segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Lei do Caminhão de Lixo...


Lei do Caminhão de Lixo...
By Mônica Xavier 

Um dia peguei um taxi para o aeroporto.
Estávamos rodando na faixa certa quando, de repente, um carro preto saiu do estacionamento direto na nossa frente. 

O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou e escapou de bater em outro carro, foi mesmo por um triz!
O motorista desse outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente.

Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável !
Indignado lhe perguntei: 'Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro, a nós e quase nos manda para o hospital ?!?!'
Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo de
"A Lei do Caminhão de Lixo."
Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo.
Andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, de raiva, traumas e desapontamento.
À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente.
Nunca tome isso como pessoal.
Isto não é problema seu! É dele!
Apenas sorria, acene, deseje-lhes sempre o bem, e vá em frente.
Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, EM CASA, ou nas ruas.
Fique tranquilo... respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.
O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia.
A vida é muito curta, não leve lixo com você!
Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustrações.
Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.
A vida é dez por cento do que você faz dela e noventa por cento da maneira como você a recebe!

Tenha um bom dia, e lembre-se! Livre-se dos lixos!!!

domingo, 29 de setembro de 2013

Guitarra Baiana


Guitarra Baiana

Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Alexandre Machado
A terra mais linda é a Bahia,
em que se respira poesia
e o baiano sabe muito bem
que o verso vai muito mais além:
pois toca o coração!

E, neste solo abençoado,
que viu Caymmi e Jorge Amado,
vive um povo alegre e apaixonante
e que brilha mais que diamante:
pois toca o coração!

REFRÃO (COM A PRIMEIRA PARTE VARIÁVEL)
Da Barra ao Litoral Norte
De Ondina à Praia do Forte
Eu vou sempre dizer (para você):
Que o som da Guitarra Baiana
é a trilha de um mundo bacana
em que vale a pena viver...

Aqui nasceu o trio elétrico
e o mundo se tornou mais feérico
pois, na arte de Dodô e Osmar,
a música veio para encantar:
pois toca o coração!

O carnaval é energia pura
em que se é livre em plena rua,
colocando para fora a fantasia
de ser rei, princesa ou rainha:
tocando o coração!

REFRÃO (COM A PRIMEIRA PARTE VARIÁVEL)
Em Morro de São Paulo,
Ilhéus ou em Abrolhos
Eu vou sempre dizer (para você):
Que o som da Guitarra Baiana
é a trilha de um mundo bacana
em que vale a pena viver...

REFRÃO (COM A PRIMEIRA PARTE VARIÁVEL)
No Pelourinho ou na Liberdade,
Na Paralela ou no Centro da Cidade
Eu vou sempre dizer (para você):
Que o som da Guitarra Baiana
é a trilha de um mundo bacana
em que vale a pena viver...

REFRÃO (COM A PRIMEIRA PARTE VARIÁVEL)
Na Contorno ou na Praça do Poeta,
Na Chapada ou em qualquer festa,
Eu vou sempre dizer (para você):
Que o som da Guitarra Baiana
é a trilha de um mundo bacana
em que vale a pena (simplesmente) viver...



Salvador, 20 de setembro de 2012.

sábado, 28 de setembro de 2013

COISA DE MULHERES


COISA DE MULHERES
Francisca Lacerda

Essa couraça não é minha

Ë empréstimo da vida

Um dia será devolvida.

Uso com galhardia

Pra afastar ignaros,

Chamados preclaros,

 E profetas do apocalipse.

Esse posto também não é meu.

É  da vida. Exigiu-me subir.

Escalar. Guardar e Cuidar.

Coisa de mulheres.

A espada é adereço da couraça.

Ë pura exibição. Ego soberbo.

Passado o tempo. Missão cumprida.

Devolvo o posto. A couraça. A espada.

Vou brincar na praia.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Batman e Direito


Batman e Direito

Rodolfo Pamplona Filho
O Direito é como o Batman...
Se tudo que ele defende
efetivamente existisse,
ele próprio não precisaria existir...

Salvador, 15 de agosto de 2012, refletindo em uma dissertação de mestrado...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Concurso

Concurso
Vanessa Bacilieri
08/07/2012


Sentada na escada, esperando a passagem
Depois de mais uma prova
Nada mais me vem na cabeça senão a viagem
Cansada, sem ter o que pensar a não ser a dosagem

Qual a verdadeira medida do estudo?
Quando receberei a recompensa?
O resultado do gabarito diz tudo?
Ou não passará de uma dispensa?

