quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Tudo Bem



Drica Serra

moça,

tudo bem ser indecisa

quanto ao sabor do sorvete,

a camiseta, a pizza, a faculdade.

mas jamais aceite viver com a dúvida

sobre o amor de alguém por você. não dá pra

amar escondido, o amor salta, se mostra,

derrama pra todos os lados. se você não

o vê, acredito, ele não existe.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Mudando para você



Rodolfo Pamplona Filho

Vou mudar
minha cara,
minha casa,
minha fala

Vou mudar
meu endereço,
meu adereço
minha composição

Vou mudar
a minha postura.
a minha estrutura,
o meu caminhar

Vou mudar
tudo em mim
para poder
ser o mesmo para você.

Salvador, 14 de outubro de 2018.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Simultaneidade




Mário Quintana

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Ego e Alma



Rodolfo Pamplona Filho

Ser importante é do Ego
Ser feliz é da alma
Ser valorizado é do Ego
Realizar-se é da alma
Ter títulos é do Ego
Saber é da alma
Ser lembrado é do Ego
Fazer é da alma
Ser reconhecido é do Ego
Ter amigos é da alma
Ser casca é do Ego
Ser essência é da alma

Salvador, 21 de julho de 2018.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Uma certa arte




Elizabeth Bishop

(tradução de Nelson Ascher)

A arte da perda é fácil de estudar:
a perda, a tantas coisas, é latente
que perdê-las nem chega a ser azar.

Perde algo a cada dia. Deixa estar:
percam-se a chave, o tempo inutilmente.
A arte da perda é fácil de abarcar.

Perde-se mais e melhor. Nome ou lugar,
destino que talvez tinhas em mente
para a viagem. Nem isto é mesmo azar.

Perdi o relógio de mamãe. E um lar
dos três que tive, o (quase) mais recente.
A arte da perda é fácil de apurar.

Duas cidades lindas. Mais: um par
de rios, uns reinos meus, um continente.
Perdi-os, mas não foi um grande azar.

Mesmo perder-te (a voz jocosa, um ar
que eu amo), isso tampouco me desmente.
A arte da perda é fácil, apesar
de parecer (Anota!) um grande azar.

sábado, 26 de janeiro de 2019

Tudo de mim



Rodolfo Pamplona Filho

Quero viver com você!
Se já vivo,
quero viver mais:
Mais perto
Mais tempo
Mais quente
Mais vivo

Você merece o que há de bom!
Se já tem,
Quero dar tudo:
Tudo de vivo
Tudo de delicado
Tudo de romântico
Tudo de intenso
Tudo de mim!

Salvador, 10 de março de 2018.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

A Flor e a Náusea



Carlos Drummond de Andrade

Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Egoísta ou Altruísta



Rodolfo Pamplona Filho

Ser altruísta é bom,
pois pensar no outro ajuda
a resolver os problemas do coletivo

Ser altruísta é importante,
pois tratar somente em si
pode destruir a humanidade

Ser altruísta é valoroso,
pois achar quem cuida de outrem
traz exemplos que edificam

Mas não dá para ser só altruísta,
pois esquecer de sua felicidade
é condenar-se ao sofrimento.

Mas não dá para ser só altruísta,
pois não realizar seus desejos
é chafurdar na frustração.

Mas não dá para ser só altruísta,
pois não se preocupar também consigo
é o início de sua própria anulação.

Salvador, 20 de julho de 2018.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Certeza




Octavio Paz

Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?

Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Por que Poesia?



Rodolfo Pamplona Filho

Não se vive sem ar,
água e comida.
Mas andar sem poesia
é manter o corpo aquecido
de forma artificial.

A poesia é o que nos difere
de um animal irracional,
embora ele também possa
inspirar poesia,
ainda que sem saber.

A poesia transforma
o efêmero em eterno,
o instante em contínuo
e o fugaz em imortal.

Não me deseje o mal,
nem queira me tolher:
privar-me da poesia
é assassinar silenciosamente
meu desejo de viver.

No vôo para Orlando, 01 de janeiro de 2019.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Marcas de um egoísmo



Tiago Figueiredo

Querem que eu repita minhas ações,
assim como os belos traços no desenho das mansões.
Querem que eu confirme aquilo que eu não vi,
assim como sempre fazem julgando a ti.

E neste mundo onde a vantagem conta mais valor,
fico pensando nas vezes em que falta o amor.
E neste mundo onde a incerteza vale como argumento,
fico pensando nas vezes em que falta o sentimento.

