sábado, 16 de janeiro de 2016

Mulher Ideal


Rodolfo Pamplona Filho




O que é uma mulher ideal?
Definitivamente, não é
alguém que não envelhece,
mas, sim, alguém para quem
o tempo não afeta o humor...
Não é alguém sem defeitos,
mas que aprende a sublimá-los
ou que acostumamos com eles...
E, ainda que brigue de vez em quando,
faça as pazes de forma tão gostosa,
que apague qualquer ressentimento...
Não precisa concordar com tudo,
mas tenha uma sintonia tal,
que saiba seu pensamento
antes de verbalizá-lo...
Esta é a minha mulher ideal!

Atenas, 29 de setembro de 2012.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Lembranças de um dia




por Antônio De Albuquerque Paixão, segunda, 12 de setembro de 2011 às 18:50


Hoje meu despertar foi de lembranças,
de um dia remoto anterior ao de hoje,
num tempo em que era jovem,
e livre para brincar com o tempo.

Quando a noite nunca vinha,
o sorriso não cedia,
a energia brotava,
dos poros, do cabelo,
da doce sujeira dos pés,
da alegria infinita,
e o sofrer era efêmero,
as calças eram curtas,
as preocupações tolas,
os desejos singelos,
os amigos, os melhores,
os amores, mais puros.

Porque não brincamos hoje?
daquele mesmo jeito de antanho?
porque eu não alcanço mais o sol?
Porque não posso soprar os anos para longe?
Bem longe?
E ser de novo,
um projeto inacabado,
uma energia potencial e cinética,
fundidas em essência infante,
que olhava para os dias vindouros,
e sonhava,
e os ansiava.

Eu olho para aqueles dias,
que o tempo levou,
e imagino como seria,
voltar,
conversar com aquele menino,
dizer que a culpa não foi dele,
só minha,
pois é,
toda saudade é um espécie de velhice



quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Amor em NY



Rodolfo Pamplona Filho


Amar é acordar de maduro
e não poder fazer nada puro
para não acordar as crianças,
nem mesmo alimentar esperanças...
É mudar de plano
com o carro andando...
É morrer de frio,
com o estômago vazio...
É se entregar inteiro.
sem poder ir ao banheiro...
É tolerar, suportar,
ir sempre em frente...
É aprender a ser resiliente...
É dar risada
da enrolação...
É não achar nada
por faltar a comemoração...
É não se estressar
com problemas imaginários
e saber enfrentar
os dilemas reais e diários...
É sentir que algo ainda pode fluir,
e, com todo o fervor,
nunca efetivamente desistir...
sempre por causa do amor...

New York, 03 de janeiro de 2012.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

TÃO BOM VOCÊ...


Sol, chuva,
Praia, cobertor
Tão bom estar com você
Meu verdadeiro amor

É tão bom te ver
Esperando um beijo meu
Mas se te miro num olhar
Você já me decifrou

Como num leve suspirar
Sabe de tudo sobre mim
Desde a noite ao acordar
Conhece os meus sonhos,
Meus desejos, tudo enfim

Se procuro um caminho,
Sabe onde me levar
Se preciso de um carinho
Nem pensa em me abandonar
Mas se desejo estar em paz
Basta me beeeijar

Me apresenta ao seu poder
Já é seu meu coração
Alimenta o meu querer
Faz eterna essa paixão
Vem e me mostra
Como é tão bom você...


Andréa Brito, 28 de abril de 2008.


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Freio de Mão Puxado


Rodolfo Pamplona Filho


Quero ir além,
mas algo me segura.
Penso em ser alguém,
mas me diz que é frescura.

Piso no acelerador,
mas nada responde.
Procuro calor,
mas não sei onde.

Não saber aproveitar
o que a vida tem para dar
traz um estanho exclamar
de que não adianta comprar

vinhos maravilhosos
que não vão ser bebidos
ou ter sonhos eróticos
que nunca serão vividos...

Falta de ânimo, de paixão,
de graça, de tesão,
de prazer em sua lida
de verdadeiro pulso de vida.

Tudo isso vem à baila
quando se descobre, à navalha.
a sensação de viver amarrado
com o freio de mão puxado.

New York, 01 de janeiro de 2012.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Frase de 1920




Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrario, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de erro, que sua sociedade está condenada.

Filósofa russo-americana, Ayn Rana.

( judia fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920)

domingo, 10 de janeiro de 2016

Esse muso, o dedinho



Rodolfo Pamplona Filho


Num saco de boxe pesado,
o papito, coitadinho,
deu um murro atravessado
e fraturou o dedinho

Morrendo de dor, o danado
foi correndo ao medicozinho
que não se fez de rogado
e tirou um retratinho

Vendo a fratura escondida,
sorrateira e bem malvada,
imobilizou sob medida
e solucionou a charada:

Para ficar bom, sem chorada,
e ganhar essa parada,
só consulta especializada
e uns beijinhos da filharada...

New York, 28 de dezembro de 2011.