sábado, 13 de fevereiro de 2016

Pamplona em Pamplona



 por Charles Silva Barbosa, em 02/10/2012

Se o ser Pamplona
está em terra Pamplona...

A simbiose na Espanha,
então, é perfeita...

A defesa da tesina é futuro prestes
a juntar-se ao passado em redoma...

Mais um sucesso em uma vida de lutas e conquistas a espreita...

"Strenght and honor"




sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Olhando os Campos da Espanha

Rodolfo Pamplona Filho


Olhando os Campos da Espanha,
pensei em toda minha existência,
a caminho de Pamplona,
origem e destino fundidos,
sem saber o que o futuro reserva
para cada momento a viver,
cada desafio a enfrentar
e cada decisão a tomar...

Sentado horas no trem,
entretido com imagens na janela
e ouvindo meu amigo Daniel a cantar
no music player do celular,
satisfeito com o passado construído,
revi cada instante vivido,
cada batalha vencida
e cada resolução assumida...

Esperando o tempo passar,
vi-me menino carente e homem feito,
com desejos ainda a saciar
e a nutrir esperanças de voltar
a acreditar em algo a encantar
cada segundo que resta da lida,
cada tarefa a ser perseguida
e cada mudança nos rumos da vida...

Olhando os Campos da Espanha...

No trem de Madrid para Pamplona, 02 de outubro de 2012.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Por que você faz poema?


Herculano Neto
http://herculanoneto.blogspot.com/2010/02/por-que-voce-faz-poema.html


para dizer sem dizer
e irritar quem não me entende
(quem me detesta
mas esmiúça minha palavra)

para alentar meu público fiel
meu público efêmero

para exibir minha verve
em troca do elogio oco
do pouco-caso

para que os conhecidos
busquem meus enganos nas entrelinhas
e os desconhecidos espelho na minha farsa

para transformar minha frase em verso
meu verso em canção
cartão-postal
epígrafe
tatuagem
epitáfio
sacada genial

“para chatear os imbecis”


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Soneto da Riqueza


Rodolfo Pamplona Filho


É possivel empregar
a palavra riqueza
em dois sentidos sem par
e sem qualquer estranheza:

a primeira é a riqueza material,
concepção mundana e fria,
que é a do vil metal;
já a segunda poderia

ser a riqueza do sentimento,
que é, para o poeta, no momento,
encarnada no ser a se amar.

Trata-se de um jogo duplo bacana,
como diferentes formas na cama,
que o vocábulo pode encerrar...

Salvador, 27 de novembro de 2011.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Madrugada (e esse Amor).


Beatriz A.M.

Você cheira o meus cabelos e morde o meu ombro esquerdo, quando a gente faz amor.
Você puxa os meus cabelos, e une ansiosamente os fios no topo da cabeça,  lá no alto, num penteado que me faz lembrar a coroa de uma santa moderna, quando a gente faz amor.
Quando a gente faz amor, você alterna a suavidade do encaixe perfeito com um desejo bruto que me joga de quatro, que me suspende as pernas, que me penetra sem pedir, que me arranha os seios, que me deixa roxa, que me faz tremer.
E tem os teus gemidos, que são como uma sinfonia e que carregam, até a garganta, um grito que explode agudo e lindo, um grito que me deixa boba, quando a gente faz amor..
E tem a tua fome dos meus seios, a minha sede do teu gosto, a tua barba no meu rosto, quando a gente faz amor.
E assim, noventa e três dias e sete encontros depois, sinto, nessa pele que é tão tua, um arrepio ao perceber que é esse amor que tem feito a gente, menino.  É Esse amor que tem nos feito mais gente...

Salvador, 26 de outubro de 2011

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Família



Nossa família: as estações.
Nada sobra
do que julgam ser
as propriedades.

O corpo, a alma,
apenas usufruto.
Também os meus deveres.

Só o amor é nosso.
E o soluço.

Carlos Nejar
(1939, pai de Fabrício Carpinejar)


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Um amor lindo...


Rodolfo Pamplona Filho



O nosso amor é lindo:
lindo, lindo de viver!
O nosso amor é tão lindo,
que, como ele, outro não pode haver.

O nosso amor é o mais bonito,
pois, como ele não pode ter
as coisas tidas como grandes,
vai se construindo nas pequenas

e, nesse processo, ilumina tudo
que, para os outros, sem ter vivido,
talvez fosse insignificante
ou passasse despercebido,

mas, para quem ama de verdade,
é puro encantamento,
chave para felicidade
e do fim de todo lamento.

E, por isso, ele é
o amor das surpresas,
da doçura, da generosidade,
da imaginação e da criatividade.

Na necessidade de buscar jeitos
e estradas vicinais para poder seguir,
esse amor inventa caminhos insuspeitos,
descobre trilhas preciosas a investir

ainda que sem sinalização
ou qualquer outra perspectiva
de ser algo mais que uma canção
que tocará toda nossa vida.

É um amor que é,
simultaneamente,
razão e fé,
coração e mente,

luz e mistério,
agito e acalento.
calor e refrigério,
paz e vento.

Salvador, 07 de dezembro de 2011.