Os homens perderam a razão do negociar e do fazer da paz.
A vida se tornou um marasmo, um cadeado sem a sua chave.
E ainda perguntam como serão as marcas das gerações.
As mulheres agora lutam com prazer e força.
Que marasmo irritante se tornou esta rotina.
E ainda perguntam sobre minhas visões.
Bebês segurando bebês, amamentando o que o futuro viu.
Realidade que se torna bem efetiva neste lugar.
E ainda perguntam sobre nossas emoções.

Se foi, se foi, se foi... Eu não sei.
A união do mundo que rasgou seus traços.
São marcas de um egoísmo vivente em nós,
são só gente perdeu os seus abraços.

Se foi, se foi, se foi... Eu já vi.
A união de um mundo que não dá sua mão.
São marcar de um egoísmo vivente em nós,
são só gente que perdeu amor no coração.

Querem que eu repita minhas ações.
Neste mundo onde a vantagem conta mais valor.
Onde foi a união e seu heroísmo.
São as marcas que compõe este egoísmo.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Sobre a Cultura



Rodolfo Pamplona Filho

Há momentos
em que se decide
embrutecer voluntariamente,
como se a violência
fosse a única resposta
eficiente para qualquer problema.

Há momentos
em que se decide
emburrecer voluntariamente,
como se o conhecimento
fosse um obstáculo
para uma tomada de decisão.

Há momentos
em que se decide
desaparecer voluntariamente,
como se a auto-anulação
fosse a solução
para o convívio como nação.

Eu digo não!
Não abra mão
do que te faz diferente:
a cultura é uma segunda pele,
uma tatuagem na alma da gente.

Salvador, 25 de agosto de 2017.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Da Felicidade



Mario Quintana

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Intolerância



Rodolfo Pamplona Filho

Nenhuma intolerância é tolerável
Nenhuma discriminação é aceitável
É preciso dar espaço de fala
para quem se discorda,
para que nossa própria voz
não seja calada.
Como respeitar a palavra de ódio
de quem não te respeita?
Sendo maior que ele
e torcendo para que
a fé no respeito
seja maior do que
o desrespeito da fé.

Salvador, 30 de outubro de 2018.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Agora, ó José



Adélia Prado

É teu destino, ó José,

a esta hora da tarde,
se encostar na parede,
as mãos para trás.
Teu paletó abotoado
de outro frio te guarda,
enfeita com três botões
tua paciência dura.
A mulher que tens, tão histérica,
tão histórica, desanima.
Mas, ó José, o que fazes?
Passeias no quarteirão
o teu passeio maneiro
e olhas assim e pensas,
o modo de olhar tão pálido.
Por improvável não conta
O que tu sentes, José?
O que te salva da vida
é a vida mesma, ó José,
e o que sobre ela está escrito
a rogo de tua fé:
“No meio do caminho tinha uma pedra”
“Tu és pedra e sobre esta pedra”.
A pedra, ó José, a pedra.
Resiste, ó José. Deita, José,
Dorme com tua mulher,
gira a aldraba de ferro pesadíssima.
O reino do céu é semelhante a um homem
como você, José.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Viagem no Tempo



Rodolfo Pamplona Filho

O sol já foi embora,
mas ainda dá para ver...
Olhamos para o horizonte,
vendo o passado,
em um instante levado
além dos seus limites

Viajar no tempo
não é ir ao futuro
ou voltar ao passado,
mas, sim, ter mais tempo
para estar no presente
e apreciar a beleza
que fatalmente desaparecerá.

Salvador, 14 de outubro de 2018.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Fraude contra credores



Jorge da Rosa


Ensinam os doutrinadores

De forma bem amável

Que na fraude contra credores

O negócio é anulável


Para a anulação

Do negócio fraudulento

Pauliana é a ação

Este é o entendimento


Situação de insolvência

Patrimônio e sua alienação

Devedor sem inocência

Fraude na atuação


Conluio fraudulento

Tem ciência o devedor

Que causará nesse momento

Prejuízo ao credor.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O que quero agora



Rodolfo Pamplona Filho

Saber onde você está
trazer para o meu lado
Não ter medo de buscar
o que não tive no passado

Voltar a sorrir em paz
Cantar e dançar como criança
Superar o que ficou por trás
Recuperar a esperança

O que quero agora
é encontrar quem me adora
e cumpre o que diz

Prova o meu gosto,
beija o meu rosto,
faz-me finalmente feliz

Salvador, 23 de julho de 2018.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Assombros



Affonso Romano de Sant’Anna

Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.

Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.

Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.

sábado, 12 de janeiro de 2019

Decidindo seu Papel




Rodolfo Pamplona Filho

Em uma disputa,
Você pode estar
cansado de bater
ou apenas de apanhar.
Resta saber
quem você
escolher ser.
É na preparação
para o combate
que se decide
quem você
vai ser
na luta de sua vida.