Tomara que dessa vez o examinador não esqueça
De que embora seja a primeira
Muito esforço houve nessa avença
E o que se mede não basta uma simples peneira

De volta pra casa eu oro
Peço a Deus proteção e paz
Porque se não for dessa vez, eu choro
Mas viro a página porque sou sagaz

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Soneto das Promessas Vãs


Soneto das Promessas Vãs

Rodolfo Pamplona Filho
Promessa celebrada
com evidente fervor,
mas que vale nada
sem qualquer pudor...

Juramentos lançados
com animus de acontecer,
mas totalmente quebrados
sem sequer perceber...

Não saber o que lhe tira o gás:
a tristeza da monotonia
ou a expectativa vazia,

pois o problema não é o que se faz,
mas o que se deixa de fazer:
palavras dadas para não valer...

Salvador, 12 de agosto de 2012.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Da Musa ao Poeta


Da Musa ao Poeta

Eu conheci um poeta
ainda mais bonito que Caetano,
com voz de locutor de radio,
cabelos compridos
e olhos de menino...
um poeta que me ensina
muito sobre o amor
que nada pode esperar
e que encheu minha vida
com muito riso
e alguma dor...

Beatriz A.M.

08/08/2012

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Dura Realidade


Dura Realidade

Rodolfo Pamplona Filho
A vida é um conjunto
de ocorrências aleatórias,
desprovidas de significado
ou qualquer substância.
Nascemos sem qualquer culpa
ou a menor responsabilidade,
sendo expostos, sem misericórdia,
a uma série infinita de humilhações,
projetadas para reforçar
nossa absoluta impotência
diante de um universo
que nunca nos quis...
Mas, ainda assim, resistimos...

Salvador, 12 de agosto de 2012.

domingo, 22 de setembro de 2013

Professor em Matéria de Expansão do Músculo Cardíaco

Professor em Matéria
de Expansão do Músculo Cardíaco

Você é tudo o que eu descrevi,
sem licença poética...
é meu suspiro de prazer,
meu pacto com a esperança,
minha fé na roda da vida...
Adoro quando Moraes canta:
"você é quem conhece mais
a voz do homem que te ama.."
Serei eu amanhã,
ouvindo meu menino lindo falar...
Verei aquele que é
meu amor precioso,
minha saudade cotidiana,
minha poesia encarnada,
meu desejo de felicidade,
meu professor em matéria
de expansao do músculo cardíaco...

Beatriz A.M.
06/08/2011

sábado, 21 de setembro de 2013

Flores


Flores

Rodolfo Pamplona Filho
Flores de plástico
são muito práticas
para ser amorosas...
Flores de verdade
são muito perenes
para ser perpetuadas...
Flores são como amores:
etéreos e eternos,
materiais e espirituais,
que dizem muito de quem dá,
mas também de quem recebe...
As flores são tudo e são nada
para quem as sente,
no toque, no perfume,
e no contemplar
a beleza que se esvai
ou se dilui com o tempo,
mas cujo significado
jamais passará...

Salvador, 18 de agosto de 2012.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A um Palmeirense do interior!


A um Palmeirense do interior!

Viver no Interior. Vidão! 
Poder: molhar iscas,
Torcer para o Porcão,
Ouvir boas músicas.

Poder passear;
Sentir o sereno.
Poder namorar,
Viver sem veneno.

Aqui em São Paulo,
Para isto não há mais espaço.
Em vez de viver. Me enjaulo

Aqui está tudo pequeno.
Precisa ser homem de aço,
Para sobreviver neste terreno. 

(Paulo Basílio 07/07/2012)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Liberdade


Liberdade

Rodolfo Pamplona Filho
Liberdade é
uma palavra
para dizer
que não há mais nada
a perder...

Salvador, 11 de agosto de 2012.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

TRADUÇÃO


TRADUÇÃO

Confesso meu amor
imenso às ilhas

Claro está: não falamos
a mesma língua

Não sei se me ouvem
e percebem

mas em meio às ondas frias
vez ou outra
um cardume de enguias
lambe de azul
as pernas, o corpo:
no gosto, no gozo

Eu
imerso.

