quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O Segredo da Felicidade




O segredo da felicidade é
não esperar nada com vida...
não esperar nada pela vida...
não esperar nada na vida...
não esperar nada da vida...


 Rodolfo Pamplona Filho

Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2013, antes do show do Black Sabbath, refletindo sobre expectativas e frustrações....

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Com os quatro elementos




 Eu preciso mergulhar nos meus abissais

Deixar-me confrontar com os recifes
Ir à crista
Me quebrar 
E me render

Eu preciso alcançar a rocha oculta
Fragmentar, em seixos, a culpa
Reagir
Confiar 
E transcender

Eu preciso do furacão de vida
A redesenhar meus sentimentos
Entender o meu momento 
Tornar-me brisa
E amanhecer 

Eu preciso da larva quente do desejo
Que se acende com um beijo
Se é chama, que queime o meu peito
Gerar fumaça e fogo
E, só assim, dizer amar você.

Negra Luz

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Nossa Sina



Nossa sina
em um mundo
que nos estranha
é somente sofrer
com a nossa carência
e a insensibilidade alheia:
assim, temos que viver
e aprender a lidar
com nossas catástrofes
e paraísos diários.

Brasília, 09 de outubro de 2018.



Rodolfo Pamplona Filho

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Pétalas secas

 




Na última prateleira,

Morada da porta dos esquecimentos.
Alí!
Um livro que me alimentou de romance.
Dentro dele...
Lembranças de uma primavera de amor.
Vencida a beleza pelo tempo,
Aderidas ao meu preferido volume, então pretérito,
Elas jaziam.
Outros que ali passassem  ignorariam o valor.
À mim não era dado esse malefício.
Aquelas pétalas desidratadas de um ramalhete ardente de rosas cor amarelo-sol
Eram, sim, um novo regalo.
Um “recuerdo ” de mim,
Guardado na estante oculta.
Viajante no espaço da minha memória.
Lembrança de verdades vividas por meu coração.
Atiçando o desejo de marcar novos livros.
Ilustra-los com estórias paralelas ao que li.
Ré memórias da essência da minha emoção,
Que julguei nem ser minha
E estava ocultada dentro de mim.

Negra Luz

domingo, 27 de dezembro de 2020

A Maior Prova de Amor

 




A maior prova de amor

não se compra com dinheiro,
nem se espera como recompensa.
A maior prova de amor
não se entrega em um embrulho,
nem se acha em qualquer loja.
A maior prova de amor
não se exige de ninguém,
mas se entrega voluntariamente
como a única atitude possível
diante de um mal indizível.
A maior prova de amor
é dar de si sem pensar em si,
ou, mesmo que se pense,
entregar-se em sacrifício
sem esperar nada em troca,
somente pela esperança
de encontrar este amor na volta.

Salvador, 28 de maio de 2020.

sábado, 26 de dezembro de 2020

Sim, tudo.




 Tudo estalo.

Tudo audiência.
Tudo click.
Tudo emoji.
Tudo Bauman.
Tudo calefação.
Tudo João!
Tudo George!
Tudo Miguel!
Tudo triste.
Tudo “migué”.
Tudo RACISMO.


(Negra Luz)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Alegria

 




Alegria nunca é demais:


Não há limites para sorrir!

Quem poupa alegria

despreza a energia

e a esperança de ser feliz.



Salvador, 11 de fevereiro de 2020

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

ARTIGO 227 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988



É dever da família, do Estado 

E da sociedade 

Assegurar à criança, ao adolescente 

E ao jovem, com absoluta prioridade:


O direito à vida, 

À saúde, à alimentação, 

À educação, ao lazer, 

À cultura, à profissionalização 


À dignidade 

Sendo proibida qualquer falha 

Ao respeito, à liberdade 

E à convivência familiar e comunitária 


Além de colocá-los a salvo 

De toda forma de negligência,

Discriminação, crueldade e opressão, 

Exploração e violência. 


Jorge da Rosa

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Desculpa qualquer coisa


 



Desculpa qualquer coisa

como se houvesse o que desculpar

Desculpa qualquer coisa

para eu não ter que perguntar

Desculpa qualquer coisa

pois não sei o que fiz de errado

Desculpa qualquer coisa

para não me deixar de lado

Desculpa qualquer coisa

(talvez você não tenha visto)

Desculpa qualquer coisa

se ocorreu foi imprevisto

Desculpa qualquer coisa

ou alguma determinada

Desculpa qualquer coisa

não tenho culpa de nada

Desculpa qualquer coisa

não consigo assumir que errei

Desculpa qualquer coisa

seguirei meu caminho sem lei...

