sábado, 3 de setembro de 2011

Estamos com fome de amor...

Estamos com fome de amor...
(Arnaldo Jabor)

O que temos visto por ai ???
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.

Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plasticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas...

Chegam sozinhas e saem sozinhas...
Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional estão... Sozinhos!
Tem mulher contratando homem para dançar com elas, em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.

E não é só sexo não!

Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama .... sexo de academia .. . .

Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalisticas...Sabe, essas coisas simples, que perdemos nessa marcha, de uma evolução cega?

Pode se fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir". Só isso!  Algo tão simples, que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos- "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros.  Veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!" Unindo milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

 Se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas. Essas mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...

Vivemos cada vez mais.  Retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia, que mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso, estão cada vez  mais sozinhos...

Sei que estou parecendo o solteirão infeliz. Mas pelo contrário... pra chegar a escrever essas bobagens (muito verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente, e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, brega, familias preconceituosas...

Alô gente!!! Felicidade, Amor, todas essas emoções, nos fazem parecer ridículos, abobalhados... Mas e daí?  Seja ridículo, mas seja feliz!  E não seja frustrado..."Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...
Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde, que o tempo pra ser feliz é curto.

Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua... talvez nunca mais volte a vê-la... ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou, mas que pode ser a mulher da sua vida... E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?

Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele...  E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"
Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo. Assistir desenho animado, rir de bobagens e ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado...

O que realmente, não dá, é para continuarmos achando que viver é out... ou in...
Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo... que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy. Eu duvido que nós homens, queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado. Para ser a mãe dos nossos filhos. Gostamos sim, de olhar, e imaginar a Gostosa. Mas é só isso! As mulheres inteligentes compreendem isso!

Queira do seu lado a mulher inteligente. "Vamos ter bons e maus momentos, e uma hora ou outra, um dos dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...

Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo"?  Então... não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas, que infeliz para si mesmo!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Plano B

Plano B

Rodolfo Pamplona Filho
Por acaso, você tem
alguma alternativa,
se algo acontecer
ou tudo der errado?
Algo ou alguém
a que(m) recorrer,
caso nada saia
como planejado?

O que é um Plano B?
O que é ter reservas para você?
É uma arma secreta,
uma estrada, uma seta,
uima bússola, uma estrela,
uma injeção de adrenalina na veia,
um renovar de dança,
uma saída, uma esperança...

Vou confiar no tempo,
que move as asas do cata-vento,
que arranjei para mim
e coloquei no meu jardim,
pois, no caos de minha vida,
encontrarei sempre guarida
e o meu mais verdadeiro calor
no meu plano A: A de Amor
Salvador, 25 de abril de 2011.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Despedida de Wilson Araujo Silva


