sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Poema Maior



Poema Maior

Rodolfo Pamplona Filho
Onde encontrarei
o nosso Poema Maior?
Nosso Poema Maior reside no coração:
parceria, intimidade e cumplicidade!
Nosso Poema Maior
não precisa ser escrito para existir...
Ele não precisa de tinta e papel...
Nossas mãos tocam mais do que papel:
tocam corações, mentes e almas...
e esse desejo de estar junto
está fadado ao universo,
que conspira e inspira
toda nossa capacidade
de se entregar...
Nosso poema toca esperanças;
toca sonhos; toca lábios;
trocam-se sensações
que nunca antes foram sentidas...

Separados pela vida
e reunidos pelo destino,
seremos um casal
casado em espírito,
mesmo que em casas separadas...
casados no coração,
ainda que dormindo com outros amores...
casados no amor real e puro,
no qual jamais haverá divórcio...

Nunca me entreguei a alguém
como me entrego a você:
meu macho alfa, meu oásis no deserto,
minha enzima, minha fonte de vida,
o alface da minha salada...
A quem mais eu poderia
chamar assim
com tamanho amor?

Nunca fui amada
como sou com você...
e repito mil vezes:
eu te amo como
ninguém jamais te amou,
em todos e vários sentidos,
em todos os versos,
em todas as metáforas
de nosso Poema Maior.
São Paulo, 07 de outubro de 2010.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Nudez

Nudez

Rodolfo Pamplona Filho
Sabe o que descobri?
Você é o único que
consegue me enxergar...
O amor verdadeiro remove as
membranas que fecham os olhos
e apenas você...
consegue me ver nua...
e que nada mais pode me quebrar...

E me viu nua...
sem tirar uma peça sequer de roupa...
E me viu nua...
sem expor parte alguma de meu corpo...
E me viu nua...
no dia em que olhou em meus olhos...
e viu além de qualquer casca...
E me viu nua...
no dia em que conheceu minha alma
e soube exatamente quem eu era...
e permiti tão íntima ligação
por não carecer de resistência...
por não precisar mais me esconder...
por acreditar em nós...

E eu descubro em você
o que pensei
somente existir em sonhos...
mas sonhos somente são possíveis
se estamos vivos...
sonhos somente existem
se há vida e desejo...
sonhos somente se realizam
na nudez da alma...

São Paulo, 07 de outubro de 2010.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sozinho na Multidão

Sozinho na Multidão

Rodolfo Pamplona Filho
A pior solidão é
ficar sozinho na multidão,
esperando em pé
um pouco de atenção
de quem compartilha a fé
ou a promessa do coração.

Não sei se é trágico
ou simplesmente irônico,
mas é quase mágico,
diria icônico,
quando sua presença é reclamada,
mas, na verdade, ignorada...

Um dia, eu gritarei
e ouça quem quiser.
Direi tudo que sei
sobre a tristeza que vier:
não há dor maior ou lama
que ser ignorado por quem se ama.

Salvador, 06 de outubro de 2010.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E. L. A.

E. L. A.

Rodolfo Pamplona Filho
Quero te abraçar forte,
mas meu braço não responde...
Tenho muito a fazer,
mas não sei como ou onde.

Tenho ainda tantos sonhos
e projetos a desenvolver,
mas é terrível quando se descobre
que não se pode tudo controlar ou ter.

Ela pode vir de varias formas:
devagar se instala
ou toma tudo de repente!
E a sensação que fica
é de uma saudade do presente

da vida e de tudo que ela oferece:
conversar, passear, viajar...
Nem precisa ir tão longe:
basta ter autonomia para,
voluntariamente,
ter o direito de nada fazer...

Choro, mas não somente
pelo que me aconteceu
ou por tudo que
não poderei mais viver...

Choro pelo arrependimento
de não ter ousado mais,
de não ter vivido mais,
de não ter aproveitado mais seu ser...

