sábado, 20 de abril de 2019

Conflitos Sangrentos



Jorge da Rosa

Brilha a aurora
Refletida pelo mar
Visão do agora
No futuro a pensar

Azul do infinito
Amarelo do amanhecer
Amor bonito
Para jamais esquecer

Diversos pensamentos
Razão e coração
Conflitos sangrentos
Pobre da nação

Sol nascente
Aqueça o trabalhador
Vítima de delinquentes
E de um terrível ditador.





sexta-feira, 19 de abril de 2019

Sobre Sonhos



Rodolfo Pamplona Filho

Já dizia o filosofo:
os sonhos são os rebentos
e botões da imaginação!
Por isto, também têm o direito
de viver sua vida pura...
Sufocar ou deformar
os sonhos da juventude
é destruir a criação
e matar o criador...

Salvador, 13 de novembro de 2013, conversando com a amiga Ezilda Melo.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

A renda Negra



Negra Luz

Forjada de bilros de aço
Entalhou 80 espaços
E a carne era de mais um nagô

Lavada de sangue qualquer esperança
A renda de carne em mercança
Quase nada valorou

Junto de qualquer outra renda
É a que menos dá rendas
A única de vidas ceifadas, sinhô

Uma família destruída
Chora a dor da partida
E a renda era um pai que sangrou

E lembrar de que na partida
Vestidos de verde-oliva
Houviu-se sorrisos sem qualquer temor

Certos de que nesta Vida
Está pelas leis garantida
Fazer renda de vidas tá liberado, doutor!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Amor sem promessas



Rodolfo Pamplona Filho

Quando se ama,
fazem-se promessas,
como se houvesse necessidade
de verbalizar
que se pode fazer tudo
por amor

Mas prometer gera expectativas
que, quando não realizadas,
causam uma frustração,
como se o amor perdesse força
por uma promessa não cumprida.

É olhar uma parte pelo todo,
o acessório pelo principal,
o detalhe pelo conjunto,
o universo por um lugar
a vida por um dia

Amar não exige promessas
Amar exige amar
Amar sem promessas
Amar, simplesmente amar.

Salvador, 06 de julho de 2018.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Trabalhava para a Nação



Jorge da Rosa

Trabalho intermitente
Terceirização
Povo inocente
Futura escravidão

Tantas maldades
Contra nós brasileiros
Com toda sinceridade
Estamos em um atoleiro

Chegou o dia
Dia do trabalhador
Grande festa seria
Não fosse o reformador

Desemprego em alta
Enorme traição
Como ele faz falta
Trabalhava para nação.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Fantasmas Insistentes




Rodolfo Pamplona Filho

Por que erros do passado
insistem em assombrar
quem já os reconheceu
ou simplesmente
se arrependeu?

Por que o mero fato
de ter pisado na bola
não sai da memória,
mesmo quando
não há possibilidade de volta?

Por que ser condenado
pelo equívoco consumado,
se não resiste qualquer desejo
de retomar o contato
com quem só lhe fez mal?

Talvez sejam os mistérios
da complexidade humana,
em que a vontade de mudança
daquilo que não tem esperança
seja a última motivação da vida...

14 de setembro de 2016, no voo para São Paulo.

domingo, 14 de abril de 2019

O teu riso



Pablo Neruda

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.