sábado, 29 de março de 2014

Musicando a Tristeza


Musicando a Tristeza

Rodolfo Pamplona Filho
Musiquemos a sensação...
A tristeza é inspiração...
O que machuca também ensina
e o sofrimento não precisa
ser uma eterna sina...
Somos movidos  a amor
e - porque não dizer? - a dor...
Somos o Som e a Dor...

Brasília, 14 de março de 2013.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Pipocas da Vida


Pipocas da Vida
   

          Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente.

          As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.

          São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas de repente, vem o fogo.

          O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor!

          Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.

          Pode  ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

          Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.

          Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura,  fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo que ela é capaz.

          Aí sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM!

          E ela aparece como outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.

          Bom, mas ainda temos o piruá... Que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

          São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.  Elas acham que não podem existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.

          Não vão dar alegria para ninguém.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Ummuntu ngumuntu nagabantul


Ummuntu ngumuntu nagabantul


Um antropólogo estava estudando uma tribo na África, chamada Ubuntu, e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa.

Sobrava muito tempo,  então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam

sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado.

Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto.

Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem, felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam: *"**Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"

*Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa: *"Sou quem sou, porque somos todos nós!"

*Na tradução literal da expressão inteira que é utilizada por esse povo:

*Umuntu ngumuntu nagabantu =

* *"**Uma pessoa só é uma pessoa por causa das outras pessoas**"* *.

  

*Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos...

UBUNTU PARA VOCÊ!


terça-feira, 25 de março de 2014

Diáfano


Diáfano

Rodolfo Pamplona Filho
O dia se faz noite
O dito fica pelo não
Ode
Ódio
Onde não sei se fico...
O Diáfano Espaço
O que, sendo compacto,
dá passagem à luz...
Transparente
como a diáfana fresta da porta...
A compleição diáfana
de quem, de frente,
parece estar de lado
e, de lado,
parece ter ido embora...
Diáfano
Dia foi
Dia fácil
Dia fogo
Dia fóssil
Dia faz ano
Dia faz plano
Diáfano ano...

Brasília, 13 de março de 2013.

segunda-feira, 24 de março de 2014

O Correto e o Justo




Para descontrair um pouco.


APRENDAM A DIFERENÇA, VIU?

Coincidentemente, dois juí­zes encontram-se no estacionamento de um motel e,
constrangidos, reparam que cada um estava com a mulher do outro.
Após alguns instantes silentes e de saia justa, mas mantendo a compostura
própria de magistrados, em tom solene e respeitoso um diz ao outro:

─ Nobre colega, inobstante este fortuito imprevisí­vel, sugiro que desconsideremos
o ocorrido, crendo eu que o CORRETO seria que a minha mulher venha comigo, no
meu carro, e a sua mulher volte com Vossa Excelência no seu..

Ao que o outro respondeu:

─ Concordo plenamente
com o nobre colega, que isso seria o CORRETO, sim...
no entanto, não seria
JUSTO, levando-se em consideração - que vocês estão
saindo, e nós estamos entrando...

domingo, 23 de março de 2014

Mares do Brasil


Mares do Brasil


Viver é mais que minha toca
- tenha certeza! -
Quero encontrar uma nova rota
com mais beleza
e conhecer os horizontes
de cada praia do Brasil:

Praia do Forte, Floripa
ou Fortaleza
Porto de Galinhas, Trancoso,
ou Olivença
Jericoacara, Paraty,
Pipa, Espelho ou Francês.

Sentir o infinito
azul ou verde
beber água de côco
deitar na rede
Nadar e mergulhar
até ficar sem respirar...

O barco solto,
vento gostoso no rosto,
os cabelos ao vento
ver uma linda sereia
e superar a areia
e qualquer tormenta (que passar)

Sentir a profundidade
e a calmaria na Imensidão...
No mar da tranqüilidade,
nao existe solidão...

Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Luciano Calazans 

Brasília, 12 de março de 2013.