Salvador, 24 de outubro de 2018.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Sedução



Adélia Prado

A poesia me pega com sua roda dentada,
me força a escutar imóvel
o seu discurso esdrúxulo.
Me abraça detrás do muro, levanta
a saia pra eu ver, amorosa e doida.
Acontece a má coisa, eu lhe digo,
também sou filho de Deus,
me deixa desesperar.
Ela responde passando
a língua quente em meu pescoço,
fala pau pra me acalmar,
fala pedra, geometria,
se descuida e fica meiga,
aproveito pra me safar.
Eu corro ela corre mais,
eu grito ela grita mais,
sete demônios mais forte.
Me pega a ponta do pé
e vem até na cabeça,
fazendo sulcos profundos.
É de ferro a roda dentada dela.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Diferenças



Rodolfo Pamplona Filho

Há uma diferença
entre ser discreto
e esconder segredo

Há uma diferença
entre ser sincero
e agredir verbalmente

Há uma diferença
entre ser verdadeiro
e expressar ódio

Há uma diferença
entre ser livre
e abusar do poder.

Orlando, 03 de janeiro de 2019.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O Amor e o Outro



Affonso Romano de Sant’Anna

Não amo
melhor
nem pior
do que ninguém.

Do meu jeito amo.
Ora esquisito, ora fogoso,
às vezes aflito
ou ensandecido de gozo.
Já amei
até com nojo.

Coisas fabulosas
acontecem-me no leito. Nem sempre
de mim dependem, confesso.
O corpo do outro
é que é sempre surpreendente.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Racismo



Rodolfo Pamplona Filho

O racismo é a forma
mais antiga de bullying,
em que se exclui o outro
pelo fato de ele ser diferente,
como se nossas diferenças
devessem nos afastar,
em vez de nos atrair.

O racismo é o meio
mais comum de abuso,
em que se sonegam chances,
sob a alegação de méritos
ou exercício de direitos,
como a tentar convencer
que o outro é inferior.

O racismo é a manifestação
mais emblemática do ódio,
em que o não gostar
não é suficiente,
transformando-se em desejo
de simplesmente
ferir, destruir ou matar.

Salvador, 25 de dezembro de 2018.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Amanhecimento



Elisa Lucinda

De tanta noite que dormi contigo
no sono acordado dos amores
de tudo que desembocamos em amanhecimento
a aurora acabou por virar processo.
Mesmo agora
quando nossos poentes se acumulam
quando nossos destinos se torturam
no acaso ocaso das escolhas
as ternas folhas roçam
a dura parede.
nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo a
só nós ouvirmos.
Vai assim seguindo o desfile das tentativas de nãos
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras se acumulam em vão ao pé da montanha
Para um dia partirem em revoada.
Ainda que nos anoiteça
tem manhã nessa invernada
Violões, canções, invenções de alvorada…
Ninguém repara,
nossa noite está acostumada.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Clareza



Rodolfo Pamplona Filho

Clareza é sempre um “posterius”:
nunca um “prius” na interpretação
Todos carregamos pré-compreensões,
algumas controláveis; outras não.

Salvador, 20 de outubro de 2018.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Cor-respondência



Elisa Lucinda

Remeta-me os dedos
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim estas tardes
que parecem repetir
o amor bem feito
que você tinha mania de fazer comigo.
Não sei amigo
se era o seu jeito
ou de propósito
mas era bom, sempre bom
e assanhava as tardes.
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos que nos bolinaram os dois
a dois.
Pense em mim
e me visite no correio
de pombos onde a gente se confunde
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Doppelganger



Rodolfo Pamplona Filho

Em algum lugar,
em algum tempo,
existe alguém
igual a você,
mas completamente diferente:
Doppelganger

Salvador, 30 de outubro de 2018.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Aninha e suas pedras



Cora Coralina
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Brincando com as palavras




Rodolfo Pamplona Filho

As palavras são muito mais
de quem as recebe
do que de quem as pronuncia,
pois o sangue da vida
flui pelas veias das palavras.
É por isso que aprendi
que minhas certezas sabem
que eu só morro de amor
pelas novas...

Salvador, 25 de agosto de 2017.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Mais um ano, vivamos!



Genesio Vivanco

Esperança, desilusão, incerteza...

Assim chegamos sempre ao final

Ano Novo, vida nova, será?

Passado será futuro, ou não?

Presente, este é que nos remete

Com toda expectativa,

Para frente ou para trás.

De qualquer forma,

Eu não tenho como

Não desejar o melhor

Para todos que fazem o bem

Ao me desejarem felicidade,

Pois eu também

Desejo um Feliz 2019 para todos.