Choro por um sentimento
que mistura melancolia e despedida
e, principalmente, a tristeza
de que não terei mais você...
São Paulo, 07 de novembro de 2010,
pensando em um grande amigo, Hamilton Barros de Vasconcelos (1959-2010),
que veio a falecer em 25/12/2010 (saudades, amigo...).

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sempre estarei aqui...

Sempre estarei aqui...

Rodolfo Pamplona Filho
Sempre estarei aqui...
mesmo que nosso futuro seja incerto,
talvez sem ver a chuva cair
ou sem lugar para dormir

Sempre estarei aqui...
mesmo quando tivermos que fugir
e esperar que a vida
possa novamente nos reunir

Sempre estarei aqui...
mesmo que os olhos nunca mais se cruzem
que nossos lábios não se juntem
e que a vida trate de cumprir
o inevitável momento do partir.

Sempre estarei aqui...
mesmo que não receba o seu OK
mesmo que o mundo mude sua lei
mesmo que o destino nos afaste de uma vez...

Sempre estarei aqui...
mesmo quando não haja pôr-do-sol
mesmo quando não vejamos o amanhecer
mesmo quando o mundo me tomar você...

Sempre estarei aqui...
ainda que tudo conspire
para que a gente se separe,
meu amor não quer que acabe...

Sempre estarei aqui...
em toda e qualquer ocasião,
em que possa ter a sua atenção
para me entregar na mais louca sensação...

Sempre estarei aqui...
mesmo que você deixe de me amar...
mesmo que você nunca mais queira me ver...
eu nunca descumprirei a promessa
de viver eternamente para seu prazer.

Salvador, 10 de outubro de 2010.

domingo, 26 de dezembro de 2010

La vista más bella de Madrid

La vista más bella de Madrid

Es necesario tener valor
para buscar el propio camino...
Es necesario tener pasión
para seguir ese camino...
Es necesario tener serenidad
para no enloquecer en el camino...

La falta de cariño paternal hace daño,
mas ayuda a endurecer el cuello;
la ausencia de orgullo maternal entristece,
mas ayuda a aprender a tragar en seco...
La soledad provoca la duda donde otrora había la certeza de la elección correcta,
como si hubiera elecciones correctas a hacerse...

Hay muchas variables en la carretera,
que, definitivamente, no es recta.
El camino se hace caminando
- ya decía otro poeta –
mas su construcción maltrata
por no haber una única vía cierta...

No se cogen rosas
sin el riesgo de las espinas;
no se vive libremente
sin el miedo de equivocarse,
mas cada caída es una lección
de como aprender a levantarse.

La roca, con el viento, es pulida.
La arena se hace menos áspera y más lisa.
Mas no deja de ser piedra...
La roca solamente se hace obra de arte...
... por la violencia del escultor
... por la fuerza del martillo y de la garlopa
Y se hace estatua, finalmente,
Mas no deja de ser piedra...»

sábado, 25 de dezembro de 2010

Biela Forever

Biela Forever

Por que eu escrevo poemas?
Por masoquismo, talvez!
Para que alguém leia e dê risadas,
imaginando o quão infantil eu sou,
juntando meia dúzia de palavras herméticas,
soando como um pedante intelectualóide cabeça!

Quem sabe, então, por um desejo incontrolável
de que alguém os leia...
... e os entenda... e me entenda!
Esse alguém teria dó de mim,
não a pena hipócrita de sentir sem tomar parte,
e sim a misericórdia com gosto de paixão,
que completa uma espaço sem ter tirado,
invadindo uma vida sem ser chamado.

Ser sensível é ser babaca.
Ser babaca é ser sensível.
Me sinto agora como há vinte anos:
puro, imaculado
A paixão por um poema
é algo tão belo,
tão puro
e tão burro
que só alguém como eu e você
poderia conceber
e acreditar!

Por que eu escrevo poemas?
Biela forever.