 

Desculpa qualquer coisa...

 

Salvador, 28 de maio de 2020.

 

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O tema é poeta



Hoje vou me poetizar.
Sou poeta:
Uma aprendiz do rimar.
Minha metáfora
Termina em AR

É verbo forte:
Amar a sintonia que há
Entre o poema e o que estou a desejar.
Versos estou a tramar.

Rimar o côncavo e o convexo.
Tentar escrever amor,
Mas só querendo pensar em sexo.
Ferir e deixar tudo pretérito.

Aplaudir a Deus, perpetuar mistérios,
Sem sair das linhas do meu hemisfério.
E depois voltar-me ao papel
Sem sair do sério






O tempo que passou, passou.
Seguir é destino certo.
A poesia me libertou
E eu, alada, viajo pelos meus versos.

Aqui não há temor
Rimou. Somou. Eu verso
Se sílabas formou?
Não sei contar, confesso.

Poesia vem no peito
Eu no papel expresso
Há tempo para amor
E para o que desprezo

Sincronizada, a antena
Revela o que de mim quero
Singrar pela poesia
Vibrar em ondas pelos versos.

Quem sabe!
Talvez!
Um dia!
Lembrança no Universo!

 

Negra Luz

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Foco, Consolo e Esperança






Direcionar esforçospara realizar
o que não se tem
e que outros acreditam
que não se terá.
Esse é o Foco

Saber que o pior arrependimento
é de quem nem tenta
e que conhecimento,
adquirido com esforço,
nunca se perde.
Esse é o Consolo.

Ter a consciência de que nada muda,
se permanecer a letargia,
e que toda estrada é construída
com cada passo que se dá,
ainda que na direção do desconhecido.
Essa é a Esperança!

Essa é a tríade
que renova a sede de viver,
o gozo de cada novo dia,
o gosto de continuar respirando:
esse é o foco, o consolo e a esperança!

Salvador, 14 de fevereiro de 2017.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Retrato




Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?


 Cecília Meireles

sábado, 19 de dezembro de 2020

Refazendo a História








Zuckember​ 
é Gutemberg ​
A internet​
é a imprensa​
O fundamentalismo​
é o nazismo​
O feminismo ​
é o comunismo
Michael Jackson​
é Elvis Presley​
Câncer ​
é a tuberculose ​
Alzheimer​
é a lepra ​
Ser branco​
é ser judeu
Steve Jobs​
é Karl Marx​
Honestidade ​
é virtude​
Deus​
é o dinheiro​
O anticristo ​
é o próximo.

Sábado, 20 de agosto de 2016, literalmente no voo para São Paulo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Se o meu pai fosse meu filho...







Quando vejo tudo nos trilhos, me pergunto como teria sido, se o meu pai fosse meu filho...

Como partido, ele haveria tido um avô amoroso e bem estabelecido...

Uma avó cheia de alegria, que dá cambalhota e faz estripulia...

Uma mamãe 'molinha', que sorri, acaricia e conta historinha...

Isso tudo me faz pensar, amar e entendê-lo, sem condicionar...

Como teria sido a sua história? Guardo em memoria, gratidão à sua improvável vitória.

Não teria apanhado...e talvez tivesse jogado em muitos outros gramados...

Teria sido criança, teria feito lambança, sem ter tido de si roubada a infância...

Não teria passado fome, andado desconfiado, ou tido algum dia, seu samba discriminado...

Tido seu próprio sapato, não seria jamais emprestado, sobretudo calçado apertado.

Questioná-lo, ficou no passado!

Por este calo, todo o meu apreço, recompensa que nunca me esqueço...
A que me permite ser pai de um guri, tal qual o meu nunca teve pra si.


 Adriano Deiró

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Diálogo em Baianês

 





Ó o auê aí ó!

Digaí!
Você está por cima da carne seca, véi!
Colé, véi! Você vê os pulos que dou, mas não vê os tombos que tomo...
Você é que é de fritar bolinho e beber o caldo...
Não acerte seu relógio pelo dele, pois, na hora do vamos ver, todo mundo se pica...
Valeu, véi! Vou chegando...