Alberto Bresciani

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Adaptação



Adaptação

Rodolfo Pamplona Filho
Reformar o lustre
para caber na sala
Aceitar que promessas
não passem de palavras...
Fazer amor sem som ou ardor
para não acordar as crianças
Não clamar por calor
para não criar expectativa
Anestesiar a sede de vida
para evitar a despedida
Levar o dia-a-dia sem vibração
só para não se sentir frustração...

Salvador, 31 de julho de 2012.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nadezha Petrovna e os pássaros da estação de trem.


   Nadezha Petrovna e os pássaros da estação de trem.


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Foto: Cláudia Reina.


 Nadezha Petrovna e os pássaros da estação de trem.

  Ao  Liev Tolstói
                                                                                                                                                        
      A nevasca irrompera. Os flocos de neve perolados cintilavam ao encontro da luz pálida das lamparinas nos  altos postes. Os lampiões atenuavam a escuridão das ruas vazias. A noite sem lua avançava com rapidez  invernal.
     Konstantin Vladimirovitch, sentado em sua poltrona de leitura, acarinhava Putchkin, um gato cinza e sonolento que ressonava em seu colo.  As cortinas abertas permitiam a  contemplação da neve que escorria nas vidraças, com seus cristais fulgurantes como se houvessem, os cristais, sorvido a luz das estrelas ausentes, e estivessem devolvendo-a agora,  presenteando o céu sombrio. A neve irradiando nas janelas e o crepitar das chamas na lareira,  intensificava  a memória daquela tarde gélida  em que partira no trem de Moscou para São Petersburgo.
    Foi no vagão-restaurante que a vira pela primeira vez. Nadezhda Petrovna tocava o samovar como se pudesse sorver o calor para o delicado corpo. A tez alva avivada pelos  lábios vermelho-sangue e grandes olhos verdes emoldurados por sobrancelhas bem definidas. Os cabelos castanhos presos em coque, deixavam a mostra  o pescoço esguio e o colo bem definido. Os lábios rubros e os olhos vivos contrariavam o austero vestido azul marinho. Nos contrastes, ele percebeu a inquietude dessa bela mulher. Konstantin dava atenção aos detalhes desapercebidos pela maioria. Cordato, ele se tornou, de repente, atraído pelo perigo. A ameaça do desconhecido que sempre o amedrontara, acenava. O caráter sedutor   do acaso realçava o seu cotidiano invariável.
      Konstantin pensava como facilmente  poderia  esquecer dos sentidos. Todos tinham que morrer um dia, por que não viver o agora? Queria ser acariciado tal qual os amantes apaixonados. Não mais importava a falsidade à sua volta. Cansara das máscaras usadas nos julgamentos. Ser adulado, tão só pelo que podia ofertar o seu cargo, e não como um homem eivado de falibilidades e renúncias, enfadava-o , em vez de envaidecê-lo. Há muito   pagara  pela alegria da ambição. Uma  recordação dolorosa invadiu o seu pensamento. Quando Valentin Makárovitch, presidente da Corte, tivera uma doença terminal. A aparência definhada e decadente  do magistrado causada pela enfermidade, difundia temor aos demais. A figura do Poder vencido pela fragilidade humana. E, tão logo, morto, enterrado e terminada a cerimônia fúnebre, o interesse velado, era quem assumiria a vaga aberta. As sombras daqueles homens em volta da sepultura de Valentin, causavam-lhe náuseas.
     Não queria ser como aqueles que sem o Poder nada mais lhes sobra. Visivelmente perturbado, percebera como sacrificara a vida. A esposa, após tantos anos, ainda reverenciava autoridades e frequentava todas as recepções. O farfalhar das sedas e a desilusão dos rostos empoados. Tudo era  tão previsível. As regras burocráticas e os protocolos o esmagavam como rochas desmoronadas sobre um corpo são. Que importância descomunal tinha o seu cargo para que pudesse convencê-lo a morrer lentamente a cada dia? E se a sua existência não passasse de uma grande palco  que criara para dar vida ao seu papel oficial? Vivenciava o conflito que tanto evitara em  nome das instituições  que o    enraizavam.
     Tomou consciência de sua existência estreita e pesada. As muralhas que antes o protegiam, agora o sufocavam. A mulher de olhos verdes  desafiava os muros de pedras palacianas que o cercavam.
