SOLILÓQUIO
Oh! vida miserável, quando enfim
Poderei apagar o teu pavio?
Em que porto meu lúgubre navio
Esmagará seu último motim?
Até quando as palavras que eu recrio
Destruirão as orlas do arlequim
E o pouco que restou dentro de mim
Só servirá de mote e de assobio?
Quando essa seiva de mortal matéria
A transportar patética miséria
Vai desistir desse mover tão fútil
E aqueles vermes que encerram a história
Vão apagar a última memória
Do que restou de um chimpanzé inútil?
Alexandre Roque, fevereiro de 2011
http://www.alexandreroque.com/2011/02/soliloquio.html
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