Puerto Varas-Chile, 02 de julho de 2012.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Meus sentimentos




Mãe,
Eu queria pegar essa lama
Esse betume que vazaram em ti
Com um filtro de café ...um melitta
Tirar de ti toda essa partícula ruim.
Mudar com meu amor o rumo das correntezas
Que em ti espalham essa eco- dor
Nadar por suas ondas com pano de enxugar gelo
Secar essa fonte de óleo sem temor
Elas as causas dessa agonia tem ti
E ainda para suas areias
Com baldinho de criança,
Peneirar os seu grãos e afastar de ti todo o mal.
Pois sei , mãe, mar, fonte da minha vida
Você faria, por mim, o impossível normal!


 Negra Luz

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Todo mundo é um leitor




Todo mundo é um leitor:
apenas alguns ainda
não encontraram
seu livro predileto.

Todo mundo é um leitor:
apenas não sabem
se sua vida é
um romance ou uma tragédia.

Todo mundo é um leitor:
apenas não viajaram
profundamente em sua alma
para saber a diferença
entre ficção e realidade.




Miami, 30 de dezembro de 2017

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Na preparação

 





você pode decidir não bater
e pode também decidir não apanhar.
Você de repente percebe
que para vencer, vencer de verdade,
todos precisam ganhar.
Fazer o que é melhor para si,
Adam estava incompleto.
Fazer o que é melhor para si e para o grupo
E quando todos estiverem satisfeitos
Encontraremos um equilíbrio perfeito.
Nash já sabia.
Isso também é jogo, é luta diária
Quem disse que seria fácil?
Bater até cansar...
Apanhar até morrer...
Mas, e coletivizar para viver?
Agora é hora de praticar.
Vem, vamos nos preparar.


Juliana Guanaes

domingo, 13 de dezembro de 2020

Consulta




 Consultar é uma atitude sofisticada

em uma relação a dois

Por vezes, a ação mais delicada

é dar nome aos bois.

Perguntar e esperar a resposta

é a prova definitiva

de que a opinião alheia Importa

e que o que se vai fazer

não é fruto de um só querer,

mas resultado de um conviver.

 

Salvador, 09 de abril de 2020.

sábado, 12 de dezembro de 2020

chatice


Que chatice a minha!

Ficar revolvendo o passado

Que chatice do mar?

Revolver- se no oceano?


Que chatice o outro!

Envolvendo- se em minha vida

Que chatice do sol!

A Aquecer toda a vida?


Que chatice de nós!

Perdendo tempo com partidas

Que chatice do tempo!

A nos curar as feridas?


Que chatice!

Faltam repostas a tornar forte a rima

Que chatice! Desisto!

De ser livre? Imagina?



Negra Luz

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Coisas que é impossível ficar triste fazendo...

 




Tomar milk shake

Comer tangerina

Ouvir Van Halen

Andar de montanha russa

Sexo selvagem

Uma palavra doce

Um abraço apertado

Um prato de macarrão

Tudo que desperta

uma boa sensação

e aquece e aperta

o seu coração.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Terrenos



Há terrenos em que mudas não florescem
mas, por quê?
não sei!
não sabe?
só sei que é quase o mesmo que ocorre com as palavras
há palavras excessivas
há palavras frutíferas
há palavras afogadas
há poucas palavras
e por aí vamos escrevendo
de grão em grão
e perguntando as palavras, se a raiz morfológica do amor é externa?
silenciou!


Ludmila Costa

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Planejamento Sucessório

 




Quando, um dia, terminar
a minha jornada terrena,
quero apenas encontrar
a paz em minha pequena

estrada de férteis encontros,
alguns triunfos e acertos,
mas também de desencontros,
reencontros, derrotas e apertos...

Não quero que os que deixo
disputem os poucos bens
que, com muita luta, conquistei,

mas, sim, que encontrem o eixo
da concórdia e harmonia,
não chorando de barriga vazia,

nem tendo a amarga sensação
de desamparo e solidão,
sabendo que eu tive o cuidado
de deixar tudo organizado,

na consciência de minha finitude,
fazendo tudo que eu pude
para, seguindo minha verdade,
distribuir segundo a necessidade

e justiça de uma partilha em vida
de um patrimônio que perece e rui
pois o que é realmente importante

é herdar o orgulho e a saudade doída
somente de quem, em essência, fui,
não do que eu tive na estante.


Salvador, 08 de dezembro de 2013, tendo dobrar um soneto...