     Nadezhda Petrovna também o observava, enquanto   bebia  o chá escaldante. Gostara da aparência elegante desse homem discreto. O terno preto bem talhado. O nó alinhado da gravata. Os sapatos lustrados. Olhar firme. Nariz reto. Lábios finos. A aproximação iniciou  entre eles uma conversa agradável. Ele contou ser magistrado do Tribunal de Apelação; noutros tempos estudara música clássica. Tinha duas filhas. Viajava para um congresso jurídico.  Narrou nas entrelinhas das palavras não ditas, o trabalho ser o anestésico dos desejos encobertos.  
     Ela o  mirava com  olhos compreensivos.. Algo nele despertava ternura. A ausência de vida. Pulsante.Quis  abraçá-lo. Conteve-se.
     Por sua vez, Konstantin soube que ela era professora universitária de literatura russa. Ia  celebrar o nascimento de Dmítre, seu esperado sobrinho. Viúva precocemente, não tinha filhos. Possuía três gatos: Tolstói, preto com brilhantes olhos amarelos, arisco e desconfiado. Somente permitia ser afagado quando quisesse; Dostoiévski, mesclado de preto e branco tinha argutos olhos verdes, e, mostrava-se impaciente, guloso e asmático.  Tchekhov, sensível  e alegre, era branco com delicados olhos azuis. Encontrou os três, ainda filhotes, abandonados no parque Iskussitv onde costumava caminhar. Confessou ponderar com os felinos sobre as críticas literárias que escrevia. Tinha a nítida impressão que eles compreendiam, pois balançavam levemente os rabos e as orelhas ficavam bem em pé. Disse, gracejando, adorar a gradação sincrônica do preto e do branco em seus bichanos. Konstantin soube ter se apaixonado quando ela gargalhou sem pudor. De si mesma. Havia nela algo  deixado pela juventude inexperiente. Não estava conspurcada pela corrupção do caráter, pela devassidão dos jogadores imperturbáveis.
     Conversavam indiferentes ao tempo e ao que falar. Os assuntos se embaralhavam desordenados. Falavam como seres libertos . 
     Recordavam o verão, quando os campos e as florestas, livres das geadas e da neve,  resplandeciam. Os arvoredos seculares. Os juníperos  milenares  ao crescerem lentamente .  O  vigor  dos abetos. A resistência dos  lariços. A beleza das bétulas com sua casca branca e prateada, e as folhas ovais verde-claras. Ele também havia sido criança. Sonhara. Estendera-se sobre a relva. Gostara de ir à floresta. Colher cogumelos. Se não podia resgatar a inocência, ao menos buscaria a satisfação das sensações e dos sentidos soterrados.
     Ela disse gostar tanto do pão de mel de Tula que lá esteve para conhecer o  museu destinado à guloseima. Ele preferia um saboroso medovik para acompanhar o café nos intervalos entre as sessões do Tribunal.
     Os campos nevados avançavam pelas janelas do vagão. Sobre as planícies grisalhas   filetes de terra escura formavam estranhos  desenhos. Os salgueiros e as bétulas desfolhadas se contorciam, atormentados pelas rajadas de fortes ventos.  Os pinheiros embranquecidos, elevavam-se como torres. Em algumas aldeias,  casas  à  margem da ferrovia  emolduravam a paisagem com   luzinhas acesas e chaminés. As cúpulas  douradas, azuis com estrelas  e verdes das catedrais ortodoxas, sobrepunham-se ao céu abrumado. A simbologia dos templos.  A luta do bem contra o mal .
     Surpreenderam-se quando anunciaram a última estação. Sentiram o frio cortante ao abandonarem o trem. O piso descoberto da plataforma estava nevado. Caminharam pelos extensos corredores, lado a lado. Assombraram-se ao ver dois pássaros voando sobre os tetos da estação, sem se importarem com o ar glacial  e o céu plúmbeo.
     O voejar dos pássaros era como um alerta para não deixá-la  partir.  Não poderia destruir a chance que o acaso lhe deu. Sentia-se vivo. Vivo! Lutava contra os sentimentos. Mas sabia que toda resistência  era  inútil.  
     Um silêncio tomou conta dos dois, um silêncio em que nenhum cristal de gelo se atrevia a  estilhaçar.
      Por momentos, a surda desesperança bateu nele. Numa resignação desesperada. A ausência de coragem em pedir que ela não partisse. Não se perdesse na multidão aglomerada das plataformas.
       De repente, percebeu  que Nadezhda estava ao seu lado fitando os pássaros. 


Cláudia Reina.

25 de julho de 2013.


domingo, 15 de setembro de 2013

Da Personalidade Jurídica das Pessoas Naturais


Da Personalidade Jurídica das Pessoas Naturais

Alysson José de Andrade Oliveira[1]
Aracaju, 02 de janeiro de 2013.

