segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Angústia do Silêncio

A Angústia do Silêncio

Rodolfo Pamplona Filho

O silêncio é terrível
pois significa tudo
e, ao mesmo tempo, nada,
como uma esfinge a decifrar...

Quero te ver várias vezes
e aproveitar toda oportunidade
em que isso possa ocorrer,
ainda que seja raro...

pois raro é o sentimento
que une duas almas gêmeas,
que nada tem a ver uma com a outra,
mas são iguais no coração.

A vida está em nosso desejo,
que não é necessariamente físico,
mas que estará sempre conosco
onde quer que estejamos.

Eu me contentarei somente
com a lembrança de um beijo,
como prova de que não quero só a casca,
embora ela também seja adorável.

“Posso te ver agora?”
é a pergunta mais feita
nos tempos de segredo
e nos momentos de aperto

A angústia da espera
torna o tempo por inteiro:
segundos parecem dias,
minutos são um desespero...

e toda essa ânsia
e toda esperança
sempre será um queimor
para alimentar tamanho amor

Salvador, 3 de outubro de 2010.

2 comentários:

  1. Uauu!"Posso te ver agora?" rsrs..
    Gostaria de sabe de onde vem tanta criatividade, tanta imaginação nesse sentido: pai de dois filhos, bem casado...
    Seu poema é lindo como sempre!
    Beijos saudosos (ou silenciosos) :p

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  2. Oi, Déa!
    Gosto muito de incorporar personagens, quando escrevo poemas.
    É um exercício interessantíssimo a idéia de tentar sentir o que outras pessoas pensariam em determinadas situações.
    Fico feliz que tenha gostado deste poema!
    Bjs,
    RPF

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