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

A listinha de presentes




Esse ano, a minha lista
Eu resolvi diminuir.
Ela será bem curtinha.
Em pouco espaço,
Será início, meio e fim

Papai, mamãe, vovó, o titia
Facilitei a vida para ti
O presentinho desejado
Nesse Mundo desanimado:
Tudo que me faça sorrir!

Ao sorrir posso contagiar
E ser contagiado
Recebendo o presente solicitado
No Mundo espalharemos o sorrir!


 Negra Luz

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Nossa sina




Nossa sina
em um mundo
que nos estranha
é somente sofrer
com a nossa carência
e a insensibilidade alheia:
assim, temos que viver
e aprender a lidar
com nossas catástrofes
e paraísos diários.

Brasília, 09 de outubro de 2018.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Depois, O Arco-íris




Tempestades que me cercam
Ecoam maiores do que são.
Ouço como tambores rufando,
Apenas cânticos de libertação.

Visões de ondas gigantes,
Devastando o meu coração,
Só gotas de orvalho ao pé do ouvido,
Tilintar da minha emoção.

O farol girando sem rumo,
Sem apontar para onde devo ir.
Nada demais, só sinais.
Cada passo indica para onde se deve ir.

Há lama na estrada,
Fios em curto a atravessar.
Quando no meio do caminho há pedras,
Pare, pense e se encontrará.

Os raios que balançam,
Embalam a sua razão,
Aguçam os seus medos retidos,
Mas iluminam a sua ação.

Depois da tempestade
Alastrada dentro de ti,
Sentirá o arco-íris,
Espectro de vida, nascentes brotando em ti.

Negra Luz

sábado, 5 de dezembro de 2020

A Raiva como Companhia



 

A raiva

de ter alguém

que não me vê

e deveria ver

 

A revolta

de assistir

o fim de uma vida

sob seus protestos

 

A fúria

de se sentir

injustiçado

por quem se ama

 

A ira

que toma o corpo

e a mente de quem

teve a esperança de ser feliz.

 

A raiva

A revolta

A fúria

A ira

são a companhia

de quem não se conforma

com o que lhe restou...

 

 

Salvador, 05 de agosto de 2020. 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Fui Eu




 Fui eu esse menino que me espia

– melancólico olhar, sereno rosto,
postura fixa e o todo bem composto –
no retrato que o tempo desafia.

Fui eu na minha infância fugidia
de prazeres ingênuos, e o desgosto
de sentir tão efêmera a alegria
bem depressa mudada em seu oposto.

Fui eu, sim; mas o tempo que perpassa
e tudo altera nem sequer deixou
um grão de infância feito esmola escassa.

Fui eu; e da figura só ficou
o olhar desenganado na fumaça
em que a criança inteira se mudou.

abril 1998

(De Sentimento da Morte – 2003)

Poema de Fernando Py (1935-2020)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Rede de Tapasteiro

 



 

A vida é um ciclo pesqueiro,

como uma rede de tapasteiro:

o que parece um refúgio corriqueiro

também pode ser um puçá traiçoeiro...

 

Em vez de nadar à vontade

na espera do sorriso ou da nuance,

quer-se a pura comodidade

do conforto ao seu alcance

 

sem perceber que o leito

pode ser armadilha fatal,

cujo único certeiro efeito

 

e ser a cilada mortal

que mostra haver dia de pescador

e dia de morrer de pavor...

 

Salinas de Margarida, 02 de novembro de 2020.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Como é a nossa escrita

 




Como é a nossa escrita

vista por outros leitores?

Causa dor?

Causa amor?

Causa raiva?

Causa tristeza?

Causa inspiração?

Que causemos um pouco de tudo

menos a solidão de não ser lido!

Justa causa amar a poesia!



Ludmila Costa

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Chatices



Que chatice a minha!


Ficar revolvendo o passado

Que chatice do mar?

Revolver- se no oceano?


Que chatice o outro!

Envolvendo- se em minha vida

Que chatice do sol!

A Aquecer toda a vida?


Que chatice de nós!

Perdendo tempo com partidas

Que chatice do tempo!

A nos curar as feridas?


Que chatice!

Faltam repostas a tornar forte a rima

Que chatice! Desisto!

De ser livre? Imagina?



Negra Luz

Muzuá, Puçá e Caçuá

 



 

Muzuá é a armadilha,

que espera sua vítima

ou decora uma casa;

Puçá é a rede

que impede o siri

de se desvencilhar;

Caçuá é o cesto

que transporta a cangalha

no lombo de um jegue:

Muzuá, Puçá e Caçuá,

três formas de entrelaçar

o que o destino proporcionar.