Com o nascimento surge a personalidade,
materializando-se na capacidade
de contrair obrigações e titularizar direitos,
atributos necessários a todos os sujeitos.

Sendo expressa a determinação legal
que estabelece o nascimento como o termo inicial
da personalidade jurídica da pessoa natural.
Devendo o indivíduo respirar
para a sua vida comprovar,
visto que a legislação civilista
adotou a teoria natalista.

Em razão dessa aquisição, a pessoa passa a atuar
podendo atos e negócios jurídicos realizar.

Uma observação se faz essencial,
posto que a lei de forma magistral,
veio de plano a assegurar
direitos ao nascituro para sua vida resguardar.
Possuindo este desde a concepção
direitos que protegem a sua perfeita formação.

O que leva parte da doutrina,
não sendo esta a que domina,
a explanar de forma idealista
que a teoria mais adequada seria a concepcionista.
Mesmo nesta corrente
entende-se de forma prudente
que o nascituro não titulariza direito patrimonial,
sendo a sua personalidade é meramente formal.

Outra parcela doutrinária,
igualmente minoritária,
alega que a teoria mais racional
seria a da personalidade condicional.
O nascimento constituiria a condição suspensiva
que daria ao nascituro a capacidade aquisitiva
de direito patrimonial,
posto que para esta teoria é essencial,
o nascimento com vida
para que se tenha por completo a personalidade prometida.


[1] Graduando do Curso de Direito da Universidade Tiradentes (UNIT), estagiário da Procuradoria da Fazenda Nacional em Sergipe (PFN/SE) e autor de artigos jurídicos. Tendo atuado, também, como Monitor de Direito Civil II (Obrigações) da UNIT e Pesquisador PROBIC/UNIT.

sábado, 14 de setembro de 2013

O valor de nossos pais


O valor de nossos pais

Um jovem de nível académico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista e o diretor fez a última entrevista e tomou a última decisão.

O director descobriu através do currículo que as suas realizações academicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O director perguntou, "Tiveste alguma bolsa na escola?" o jovem respondeu, "nenhuma".

O diretor perguntou, "Foi o teu pai que pagou as tuas mensalidades ?" o jovem respondeu, "O meu pai faleceu quando tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."

O diretor perguntou, "Onde trabalha a tua mãe?" e o jovem respondeu, "A minha mãe lava roupa."

O diretor pediu que o j ovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

O diretor perguntou, "Alguma vez ajudaste a tua mãe a lavar as roupas?", o jovem respondeu, "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu."

O diretor disse, "Eu tenho um pedido.  Hoje, quando voltares, vais e limpas as mãos da tua mãe, e depois vens ver-me amanhã de manhã."

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou a casa, pediu feliz à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe achou estranho, estava feliz mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas, e havia demasiadas contusões nas suas mãos. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpas com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência academica e o seu futuro.
Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou, "Diz-me, o que fizeste e aprendeste ontem em tua casa?"

O jovem respondeu, "Eu limpei as mãos da minha mãe, e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram."

O diretor pediu, "Por favor diz-me o que sentiste."

O jovem disse "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar."

O diretor disse, "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas, e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Estás contratado."

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipa. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.
 

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis, vai desenvolver- se mentalmente e vai sempre colocar-se em primeiro. Vai ignorar os esforços dos seus pais, e quando começar a trabalhar, vai assumir que toda a gente o deve ouvir e quando se tornar gerente, nunca vai saber o sofrimento dos seus empregados e vais sempre culpar os outros. Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um bocado, mas eventualmente não vão sentir a sensação de objetivo atingido. Vão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais. Se somos este tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho?

Pode deixar o seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande plasma. Mas quando cortar a relva, por favor deixe-o experienciar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer amar como deve de ser. Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são, um dia ele vai envelhecer, tal como a mãe daquele jovem. A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade  de trabalhar com os outros para fazer as coisas.
Quais  são as pessoas  com mãos enrugadas  por  mim? 
(Recebido sem menção da autoria)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Como não entristecer?


Como não entristecer?

Rodolfo Pamplona Filho
Como não entristecer
quando seu parceiro
prefere comer uma marmita
em vez de almoçar fora com você?
Como não entristecer
se a sua carência
é vista como stress
ou crise de meia idade?
Como não entristecer
se o suposto desejo por você
é facilmente substituído
por uma ida ao mercado?
Como não entristecer
se tudo que se vive
é motivo para crise
e não se vê como sair?
Como não entristecer?