(1990)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Do Riso ao Pranto

Do Riso ao Pranto

Rodolfo Pamplona Filho

Do riso ao pranto,
procuro o meu canto,
onde possa viver,
onde possa chorar,
onde possa ser eu mesmo...
buscando algum lugar aonde eu possa fugir, me sentindo em casa..
buscando algum lugar onde eu possa estar em casa, fugindo do mundo...

Salvador, 05 de outubro de 2010.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Voltar a Viver

Voltar a Viver

Rodolfo Pamplona Filho

Meu Deus...
Quanto tempo desperdiçado...
podendo estar ao seu lado...
meus olhos se perdem
e se confundem
com o verde do mar...
e trazem a lembrança
que me faz sonhar...
que você é real
e que quero te abraçar...

Mas este mesmo Deus
permitiu-nos o reencontro...
para o qual finalmente
estávamos prontos...
o que talvez, na verdade,
não fosse possível no passado...
pela intensidade e maturidade
do puro amor revelado...

E a cada momento vivido,
que, para muitos, seria incompreensível
é cada dia mais bonito...
é cada dia mais incrível...
e me concede a certeza
de ser um presente da natureza
com uma indescritível beleza...

E não tenha dúvida de que algo nasceu
com animus de definitividade,
o que prova que serei sempre seu
e que voltar a viver não tem idade...

Salvador, 05 de outubro de 2010.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

É melhor não irmos além disso

É melhor não irmos além disso

Rodolfo Pamplona Filho

É melhor não irmos além disso,
antes que não seja possível
manter nossa sanidade mental.

É melhor não irmos além disso,
antes que os que nos amam
machuquem-se mais do que o normal.

É melhor não irmos além disso,
antes que alguém reaja
com violência animal.

É melhor não irmos além disso,
antes que nosso sofrimento
seja maior que o habitual.

É melhor não irmos além disso,
antes que um lindo romance
vire atração fatal.

É melhor não irmos além disso,
antes que nosso amor casto
torne-se meramente carnal.

É melhor não irmos além disso,
antes que o gosto doce da sua boca
vire amargo fel e sal.

É melhor não irmos além disso,
antes que o que só nos faz bem,
de repente, nos faça só mal...

É melhor não irmos além disso,
pois continuarei te amando sempre,
independentemente de qualquer final.

É melhor não irmos além disso...
É melhor não irmos além disso...

Salvador, 04 de outubro de 2010.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Diálogo de um Amor Platônico

Diálogo de um Amor Platônico

Rodolfo Pamplona Filho

Amada...

Desde que você apareceu,
meu mundo mudou
e hoje é fácil enxergar
como eu sou...

A riqueza do nosso beijo
vai além do desejo compreensível e quente
já que, mesmo aparente,
ele não é suficiente...

Não quero pressa
...nem medo e receio
não quero um desvario,
nem loucuras de adolescente

Eu quero que você me veja com sono,
cochilando em seus braços,
e sentir me levar para cama
e me cobrir de abraços

Amada...
renuncie ao que te ensinaram
como um único caminho
e ouça o que tenho a dizer...

Vivamos um amor único
herde o tempo de forma eterna
construa comigo fantasias etéreas
apenas com belezas e suspiros

Não me importo com sexo...
Não quero te pressionar a nada...
Quero apenas a certeza
de que você é meu porto seguro...

Cale-me com seu beijo,
sinta meu cheiro e pense no desejo,
olhe fundo nos meu olhos
e me deite em seu colo

Amado...

Encontrar você foi um presente
que a vida reservou de forma surpreendente
para trazer luz ao que estava apagado,
para trazer poesia ao que estava fechado

Um beijo é somente um marco
do início de uma história,
que não precisa ser um parto
de uma apressada vitória.

Eu também não quero pressa,
não quero quebrar o que é mágico...
Prefiro a delicadeza da promessa
do que forçar algo e ser trágico.

Quero ter sono ao seu lado
e, simplesmente, dormir,
para ter a beleza do cuidado
e não deixar o outro partir...