 

Salvador, 02  de novembro de 2020

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Pequenos na Imensidão



 

A imensidão dos pequenos

Pequenos na imensidão

O homem e o universo

Na sua real dimensão 

 

O homem é um ponto insignificante

Na imensidão do universo 

Ao longe desaparece

Nas profundezas de um olhar

 

O universo é gigante

Nossos olhos não conseguem findar

Só na mente do homem 

Que quer sempre dominar

 

Dominar a natureza 

Dominar o universo 

Dominar o próprio homem

Para então um Deus se tornar

 

Quem será o gigante

Que conseguirá se superar

Desnudando os próprios monstros 

Para então se libertar

 

Imenso é universo 

Assim como a mente humana

Que busca o inverso  

Com suas atitudes desumanas

 

Humildade tem que haver

Pois somos um pontinho no universo 

A arrogância deve desaparecer

Extinguindo os homens perversos

 

O universo é exemplo

De grandeza e humildade

E é assim que devemos ser

Com a própria humanidade 

 

Maria Aparecida Francisco 

domingo, 29 de novembro de 2020

Momentos Felizes


 


 

Quando estamos tristes,

lembranças felizes

nos fazem seguir,

mesmo que não saibamos

para onde vamos.

 

Quando estamos para baixo,

memórias felizes

nos fazem sorrir,

mesmo sem muito tempo

para respirar

 

Quando estamos depressivos,

momentos felizes

despertam a sensação

de que, em algum lugar do passado,

já houve esperança de um futuro melhor.

 

Terça-feira, 10 de novembro de 2020

sábado, 28 de novembro de 2020

O Turbilhão em um bilhão de reações






 

A falta de quem  não tem alta, por um amor verdadeiro, sincero, companheiro na jornada da vida, nem que se for para uma ida sem partida.

Incógnita que Incomoda, quase coca, roça a aguça por resposta. 

O meu eu tosta, queima, chamusca a sina da mina  da ocitocina com a dopamina. 

Não hesita, nessa usina de toxina a saber. 

Mas, quem me  dera saber a resposta para essa incógnita que me habita que não hesita. 

Quem me dera  as respostas, se nem sei quais são as perguntas, que me perfazem. 

É nessa usina, que ser zem não me fazem ir além do óbvio. 

Mas que me dera saber o que meu corpo quer beber? Se é nessa usina de ocitocina com dopamina que eu vivo até ir ao além, nem se for sem ou com a resposta. 

A incógnita nitra o que sei lá eu sou, só sei que zem eu não sou, nem com serotonina eu sou. 

Sou eu, um bilhão de reações sem lições de moralidade e eticidade.  

Sou eu quem caminha nessa mina de toxina e paixão em uma mansão sem uma lição a te dar.

Nem mandar a onde andar, porem a quem lhe vem apenas excitar o meu eu até onde for, nem que se for sem alem a algo que nem existe.

Sou eu turbilhão em um bilhão de reações com ações, sem lições, mas com desejos e medos.



Vitor Henrique

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Minha Justificativa

 


 

Álibi

Disfarce

Desculpa

Enganação

Tudo armado

só para dizer não!

O que se inventa

para não assumir

o que realmente

faz ou fez,

dos ovos, o frigir

para todos, fingir

para o mundo, fugir

na vida, não se permitir.

 

Salvador, 15  de novembro de 2020.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O que fizeram, o que eu fiz e para onde fui



É foda, a cabeça lota em quotas de devaneio. 

Sujeira que me jogaram, amarraram e me deixaram em uma mar uivante de Abrantes.  

Não se iluda com a forma lúdica da localidade airosa, porque não existe rosas sem espinhos, nem que se for no pinho do seu ninho. 

Não importa a forma, a sonata está perdida em uma ida sem partida, mas com chegada aonada mais me consola.  


As solas nem estão gastas em lascas. Mas já sei que não há nada mais. 

Porque não há? 

Porque eu já disse, me sujaram, amarraram e me jogaram no meio do nada e eu não sei nadar, nem ao menos andar no desconhecido. 

Não sei que lugar é esse, 

Não sei se tenhas o nobre e o pobre, e se eles se importam em ouvir os meus pensamentos confusos tontos pela… a maré.   