Ao perceber que a situação de meu pai se agravava, Rodolfo me perguntou quais seriam as boas lembranças que eu teria de meu pai e comecei, pouco a pouco, a vasculhar na minha memória os bons momentos que passamos juntos.
Lembro-me de meu pai como um homem forte e musculoso, que me colocava pra dormir em seus braços e cantava passeando pelo corredor da nossa casa. Já estava tão grande que sentia meus pés baterem nos joelhos dele.
Como representante comercial, ele viajava muito pelo interior do estado e, sempre que podia, ele me trazia pequenas mobílias que, pouco a pouco, me fizeram montar uma bonita casa com sala, quarto, cozinha, jardim e outras miudezas mais que encantavam a qualquer menina que, como eu, gostava de brincar de boneca.
Ao lado das brincadeiras de menina, cresci com dois irmãos que me levaram a muitas peripécias que eram pelo meu pai estimuladas, pois ele foi menino no interior de Pernambuco e nos contava várias histórias da sua infância, que nos encantavam e nos faziam crer numa infância feliz. E como não ser feliz ao lado de um pai brincante? Houve um tempo em que ele arranjava caixotes de maçã na feira e, junto com meus irmãos, montava maravilhosos carros de rolimã. Quando adulta, já descendo a ladeira da nossa casa de carro, ficava pensando que loucura a gente fazer aquilo! Os freios eram um pedaço de madeira pregado com um prego e a nossa sandália havaiana. Na nossa imaginação de criança, nós costumávamos dizer que éramos Speed Racer!
Todo sábado, caso não chovesse muito, íamos à praia de Ondina tomar banho de mar. Ficávamos na água até quando o queixo batia de tanto frio. Foi lá que meu pai me ensinou o meu primeiro estilo de natação para sobreviver: nadar “cachorrinho”. Também aprendi a boiar e mergulhar. Fazíamos dos seus ombros um trampolim móvel que virava pra o lado que a gente quisesse. Íamos lá para o fundo do mar quando os pés não pisavam mais na areia, só pra ficar contemplando o horizonte e mergulhar várias vezes.
Quando fui fazer o vestibular, subimos a ladeira juntos; no meu primeiro emprego depois de formada, subimos a ladeira juntos. Até o último dia antes de ser hospitalizado, quando na sua casa ia almoçar, ele ia até a calçada do prédio e me esperava subir a ladeira. Ao chegar na curva da ladeira, eu me virava e acenava para ele. Eis que agora ele me disse adeus e tenho a certeza que, no seu íntimo, ele sempre desejou que eu subisse muitas e muitas ladeiras nesta vida.
Fica, então, na minha memória, a lembrança de um homem digno, que deixou como herança coisas que nenhum dinheiro deste mundo pode comprar. Foi um bom pai e, acima de tudo, um homem temente a Deus. Creio que, nas palavras do apóstolo Paulo, ao dar o seu último suspiro de vida, meu pai pode assim dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.
A todos vocês que aqui estão conosco, fica o nosso MUITO OBRIGADO. E a todos os homens que receberam de Deus a bênção da paternidade, fica o meu conselho: sejam bons pais e bons exemplos para os seus filhos, pois vocês nem de longe imaginam o quanto é importante na vida do ser humano o exemplo de um bom PAI!

Emilia Valentina de Araújo Pamplona

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

FOGO E SONHO

FOGO E SONHO





Visando sair das trevas, das cavernas.


No início da civilização, a humanidade


Solicitou auxílio e proteção das Divindades.


Para andar sobre suas próprias pernas.




 

O homem foi atendido duplamente:


O fogo concedeu-lhe Prometeu;


O sonho estendeu-lhe Morfeu.


Estes dons expandiram-lhe a mente.





Fogo e sonho, chamas da esperança,


Abriram caminho para a bonança,


Para novas e emocionantes conquistas.





Estes dons, não se perca de vista,


Exigem harmonia entre matéria


E alma, para a perfeita ascese etérea.





(Paulo Basílio – 25/04/2011)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

decisão judicial em verso

Desembargadora alivia dor de mãe ao negar pedido de indenização em estilo de verso

A magistrada elaborou o relatório em estilo de verso, reconhecendo a dor da mãe reclamante pela perda de um filho vítima de morte acidental no canteiro de obras da Usina de Jirau
A desembargadora do trabalho Maria Cesarineide Lima, membro da 1ª Turma Recursal do Tribunal Regional da 14ª Região, é autora de um voto inédito manifestado num processo judicial em 25 anos de história do Regional. A magistrada elaborou o relatório em estilo de verso, reconhecendo a dor da mãe reclamante pela perda de um filho vítima de morte acidental no canteiro de obras da Usina de Jirau.

Mesmo negando a pretensão de indenização por danos morais e materiais pela falta de comprovação do “nexo” com a causa do acidente, requerido pela mãe do operário, a desembargadora reconhece a dor da mãe da vítima e encerra o relatório em estilo de verso.