Amado...
Renuncio a tudo que aprendi
e não quero qualquer contato,
se isso importar em nos cindir.

Viverei, sim, este amor único,
sem necessidade de carnalizar,
herdando este tempo lúdico
de fantasiar e somente suspirar...

Também não me importo com sexo
e não me frustrarei em viver assim,
pois ser o seu porto é o meu nexo
de viver em um ritmo afim...

Prefiro sentir seu cheiro e ouvir sua voz
a calá-lo somente com um beijo.
Prefiro nunca mais viver só,
pois meu colo é seu travesseiro.

Salvador, 3 de outubro de 2010.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Angústia do Silêncio

A Angústia do Silêncio

Rodolfo Pamplona Filho

O silêncio é terrível
pois significa tudo
e, ao mesmo tempo, nada,
como uma esfinge a decifrar...

Quero te ver várias vezes
e aproveitar toda oportunidade
em que isso possa ocorrer,
ainda que seja raro...

pois raro é o sentimento
que une duas almas gêmeas,
que nada tem a ver uma com a outra,
mas são iguais no coração.

A vida está em nosso desejo,
que não é necessariamente físico,
mas que estará sempre conosco
onde quer que estejamos.

Eu me contentarei somente
com a lembrança de um beijo,
como prova de que não quero só a casca,
embora ela também seja adorável.

“Posso te ver agora?”
é a pergunta mais feita
nos tempos de segredo
e nos momentos de aperto

A angústia da espera
torna o tempo por inteiro:
segundos parecem dias,
minutos são um desespero...

e toda essa ânsia
e toda esperança
sempre será um queimor
para alimentar tamanho amor

Salvador, 3 de outubro de 2010.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Acordando

Acordando

Rodolfo Pamplona Filho

Acordar e ter você ao lado
é a mais perfeita visão
que fascina meu coração

Sentir seu corpo próximo
e o meu entregue
a essa nova ilusão

Estar completamente indefesa
e deixar que você descubra
o prazer de minhas incertezas

E no capricho de suas mãos,
o tempo pára, o segundo aguarda
...o desejo transpassa

E o desvendar da espera
culmina no seu corpo suado
no abraço apertado
e no sono prolongado...

Salvador, 3 de outubro de 2010.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Confissão

Confissão
Rodolfo Pamplona Filho

Meu corpo treme
Minha voz geme
Minha mente teme
que você não me alimente

Preciso de você
Tenho medo de perder
Tenho fé no anoitecer
para sonhar com prazer

E nos meus sonhos mais loucos,
você se mostra como poucos,
abraçando-me com segurança.
confiando-me suas lembranças

Tenho sede pelo contato
Tenho fome pelo abraço
Tenho desejo pelo cansaço
de uma noite nos seus braços

Não sei mais o que faço
Só sei que o que passo
atinge tudo que penso
aos devaneios mais extensos.

Você é minha companhia perfeita
que mistura amor e poesia
que me leva em toda fantasia
que não mitigará um dia

Confesso que vivi solto
Confesso que vivi louco
até o dia em que encontrei o calor
nos lábios de meu essencial amor

Confesso que somente quero viver
da forma que a gente puder e quiser
para estar ao seu lado eternamente
e nunca mais ser só novamente...

Salvador, 3 de outubro de 2010.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Fases e Faces da Vida

Fases e Faces da Vida

Rodolfo Pamplona Filho

Já passei por
diversas fases
em minha vida
e, por isso,
sempre corro riscos
de ser conhecido
ou estigmatizado
ou julgado
por valores que
nem mais cultivo
ou assumo
ou desejo...

Já passei por
diversas faces
em minha vida
e, por isso,
sempre corro riscos
de ser confundido
ou interpretado
ou condenado
por atos que
nem mais acredito
ou realizo
ou me orgulho...

Fases e Faces da Vida
Salvador, 3 de outubro de 2010.