A porta parece  torta,  cheias de discursos  de nenhures. Porque, donde eu veio pelos devaneios, não conheci achar meios a abrir. 


A cabeça tida madura, já sabe que a vida  é assim, dura igual uma pedra, que  que  esmurra em uma algazarra de sentimentos. 

Uma verdadeira surra de  momentos e tormentos em só lamentos. 

Não se engane ou encane, dizem que é apenas uma pane no sistema. 

Urge então a necessidade de saber, para não beber na fonte da ignorância, porque a ânsia em uma direção de uma ação, que nasce naquela  idade.

Naquela idade, em que você não vê as coisas do jeito que antes via. 

Você de per si, sabe que  a vida é assim, no sim ou no não, sempre serei o anão da pirâmide. 


Ahhh, se eu pudesse ja ter descobre está chave mestra para concertar ou atar os nós do que já se foi. 

Aos  amigos que você tem que não ligam, 

o  sinal de pane aparece e você não amanhece 

É, no verso da canção, no abrir da chave, que a ave ligeira já sabe antes  que você, que é só ela e mais nada. 

Não existe amor no clamor da dor de um sociedade doente. 

Quem fala que sim mente, pela  simples mediocridade que transforma a terra em letra de funeral. 

Não existe compaixão, nem paixão. 

Não existe nada além dessa vida, porque na ida, você sabe que  somos meros passageiros prestes a partir. 

Desligue os castelos do tetris, que moldam quem está certo ou errado na peça de encaixe, desligue a máquina, desligue a cina.  

Porque nada importa, nem a forma, nem o como e o porque.


Vitor Henrique


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Má Vontade

 



 

Má vontade é tudo de ruim!

É muito difícil lidar

com quem se acha com razão

e não dá espaço

para fazer outra programação

 

Má vontade é uma droga!

Não há como conversar

com quem não admite repensar

a atitude tempestuosa

que somente tem o dom de perturbar

 

Má vontade é uma praga!

Só dá mesmo para lamentar

a empáfia de quem tem certeza

de que todo erro é alheio

e todo mau resultado não é sua culpa.

 

Má vontade é uma merda, viu?

 

Salvador, 05  de novembro de 2020

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O crivo do não saber da falsa esperança



A vida  criva o agrado da falsa esperança em um fardo pesado, que nem  alça de uma calça que não laça. 

A impostora, a  mentirosa,  a farsante ou hipócrita falsa esperança.  

A ânsia do ancorar no Lar que leva a um destoar. 

Um aborrecimento, uma mentira ou tirania. Eis o crivo do livro vivo que construímos em uma falsa esperança do não saber.


Que guiado e liderado  pelo o sonhar que nos criva. 

Da incógnita cotidiana  do sonhar ou não sonhar? 

Acreditar ou não acreditar, para o  medo de nós arranhar e nos ferir no ir. 

Não vamos ancorar se não sonharmos. 

Não vamos acompanhar o marchar da maré. 

Não vamos nem ao menos ter lido o livro do não saber

Mas se for um houver do muro sem lucro. 


Das  as alegrias… 

das  alegorias das falácias que não devem ser cogitadas, digitadas, lidas e escritas. 

Das idas às ideias inobsoletas das Borboletas das letras da falsa esperança.


Mas, se não sonhar não teremos vivido o livro.  

Do amada do nada. 

Do rechear do cheirar do lar 

Do avistar até aterrar em uma terra do além mar

Para que o amarrar do amar, se torne lar. Eis, o livro do não saber do escrito, digitado ou cogitado.


Vitor Henrique

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Cansaço

 



O cansaço é um passaporte

O cansaço é um desinvestimento

O cansaço é a saída

de quem já passou do limite

O cansaço anestesia

qualquer reação possível

de quem se esgotou...

 

Salvador, 04  de novembro de 2020

domingo, 22 de novembro de 2020

Direito e Poesia



 

De onde nasce o direito? 

E a poesia, de onde nascerá ?

Penso em mil respostas

Mas qual delas será? 


No direito há palavras

Que buscam te ajudar

Na poesia as palavras

Expressam o seu olhar


Direito e Poesia

Ambos nascem

Do sentimento humano

Que busca se consolar


Sentimento de amor

De dor

De horror

Sentimento libertador


Assim nasce o direito

E assim a poesia nascerá 

Sempre do sentimento 

Que o homem externar



Maria Aparecida Francisco