sábado, 6 de novembro de 2021

Período sabãotico






Tirei um período para lavar tudo.

Guardados... empoeirados,

Pó...  do que que já me esqueci.

Tirar a limpo emoções retidas,

Checar as cicatrizes de antigas feridas.

Fazer um cortejo à Colina,

Jarras de banho de cheiro

Passeando por dentro de mim.

Um cheiro de alfazema!

Fé no que está por vir.

Tudo novo! 

Tudo zerado.

Banho de mãe:

Com bucha do lado,

Limpei os ouvidos, 

Cortei os cabelos distraídos.

As sobrancelhas em dias!

Tudo renovado!

Cheirando a alho!

Um rio segue o seu curso ...

Pronta.

Recriam-se cenários...

Novos scripts!

E eu, no palco,

Alternância:

Entre monólogos e “casa cheia”

Vou no curso do viver.


 Negra Luz 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Não ir






Não ir

não é

necessariamente

perder

Não ir

pode ser

esperar

para ganhar,

refletir

para entender,

aguardar

para vencer

 

Salvador, 23 de setembro de 2020.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

O parto da poeta

 





Sempre olhei a poesia com encanto.

Os parnasianos e os românticos me faziam vibrar.

Achava um desafio a contagem da métrica.

Maior, ainda, articular o rimar.


Quando fazia qualquer tentativa,

Na minha mente só emergia,

A pobre rima, que “declamava” na infância,

Da batatinha, pelo chão, a se esparramar.


Até que um dia, a mística da Poesia

Abriu as portas do meu coração.

Remexeu os armários da minha emoção,

Estabeleceu uma infinita conexão,

Que me levou ao papel e à tinta na mão.


Como fugitivas, as palavras foram partindo 

De espaços até então desconhecidos 

Da minha visão.

Foi esse o momento do nascer da poeta,

Para o Mundo uma revelação.


Como bálsamo, deu-me a cura,

Como chave, fez-me ave,

Como Luz, tornou-me sol,

Como onda, lançou-me ao mar...

E, agora, vivo imersa em palavras,

Articulando versos para viver e amar.


(Negra Luz)

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Fake News na Pandemia

 




A Internet

deu voz

a quem não tem

o que dizer

e que acaba

dizendo

o que não consegue esconder:

a sua própria raiva,

ódio e ignorância,

misturados com a insegurança

de simplesmente

antipatizar

quem virou alvo

do seu difamar,

como se seu mal querer

pudesse justificar

ou verdade tornar

o fel que escorre

no íntimo do seu ser.

 

Salvador, 25 de julho de 2020

terça-feira, 2 de novembro de 2021

O crivo do não saber da falsa esperança




 A vida  criva o agrado da falsa esperança em um fardo pesado, que nem  alça de uma calça que não laça. 

A impostora, a  mentirosa,  a farsante ou hipócrita falsa esperança.  

A ânsia do ancorar no Lar que leva a um destoar. 

Um aborrecimento, uma mentira ou tirania. Eis o crivo do livro vivo que construímos em uma falsa esperança do não saber.


Que guiado e liderado  pelo o sonhar que nos criva. 

Da incógnita cotidiana  do sonhar ou não sonhar? 

Acreditar ou não acreditar, para o  medo de nós arranhar e nos ferir no ir. 


Não vamos ancorar se não sonharmos. 

Não vamos acompanhar o marchar da maré. 

Não vamos nem ao menos ter lido o livro do não saber

Mas se for um houver do muro sem lucro. 

Das  as alegrias… 

das  alegorias das falácias que não devem ser cogitadas, digitadas, lidas e escritas. 

Das idas às ideias inobsoletas das Borboletas das letras da falsa esperança.

 

Mas, se não sonhar não teremos vivido o livro.  

Do amada do nada. 

Do rechear do cheirar do lar 

Do avistar até aterrar em uma terra do além mar

Para que o amarrar do amar, se torne lar. Eis, o livro do não saber do escrito, digitado ou cogitado.


O que fizeram, o que eu fiz e para onde fui. 

É foda, a cabeça lota em quotas de devaneio. 

Sujeira que me jogaram, amarraram e me deixaram em uma mar uivante de Abrantes.  

Não se iluda com a forma lúdica da localidade airosa, porque não existe rosas sem espinhos, nem que se for no pinho do seu ninho. 

Não importa a forma, a sonata está perdida em uma ida sem partida, mas com chegada aonada mais me consola.  


As solas nem estão gastas em lascas. Mas já sei que não há nada mais. 

Porque não há? 

Porque eu já disse, me sujaram, amarraram e me jogaram no meio do nada e eu não sei nadar, nem ao menos andar no desconhecido. 

Não sei que lugar é esse, 

Não sei se tenhas o nobre e o pobre, e se eles se importam em ouvir os meus pensamentos confusos tontos pela… a maré.   

A porta parece  torta,  cheias de discursos  de nenhures. Porque, donde eu veio pelos devaneios, não conheci achar meios a abrir. 