Salvador, 31 de julho de 2012.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Um Grande Amigo!


A Um Grande Amigo!

Amigo é difícil de se encontrar.
Quando se encontra, é difícil de se manter.
Mas, com paciência, carinho e amizade.
Tudo fica fácil de acontecer.

Ao nosso lado, em qualquer momento.
Sempre disposto a ajudar e a compartilhar
As Alegrias e agruras. Até no Bilhar.
Ou seja: não escolhe hora ou evento.

Quem descobre ou acha este tesouro.
Não pode descuidar ou ficar inerte.
Cativar um amigo vale mais que ouro.

Não se deve contentar com mero flerte.
Tem que se esforçar para colher seus louros
Com muita disposição, desde seu nascedouro.

(Paulo Basílio - 20/07/2012)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Trabalho de Grupo



Trabalho de Grupo

Rodolfo Pamplona Filho
"Bote meu nome ai!"
E o que era coletivo
vira exercício de parasitismo,
em que os sanguessugas
do esforço alheio
apenas aproveitam o manjar,
sem efetivamente participar
do processo de desenvolvimento
que permitiu o conhecimento,
vivendo somente a explorar
o suor sem se esforçar,
o sangue sem conquistar
e a lágrima sem chorar...
Nem todos têm a compreensão
de que um trabalho em grupo
é muito mais do que a obtenção
da resposta para uma questão:
é uma tentativa de aprendizado
através da própria experiência,
em que o verdadeiro resultado
é a sensação de sobrevivência
de ter todas as etapas passado
com ética e decência...

Salvador, 02 de agosto de 2012.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sucesso ou fracasso


Sucesso ou fracasso

Ninguém é responsável pelo nosso sucesso
Também ninguém é responsável pelo nosso fracasso
Assim devemos caminhar
Cabendo a nós nessa vida brilhar

Apesar de termos em mente que a nós mesmos devemos cobrar
Um sucesso ou fracasso do outro não vamos lamentar
Somos senhores do nosso eu
Por sermos detentores das escolhas feitas quando estamos no breu

Ninguém é responsável pelo nosso fracasso
E ninguém também será responsável pelo nosso sucesso
Mas há de ressaltar
Aqueles que se fazem lembrar

O nosso futuro a nós pertence
Na graça de Deus, com muito esforço a gente vence
E com a companhia, amor e amizade dos que nos circundam
Apesar das dificuldades, os nossos objetivos não mudam

Sou fiel  e a mim devoto a minha destreza
E essa fidelidade é a que me segue e convence
De que nessa vida um dia a gente vence
Ainda que se siga numa tristeza

Objetivo é algo difícil de definir e até mesmo de acertar
Mas se nessa vida não o tivermos em mente
Nem o fracasso e nem o sucesso a gente sente
Por que nada iremos almejar

Devemos nos perguntar diariamente o que realmente a gente sente
Em qual o futuro queremos estar
O nosso esforço e dedicação tem que estar presente
Para no bel prazer a gente se encontrar

Aos que nos colocam para baixo, devemos perguntar
Se com meu sofrimento bem você vai estar
Acaso não lhe traga nenhuma felicidade a minha derrota
Quero que saia e feche e porta

Na minha vida eu escolho a minha companhia
Se quem eu quero me quer também, excelente
Não sendo de um jeito recíproco assim, adeus e um bom dia
Se quiseres a minha presença, te dou um abraço e fico contente

A vida é assim, feita do que vai resultar
Os ensaios não são válidos e nem permissivos
Tudo o que vivemos aqui podemos escrever em livros
No passado não podemos mexer, nem lamentar, pois com ele não há o que mudar

Viva a vida intensamente
Sem se lamentar acaso o seu destino não esteja a sua frente
Procure sempre um espaço nesse mundo de realizações
A sua felicidade está além de muitas visões

Vanessa Bacilieri (31.07.2012).


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Carinho


Carinho

Rodolfo Pamplona Filho
Preciso demais
Preciso de mais
Preciso de monte
Preciso para ontem...
Preciso para frente...
Preciso para sempre...
Preciso loucamente
Preciso serenamente
Preciso não ser mais sozinho
Preciso imensamente de carinho.

