sábado, 11 de dezembro de 2021

De Supetão




De supetão,

joga-se tudo para cima,

muda-se a programação,

arrisca-se fazer o inédito

 

De supetão,

muda-se o clima,

o humor

e a disposição

 

De supetão,

sai-se de casa,

abandona-se um lar,

busca-se uma saída

 

De supetão,

toma-de coragem

para fazer o que

nunca se fez na vida.

 

Salvador, 09 de janeiro de 2021.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Meu primeiro Terreiro

 



(Negra Luz)


Ali, germinado o meu Ori.

De uma conjunção carnal,

Um conglomerado de corpo, alma e coração.


Ali, fincadas as minhas raízes.

Território ancestral,

Matriz de uma constelação de terreiros.


Ali, uma corrente inquebrantável.

Vem da infinita linha de Tempo

E segue para além de mim.


Ali, minha fonte de saberes.

A Academia agrega muito,

Mas tudo que sou veio dali.


Ali, determinado o momento para eu chegar,

Mas, ao nascer, eu nunca saí de lá.

Sou parte dele e ele de mim...


Do meu primeiro Terreiro,

Arquitetura de outros tantos:

O VENTRE DA MINHA MÃE.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Acordou Morta





“Acordou morta” 

como se pudesse  

haver vida 

depois da morte  

 

“Acordou morta” 

como se pudesse 

acordar  

do sono final da vida 

 

“Acordou morta” 

como se pudesse 

voltar  

do descanso derradeiro 

 

Acordou morta... 

 

Salvador, 22 de janeiro de 2021. 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

A cartinha de Noel





 Negra Luz


Na cartinha desse ano,
Havia uma preocupação no ar:
Quantos anos já teria
O bom velhinho do Natal?

Hoje tenho 10 aninhos,
Mas lembrei que minha mãe,
Também lembra de presentes
Que em Natais de Noel recebeu

Hoje, mamãe já é velhinha
Imagina o Noel
E assim eu tenho medo:
O que será do Natal
Quando Noel resolver
Visitar Papai do Céu?

Pensei muito
E nesta carta
Resolvi me candidatar
No futuro... Quem sabe um dia
À Noel poder ajudar

E, assim, na sua partida
Possa o seu papel ocupar
Garantir para outras gerações
Que as cartinhas alguém lerá

Com Noel nos corações,
Esperança e amor no ar,
O Natal mexe com os corações
Estimula a humanizar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Privacidade na Pandemia

 





O que é meu

e de mais ninguém?

Qual é o local

onde alguém

não pode entrar

sem ser convidado?

No mundo das lives,

audiências e webinars,

será que ainda existe

uma esfera onde

não se possa penetrar?

Quando a privacidade

se abre de verdade,

não há, na realidade,

mais qualquer intimidade...

Quando o privado

público se tornou,

talvez não haja espaço

sequer para o pudor...

 

Salvador, 02 de julho de 2020.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

De Ser o que se é





(Negra Luz)


Há um direito que resume tudo.

Economia de artigos e de articulações.

Um, que contempla a todas e todos:

Direito de Ser o que se é.


Há nele um limite,

Um valor a nortear o seu exercício:

O Ser do outro,

Que também quer plenitude para Ser o que é.


Há, em um só direito,

Uma condensação de tudo.

Todas as Gerações dos Direitos...

A primeira, a  segunda, a terceira

E tudo que da nossa humanidade se sobrevier.


Sim.

É direito que requer liberdade, 

Que impõe igualdade,

Que se reflete em fraternidade.

Humanidade é Ser o que se é.


Em um só direito, 

Garantias contra as maiores dores do Mundo...

Para Ser o que se é, precisamos de alimento, 

O outro também.

Para Ser o que se é, precisamos de habitação digna,

O outro também.

Para Ser o que se é, precisamos de trabalho adequadamente remunerado,

O outro também. 

Para Ser o que se é, precisamos do meio ambiente no hoje e no amanhã,

O outro também.


E precisamos de nos expressar,

E, orar, 

E, amar 

Da forma que sentimos e desejamos,

E o outro também.

E, assim, seguir sendo,

Percebendo o outro Ser.


A esse direito algo fundante,

Essência de tudo:

Uma Ética

Que tenha como égide...

Como princípio...

Meio e fim de tudo:

O Direito de Ser o que se é!

domingo, 5 de dezembro de 2021

Sintonia na Sinfonia

 



A vida pode ser regida 

como uma bela sinfonia, 

em que a precisa sintonia  

de cada protagonista  

seja sempre vista 

como um laço de amor, 

que une dois como se fossem um, 

que não se abandona de jeito algum, 

que é a própria essência do querer, 

que é a única forma de existência do ser. 

 

Salvador, 15 de janeiro de 2021.