Maria Cesarineide Lima ao analisou a sentença do Juízo da 8ª Vara do Trabalho de Porto Velho e documentos apresentados pela reclamante - mãe da vítima -, e os contra argumentos apresentados pelas empresas Miranda Filho Construções Ltda, Energia Sustentável do Brasil S/A e Construtora B.S. S/A, se convencendo de que os empregadores atenderam todas as exigências legais quanto ao fornecimento de EPI - Equipamento de Proteção Individual -, além da comprovação da total assistência prestada ao operário.

De acordo com os documentos juntados ao processo, foi comprovado que o trabalhador se envolvera na noite anterior ao acidente em uma briga fora do canteiro de obras, de cujo incidente teria saído com várias lesões, fato que teria agravado seu estado de saúde e contribuído para o acidente no canteiro de obras.

Como juíza e mãe, a desembargadora teve que decidir com amparo na norma legal, mas a dor daquela mãe jovem trabalhador tocou profundamente a magistrada, que manifestou seu voto em forma de verso:
Dói em mim, como relatora,
ter que lhe dizer,
mãe recorrente,
que a decisão monocrática,
infelizmente,
não há como reformar,
uma vez que não há nos autos elementos probatórios
que possam comprovar o alegado em seu petitório.
Não! Não pense que a juíza de primeiro grau,
que também é filha,
ou nós, juízes integrantes da 1.ª Turma deste Regional,
que somos também pais,
sejamos insensíveis, frios ou máquinas de dizer o direito.
Não! Não é essa a nossa trilha,
pois, além das leis dos homens, também rogamos a Deus sabedoria.
Todavia, não temos o dom para curar todos as males, todos os ais...
Somos apenas seres humanos,
cuja missão, embora vocacionada,
é árdua, é espinhosa,
e necessita, ao julgar,
ouvir, não apenas uma, mas todas as vozes que constam de um processo.
E sendo sabedores de sua imensa dor,
pois, como disse Giuseppe Ghiaroni
“perder o filho é como achar a morte,
perder o filho quando grande e forte,
quando já podia ampará-la e compensá-la,”
recorremos nós, julgadores,
mediante o recurso da oração,
à Mãe de Deus,
que assim como você, mãe recorrente,
perdeu seu filho Jesus tão precocemente.
Que Ela possa aliviar os seus sofrimentos,
ó mãe sofredora,
E com você atravessar esse vale da morte,
tornando-lhe uma mulher ainda mais aguerrida,
mais forte, apesar da dor e da saudade
que habitam seu coração,
que não calam no seu peito.
Entretanto, você precisa seguir em frente,
enxugue o pranto, saia do leito,
há outros filhos que necessitam dos seus feitos,
de sua devoção.
Que Deus lhe proteja, mãe recorrente,
Em todos os caminhos desta vida.
Às vezes sofrida,
mas, sempre querida,
E que Ele cure as suas mágoas, suas feridas.


(Processo n. 0000749-32.2010.5.14.0008)
Ascom TRT 14

Fonte: www.tudorondonia.com
Assessoria de Comunicação/SJRO


__._,_.___

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Aprendiz da Vida

Aprendiz da Vida

Rodolfo Pamplona Filho
Não faz sentido
ter medo de tentar,
muito menos
receio de arriscar,
quando a cara à tapa dar
é apenas uma chance a enfrentar...

O que, para muitos é crise,
para mim, é oportunidade.
O que, para muitos é grandeza,
para mim, é necessidade.
O que, para muitos é erro,
para mim, é aprendizado!
O que, para muitos é sonho,
para mim, é projeto realizado!

Eu quero mais!
Eu quero aprender!
Eu quero conhecer tudo
que a vida me permitir!
Por isso, jamais abrirei mão
de ser aquele que nunca diz não
para tudo que importar em nova lida
e em ser eternamente aprendiz da vida!

Salvador, 26 de abril de 2011.

domingo, 28 de agosto de 2011

Sophia de Mello Breyner Andresen

A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Retrato de uma princesa desconhecida

Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino

AUSÊNCIA

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Hora

Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar.

Poema

A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará

Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento

A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto

Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento

E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada

http://www.maricell.com.br/sophiandresen/sophia_m_b_andresen.htm