Salvador, 31 de julho de 2012.

domingo, 8 de setembro de 2013

ASSIM COMEÇOU O POVOAMENTO DA BAHIA...


ASSIM COMEÇOU O POVOAMENTO DA BAHIA...
Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos. Está
situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.
Sentença de 1587Trancoso,Portugal
Arquivo Nacional da Torre do Tombo
SENTENÇA PROFERIDA EM 1587 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO(Autos
arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)
"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso,  idade de sessenta e dois
anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos
rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e
mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo
não contrariou.

Sendo acusado:

*de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete
filhas e trinta e sete filhos;
*de cinco irmãs teve dezoito filhas;
*de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas;
*de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas;
*de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas;
*dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas.
Total: duzentos e noventa e nove,
sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo
masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".
Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo
adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso
nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres.
Acusam-lhe ainda, dois ajudantes de missa, infantes menores,  que lhe
foram obrigados a servir de pecados orais completos e nefandos, pelos quais
se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do
malfadado prior.
[agora vem o inesperado:]
"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos
dezessete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar
aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua
real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz , para onde
segue a viver na Vila da Baía de Salvador como colaborador de povoamento
português. El-rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença,
devassa e mais papéis que formaram o processo".

Meus caros manos. Não sintam inveja! O "pobre" prior não tinha TV,
Internet, nem mesmo rádio. Entandam que naquela época a concorrência
praticamente não existia. Com tanto "rabo de saia", desfilando na frente e
tanto mato ao redor, não há prior que aguente.

Chamou-me atenção, ora pois, dentre os vários nomes pelos quais “aquilo” é
conhecido: vaso nefando. Vivendo e aprendendo...Cuidado: Vaso nefando de
bêbado não tem dono!!! 

sábado, 7 de setembro de 2013

Soneto da Relação Cama, Mesa e Banho


Soneto da Relação Cama, Mesa e Banho

Rodolfo Pamplona Filho
Adoro a idéia de uma relação
em uma nova e abrangente versão,
talvez com diferente tamanho,
na cama, mesa e banho...

Cama, por tudo que explode
ou, no mínimo, se pode
fazer em cima ou por causa dela
 (e não necessariamente nela);

Mesa, por ser uma refeição
de mil talheres de satisfação
e de inesgotável prazer;

e banho, por limpar da monotonia,
saciando minha sede, outrora  vazia,
com toda a plenitude do viver.

Salvador, 30 de julho de 2012.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O tiozão conquistador



Rodolpho Parodi é o criador da consagrada fórmula para determinar a idade ideal de uma namorada: dividir a idade do homem por dois e somar quatro anos. Ele seguiu o método até o momento em que o resultado começou a exceder 30. Foi quando decidiu aperfeiçoar a equação com a inclusão de um teto
por MARCOS CAETANO
Em primeiro lugar, preciso esclarecer que só aceitei publicar este depoimento porque uma estagiária bem jeitosinha aqui da imobiliária, que acaba de completar 23 primaverinhas, me disse – com aquele jeitinho de estagiária jeitosinha que acaba de completar 23 primaverinhas – que acharia irado ver o meu nome estampado nas páginas desta revista, cujas capas, segundo ela, são sinistras. Confesso que não conhecia. Minhas leituras vão mais na direção de Cigar Aficionado e Yachts & Boats.
Não sou dado à promoção de minhas conquistas amorosas, mesmo nutrindo um inegável orgulho por jamais ter pago um drinque para mulher com mais de 28 anos. Foi assim quando eu era jovem, é assim agora que eu estou do lado errado dos 50, ou seja, com mais de 55. O título da matéria, ideia dela, teria que mencionar um certo tiozão, expressão que odeio: sou filho único e solteirão convicto, de forma que morrerei sem passar perto de me tornar tio. Mas ela é estagiária. E é jeitosinha. E tem 23 aninhos. Vinicius de Moraes e Bill Clinton sabiam, como eu, apreciar o valor de uma estagiária.
Diante do dilema de ter que discorrer sobre a minha garanhice sem macular meus arraigados preceitos de discrição, queimei as grisalhas pestanas para encontrar um ângulo capaz de pingar uma nota de humildade no relato de um homem já deveras pelancudo, mas que jamais teve o desprazer de deparar-se com pelancas alheias nesta vida. Não abordarei a parte prazerosa de ser um conquistador veterano, mas do altíssimo custo pago por alguém que decide levar uma vida como a minha. Não estou falando de custo no sentido financeiro, embora ele evidentemente exista. Só de medicamentos voltados à facilitação erétil eu costumo deixar cerca de 2 mil reais por mês na farmácia /a>. Aliás, já está mais do que na hora de o governo quebrar a patente, subsidiar ou baixar bem o preço desses santos remédios. Depois do bolsa-escola, do bolsa-família, do bolsa-agricultura, por que não o bolsa-saliência? É tão óbvio.