A cabeça tida madura, já sabe que a vida  é assim, dura igual uma pedra, que  que  esmurra em uma algazarra de sentimentos. 

Uma verdadeira surra de  momentos e tormentos em só lamentos. 

Não se engane ou encane, dizem que é apenas uma pane no sistema. 

Urge então a necessidade de saber, para não beber na fonte da ignorância, porque a ânsia em uma direção de uma ação, que nasce naquela  idade.

Naquela idade, em que você não vê as coisas do jeito que antes via. 

Você de per si, sabe que  a vida é assim, no sim ou no não, sempre serei o anão da pirâmide. 


Ahhh, se eu pudesse ja ter descobre está chave mestra para concertar ou atar os nós do que já se foi. 

Aos  amigos que você tem que não ligam, 

o  sinal de pane aparece e você não amanhece 

É, no verso da canção, no abrir da chave, que a ave ligeira já sabe antes  que você, que é só ela e mais nada. 

Não existe amor no clamor da dor de um sociedade doente. 

Quem fala que sim mente, pela  simples mediocridade que transforma a terra em letra de funeral. 

Não existe compaixão, nem paixão. 

Não existe nada além dessa vida, porque na ida, você sabe que  somos meros passageiros prestes a partir. 

Desligue os castelos do tetris, que moldam quem está certo ou errado na peça de encaixe, desligue a máquina, desligue a cina.  

Porque nada importa, nem a forma, nem o como e o porque.


O Turbilhão em um bilhão de reações. 

A falta de quem  não tem alta, por um amor verdadeiro, sincero, companheiro na jornada da vida, nem que se for para uma ida sem partida.

Incógnita que Incomoda, quase coca, roça a aguça por resposta. 

O meu eu tosta, queima, chamusca a sina da mina  da ocitocina com a dopamina. 

Não hesita, nessa usina de toxina a saber. 

Mas, quem me  dera saber a resposta para essa incógnita que me habita que não hesita. 


Quem me dera  as respostas, se nem sei quais são as perguntas, que me perfazem. 

É nessa usina, que ser zem não me fazem ir além do óbvio. 

Mas que me dera saber o que meu corpo quer beber? Se é nessa usina de ocitocina com dopamina que eu vivo até ir ao além, nem se for sem ou com a resposta. 

A incógnita nitra o que sei lá eu sou, só sei que zem eu não sou, nem com serotonina eu sou. 

Sou eu, um bilhão de reações sem lições de moralidade e eticidade.  

Sou eu quem caminha nessa mina de toxina e paixão em uma mansão sem uma lição a te dar.

Nem mandar a onde andar, porem a quem lhe vem apenas excitar o meu eu até onde for, nem que se for sem alem a algo que nem existe.

Sou eu turbilhão em um bilhão de reações com ações, sem lições, mas com desejos e medos.




Vitor Henrique

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

A vaquinha e a Risada






Há momentos na trajetória

em que, mais do que uma história,

o que se anseia

é compartilhar uma ceia,

formar a sua aldeia

e brincar sem qualquer correia.

 

O segredo da felicidade

muitos vezes está, em verdade,

em saber aproveitar cada momento,

realizando finalmente o intento

de simplesmente viver o momento.

 

Viver uma família na pluralidade

no exercicio irrestrito da liberdade

é muito mais do que curtir:

é não ter vergonha de ser alegre

e muito menos de sorrir!

 

Vestir-se de “vaquinha”

ou soltar uma gostosa risada

podem ser mais do um gesto:

são uma prova inequívoca

de que não se precisa muito

para ser pleno e feliz.

 

Praia do Forte, 27 de dezembro de 2020.

domingo, 31 de outubro de 2021

Um poema pra Luciana Brasileiro









A poesia é larga, no lamento, na dor e na felicidade,

A poesia é tudo, é pouco, é tristeza, é alegria,

O poema cala, fala, vive e morre todo dia,

Porque o poema é a ilusão do presente e da saudade.


O poema é fruto de todas as ilusões,

É a conquista dos quem querem conquistar,

Poesia é ser feliz no bom e eterno amar,

É triste no reviver de todas nossas frustrações.


O poema fala, canta e lhe entrega esperança,

O poema é tudo que se quer, e é desilusão,

O poema não é sempre a melhor lembrança,

A poesia é forte, quando fraqueja a dor do coração.


O poeta é largado no mundo da poesia,

O poeta não constrói, nem é dono do poema,

O poeta é descobridor da poesia antes calada.


Declamada a poesia, deixa de ser do poeta 

É tudo que a poesia é, não o que que quer ser,

Éo fruto do poema, das palavras da poesia.


O poema é o melhor que se pode ter do poeta,

É fruto, não é flor, não o que inicia,

Não a dádiva que se espera do poema.


O poeta vez por outra com a realidade flerta,

Mas traduz em poemas a vida de cada dia,

Cada amor, cada angústia, cada ilusão, cada cena.



 Wlademir Lira