Silêncio. Escuridão.
Um grito
em meio às trevas.
Um grito rápido. Um grito triste.
Lâmina.
Por que rápido? Por que triste?
E de novo o silêncio:
nenhuma explicação.
Péricles Eugênio da S. Ramos
Blog para ler e pensar... Um texto por dia... é a promessa... Ficarei muito feliz em ler e saber o que cada palavra despertou... Se você quiser compartilhar um texto, não hesite em mandar para rpf@rodolfopamplonafilho.com.br. Aqui, não compartilho apenas os meus textos, mas de poetas que eu já admiro e de todas as pessoas que queiram viajar comigo na poesia... Se quiser conhecer somente a minha poesia, acesse o blog rpf-poesia.blogspot.com.br. Espero que goste... Ficarei feliz com isso...
Silêncio. Escuridão.
Um grito
em meio às trevas.
Um grito rápido. Um grito triste.
Lâmina.
Por que rápido? Por que triste?
E de novo o silêncio:
nenhuma explicação.
Péricles Eugênio da S. Ramos
Se
eu tivesse seis anos si soubesse brincar
pedia ao Menino Jesus que viesse me dar
seus brinquedos coloridos
E ele dava mesmo dava tudo
dava brinquedos variados de todas as cores
brinquedos sortidos
dava bolas lustrosas pra mim soltar de noite e
mandar todas pro céu com minha reza
Dava bolas dava quitanda dava balas
e havia de ficar melado, todo doce de minha baba.
E dava homenzinhos, arvinhas, bichinhos, casinhas e
em minhas mãos ingênuas eu tirava o mundo novinho,
cheiroso de cola e verniz, das caixas nurembergue
pra recomeçar deslumbrando a brincadeira da
vida
O Menino Jesus dava tudo si eu fosse menino
si soubesse brincar pra brincar com ele.
Pedro Nava
É preciso descer, sucumbir
Ir ao fundo do poço
Como expiação
Não há como se redimir
É perdido todo esforço
É o mergulho no fosso
De toda solidão
É preciso mais que a vida
Esgota-se toda a coragem
É preciso morrer
Deixar a alma desvalida
Sem saída, sem vantagem
Sem volta dessa viagem
Em tudo, desfalecer
É a volta ao pó
À lama, ao desencanto
Ao vazio, ao descontentamento
Ao isolamento, de tudo, só
Sem trégua, sem acalanto
Ninguém lhe enxuga o pranto
Ninguém vê seu tormento
É o tiro certeiro
O golpe no peito
A marca fatal
A tomada por inteiro
Todo o sonho desfeito
Tudo perdido, sem jeito
Na reta final
Paulo Gondim
Vem, que te darei meu último beijo
Fruto de meu último desejo
Desse amor como castigo
Recebe meu último abraço
Como prova do fracasso
Que foram teus dias comigo
Vem, recebe meu último sorriso
E sente o quanto amenizo
Tua dor, tua saudade
Vem, recebe meu último afeto
Goza o abrigo de meu teto
Pois já morre tua vaidade
Vem, sepulta a última quimera
Vês o que foste nessa terra
Apenas desilusão
Descortina teu sorriso triste
Não negue o amor que ainda existe
A quem lhe abriu o coração
Olha para mim
Face a face, assim
Sem trama, sem falsidade
Pela última vez, não finja
Não converta a verdade em cinza
Encare a realidade
Vai, pois te sentes nas alturas
Não temas as sepulturas
Que se abrem para ti
Bate de frente com a morte
Entrega-te à própria sorte
Vês a morte te sorrir
Paulo Gondim