quinta-feira, 9 de novembro de 2017

O amor é confuso



Rodolfo Pamplona Filho

O amor é confuso.
Se não fosse confuso, não seria amor
Poderia ser paixão. Muito mais simples.
Paixão explode, é intensa.
Quando acalma, acaba.
Pronto, passou.

O amor é confuso.
O amor é tão confuso, que teima em viver
um tempo não vivido.
São as lembranças dos dias felizes,
um planejamento de futuro
e ainda tem o se,
aquele do futuro do pretérito.

O amor é confuso.
O amor não pensa, só sente.
Por não pensar, não tem razão.
Não é certo e nem errado.
Pode ser triste e,
no minuto seguinte,
te deixar em êxtase.

O amor é confuso.
Ficamos admirando
o objeto do nosso amor,
da nossa devoção,
embasbacados,
sem saber se partimos
ou se ficamos.

O amor é confuso.
É difícil viver com ele
É difícil viver sem ele
É impossível não querer vivê-lo.
É impossível passar por ele sem sofrer.

O amor é confuso.
Mas não vale a pena
ter vivido
se não tiver sido experimentado
pelo menos uma vez...

Salvador, 20 de agosto de 2017

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Você Não Me Ensinou a Te Esquecer


Caetano Veloso 

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Do Ausente aos Presentes


(Discurso como Patrono dos Formandos em Direito da UniNassau 2017.1)
Rodolfo Pamplona Filho

Do Ausente aos Presentes,
transmito a saudação
de quem queria cantar a canção,
mas não pode esperar
ver a banda passar...

Do Ausente aos Presentes,
mando um forte abraço,
daqueles que parecem um amasso,
de quem sonhou o momento
de dividir todo o sentimento.

Do Ausente aos Presentes,
registro a minha alegria
de, em excelente companhia,
ter sido homenageado
para este momento encantado.

Do Ausente aos Presentes,
lembro que patrono é
quem se conta para o que der e vier,
sendo o exemplo e o defensor
daquele que o homenageou.

Do Ausente aos Presentes,
faço a solene promessa
de que tudo que interessa
no decorrer de sua trajetória
terá minha presença compulsória.

Do Ausente aos Presentes,
agradeço a honra imensa,
verdadeira recompensa
para um magistério não presencial
de livros, palestras e mundo virtual.

Do Ausente aos Presentes,
deixo a inabalável certeza
de que mesmo não estando na mesa,
estou aqui de outra forma,
sem burlar qualquer outra norma.

Do Ausente aos Presentes,
apresento meu compromisso
de que jamais serei omisso
na caminhada a seguir


por onde o destino nos unir.

Do Ausente aos Presentes,
trago a mensagem
de que o mundo pede passagem
e que não se pode perder
a razão da sede de viver.

Do Ausente aos Presentes,
canto que é preciso
estar de sobreaviso
para as surpresas e armadilhas
que nos esperam a cada trilha.

Do Ausente aos Presentes,
ensino a derradeira lição
de que a flor sobrevive ao canhão
e de que a poesia tem mais verdade
do que todas as leis da humanidade.

Do Ausente aos Presentes,
aconselho a cuidar mais da alma,
pois tudo mais vem com calma
e o mundo é por demais cruel
com aqueles que somente fazem seu papel

Do Ausente aos Presentes,
oriento que não se deve perder
a oportunidade de dizer
que só o amor nos diferencia
de quem apenas espera o fim do dia.

Do Ausente aos Presentes,
choro o meu lamento
da impossibilidade de comparecimento
para estar na retina e na fotografia
da recordação de sua biografia.

Do Ausente aos Presentes,
espero que este poema
seja, então, a minha recordação
para guardar no ecossistema
do fundo do seu coração.

Declamado em 21 de outubro de 2017, em Salvador/BA.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Do prazer em esquecer



João Victor Braga

O que lembro que te
Esqueci!
Da sua astucia e bravura
Do dinamismo dissipado em
Mim!
Dos sermões robustos
Das palavras inexoráveis
Da sua forma de lastimar
Os desejos alheios que porventura
Es em admirar!
Da volitividade de te ter
Impugnando a compunção em
Te afligir..
O sabor da sua alma
Peculiarizado pela formidável
Fragrância do apolíneo anseio
Que vem a mim sugestionar
Arremata eu em dizer
Que todas as vezes que te esqueço
Meu pensamento preconiza a ti
Assim, a finalidade em olvidar
E lembrar você.

21/10/2017