mortal, viceral, anal, brutal, oral, desconsensual.


Tudo sem na pele ter sentido.

Se quem sofreu foi uma mulher,

Eu, mulher, sofro com tudo isso

E é, também, minha a sua dor.


Dor por saber que temos direitos.

Dor por ser nosso o corpo 

E merecermos respeito.

Dor porque o Estado é de Direitos.

Dor porque a ele contratei,

Talião não era o jeito.


E ele se mostra falido.

Omite-se no seu papel.

Um elefante esvaindo o sentido:

Proteger-nos dessa indelével dor. 



Negra Luz

domingo, 23 de maio de 2021

Sobre o que agrada os olhos




Nem tudo que agrada os olhos 

faz bem ao coração  

Nem tudo que desperta a libido 

desperta sincera emoção  

Nem tudo que atiça o desejo 

completa a composição  

Nem tudo que inspira o poeta 

fica bem em uma canção 

 

Sobre o que agrada aos olhos, 

a mais perfeita definição 

e a mais completa combinação  

é conseguir juntar  

a íris da alma, 

o arrepio da mente 

e o puro calor do tesão. 

 

Salvador, 06 de dezembro de 2020.