á uma lista interminável de coisas humilhantes que um homem com mais de 50 anos tem que fazer para ter alguma chance com as pré-balzaquianas, mas mencionarei aqui apenas as que mais me ofendem. No topo da lista vem o uso de camisas xadrez de mangas curtas. Não sei por que demônios as moçoilas pensam assim, mas elas só aceitam namorar um velho se houver o consentimento social de que se trata de um velho descolado. De forma que, da próxima vez que virem um veterano usando camisa xadrez, andando num daqueles rídiculos skates longboards (tenho dois, um deles motorizado), usando óculos de veado, tênis laranja e o utros acessórios constrangedores do mesmo jaez, tenham certeza: ali vai uma alma humilhada, que se submete a tamanhos ultrajes apenas por não conseguir viver sem uma namorada trinta anos mais jovem. O mesmo se aplica aos pobres coitados que desfilam por aí com cachorrinhos fofos, preferencialmente da raça pug, ou dirigemveículos engraçadinhos, como os Mini Coopers, enquanto sonham com um Porsche Cayenne (ou ao menos um honesto Hyundai Santa Fe). Um amigo chegou a fazer uma tatuagem do Restart no braço, e até hoje, antes da dose diária de hamamélis para as varizes, chora convulsivamente diante do espelho.
Quantas vezes este pobre apreciador das biografias de gigantes como Warren Buffett foi obrigado a varar noites discutindo o último livro da saga Crepúsculo? A quantos shows de sertanejo universitário eu tive que ir, apenas para mostrar como sou antenado? E as viagens? Que tristonho é ir para Lumiar quando se quer estar com a neve de Aspen batendo no nariz. Que desperdício frequentar as baladas de Florianópolis, ou Floripa, como elas querem, quando seria tão melhor gastar os cobres num bom show do Tony Bennett em Atlantic City. Quanta inveja dos que podem apreciar um puro malte em vez de ter que encher a cara com uma bebida chamada de ice, hediondamente estocada em uma geladeirinha cilíndrica batizada de co oler. Que maravilhosa deve ser a vida das pessoas cujo conceito de jantarzinho gourmet jamais as levaria a um mexicano divertido ou a uma hamburgueria mega hype. Não vou nem comentar outros hábitos bizarros das moças, como fazer curso de respiração, Power Yoga, tomar suco de uva com água de coco e correr na praia. Só de ouvir falar eu chego quase a sentir atração pelas quarentonas.
ara piorar, inventaram esse negócio de internet. Ai do cinquentão que não tiver perfil no Twitter, conta no Facebook e fotinhos descoladas no Instagram. Se já é difícil um velho faturar uma gatinha, imaginem um velho offline. De forma que, mesmo odiando profundamente essas baboseiras tecnológicas, sou forçado a pensar em posts criativosos para as redes sociais. Algo como “saca só o meu pug andando de skate”, apenas para dar um exemplo que me rendeu vários likes, ainda que nenhum deles tenha se convertido em sexo. Uma foto que também gerou muitos comentários foi a do meu salto de bungee jump na Nova Zelândia. Passei três dias internado num hospital de Auckland, com a cervical trincada, mas valeu a pena – rendeu um sexozinho. Minha jovem acompanhante achou tudo muito, sim, lá vem ela, irado. Falei em irado e lembrei que nada pode ser mais ultrajante para um homem da minha idade e posição do que ter que usar expressões como “demorô, véi!”, “esse show tá muito top”, “tô de boa” e ficar repetindo “tipo” como se fosse vírgula.
Preciso terminar por aqui. Uma gatinha, tipo que conheci outro dia num show do Luan Santana, está tipo passando aqui em casa para pegarmos tipo um cineminha. Eu tentei emplacar a última fita da Meryl Streep, mas ela achou coisa de velho, tipo nada a ver comigo. Assim, ficamos tipo entre Madagascar 3 e Os Vingadores – e ela vai deixar a decisão tipo por minha conta. Demorô, véi!