terça-feira, 30 de abril de 2019

Feridas que seguem



Negra Luz

O amor de partida nos liquida
Não entendemos o porquê da sua saída
Uma quase morte por ti consentida
Uma dor que parece eterna ferida.

A ferida por vezes reacendida
Quer trazer o amor sem contrapartida
Ao pensar que curou-se, restou combalida
Voltou a ser inteiramente carne viva.

Ao colocar-se a carne ao sol ardente
Da esperança, do novo, visão do nascente
Enxergou outro amor no horizonte poente
Entendeu: se amou, se sangrou, é seguir em frente!

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Amor é (quase) tudo



Rodolfo Pamplona Filho

Amor é quase tudo,
mas o quase não é irrelevante
O que falta ao amor
para ser impactante?
Talvez um pouco de cuidado
Talvez um carinho inesperado
Talvez uma torcida explícita
Talvez uma entrega sem retorno

Amor é quase tudo,
mas o quase não é irrelevante
O que falta ao amor
para ser incessante?
Talvez uma dose de mistério
Talvez um suspiro no espelho
Talvez um choro em desabafo
Talvez um frio na barriga no encontro

Amor é quase tudo,
mas o quase não é irrelevante
O que falta ao amor
para ser acachapante?
Talvez um bilhete inesperado
Talvez uma surpresa no acordar
Talvez dormir agarrado
Talvez nunca parar de sonhar

Salvador, 27 de outubro de 2018.

domingo, 28 de abril de 2019

Tempo Sagrado



Bruno Terra Dias


A vida e a morte triunfam
na duração de um poema
e em pausas de recitação,
no jugo do tempo de leitura
e nos fardos da dicção
em noites de entrega e reflexão.

Uma vida esvanece
para dar lugar a outra,
e entre essas vidas
um intervalo de morte.
Tão necessário começar,
tudo abreviar e refazer.

O triunfo da vida
não é persistência
até final inspiração,
mas contínua elaboração,
alcançar ressignificação,
enquanto for lembrada.

O triunfo da morte
não finda nos intervalos,
no derradeiro verso,
porém no esquecimento,
já sem memória e história,
desprovido de favor e sorte.

O que foi, retorna,
o permanente acaba,
a matéria se desfaz
e as águas primordiais,
eternamente fecundas,
reelaboram o sagrado.

sábado, 27 de abril de 2019

Foco, Consolo e Esperança


Rodolfo Pamplona Filho

Direcionar esforços
para realizar
o que não se tem
e que outros acreditam
que não se terá.
Esse é o Foco

Saber que o pior arrependimento
é de quem nem tenta
e que conhecimento,
adquirido com esforço,
nunca se perde.
Esse é o Consolo.

Ter a consciência de que nada muda,
se permanecer a letargia,
e que toda estrada é construída
com cada passo que se dá,
ainda que na direção do desconhecido.
Essa é a Esperança!

Essa é a tríade
que renova a sede de viver,
o gozo de cada novo dia,
o gosto de continuar respirando:
esse é o foco, o consolo e a esperança!

Salvador, 14 de fevereiro de 2017.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

A Estrada da Vida



Leandro Góis


A estrada da vida
É igual a qualquer caminho
Têm descidas e ladeiras
Têm serras e espinhos
Têm uma ou duas facilidades
Um punhado de dificuldades
E uma “mixaria” de carinho...

Nesse misterioso ninho
Ganhamos uma cara missão
De seguir sempre em frente
E vencer a precisão
Ou quem sabe aprender
Quando acontecer
Uma grande decepção...

Quando numa ocasião
Você perder ou cair
Olhe sempre em frente
E continue a seguir
Aquiete o seu coração
E siga a sua canção
No final dizendo: Eu venci!

Não adianta mentir
Para o seu coração
Chore, grite e berre
Sinta e viva a emoção
Mas depois se recomponha
E em sua vida imponha
Garra e determinação...

E é essa a razão
De você a vida viver
Descer e também subir
Ganhar e as vezes perder
Como numa canção:
Muda-se a entonação
Mas bela não deixa de ser...

Então é crescer
Mesmo na dificuldade
Crescer e viver
Mesmo na instabilidade
Porque a melhor plantação
É quando vem de região
Que não traz facilidade

Em nossa sociedade
Sobre a vida é ensinada
Em atos constantemente
Diferente “tabuada”
Cabendo-nos aprender
Interpretar, ver e vencer
A dificuldade encontrada...

Mas se deve trilhar a estrada
Sem mágoa carregar
O ódio é um veneno
Que só vai envenenar
Quem dele aprecia
E quem não se policia
Da arte de odiar

É muito, mas muito azar
Quem o perdão não exerce
Vive com o remédio dentro
Mas quase sempre adoece
Porque não sabe exercitar
E ao próxima perdoar
Mesmo a que não merece

É na verdade uma prece
O ato do perdão
Chega-se perto de DEUS
E ele estende a mão
Soltando a mágoa represada
Deixando a odiosa curada
E aquietando o seu coração...

E como o Perdão
Outro bom sentimento
Que serve pra combater
Todo e qualquer lamento
É a grata GRATIDÃO
Um remédio pra uma nação
Que vive de sofrimento...

E neste parecer
De “palavras ao vento”
Espero ter ofertado
Um pouco de contentamento
Ao coração do leitor
Num momento de dor
Ou quem sabe de sofrimento...

Todo o discernimento
Sobre o viver por mim narrado
Serviu de combustível
Para que eu siga focado
E o perdão exercer
A Gratidão transparecer
E amar e ser amado

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Soneto da Interpretação da Poesia



Rodolfo Pamplona Filho

O poema não pertence ao poeta,
mas, sim, ao mundo que o interpreta.
Por isso, qualquer explicação
é pura e simples reflexão

sobre qual era a proposta,
que, originalmente, havia sido posta
para fazer a construção
de uma nova manifestação.

Mas qualquer conjectura
nunca será realmente pura
para quem conseguiu se envolver

nas palavras lançadas ao vento,
buscando novo alento
na sensibilidade de cada ser.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Beija-flor



Leandro Góis

Eu vi um leve beija-flor beijando
Eu vi uma leve flor sendo beijada
Eu vi um pouso na hora exata
Eu vi o beija-flor acariciando

Eu vi um verdadeiro colibri
Eu vi o pousar sem qualquer pretensão
Eu vi de perto um bom coração
Vi mais perto o amor, isso também vi

Eu pude entender todo o sentimento
Em uma ligeira e mera introspecção
Eu olhei para dentro do meu ser

E logo depois fui entendendo:
O polinizar do meu coração
É um beijo recebido de você!

terça-feira, 23 de abril de 2019

Libertando-se




Rodolfo Pamplona Filho

Não sinta culpa
em buscar a liberdade
Não se martirize
por sonharem ser feliz
A vida é um sopro
e pena é o pior sentimento
que se pode ter por alguém...
Libertar alguém machuca,
mas viver uma mentira dói mais...

Salvador, 06 de abril de 2018.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Ilegitimidade





Jorge da Rosa

Povo soberano
Interesse geral
Não com um insano
Que só pratica o mal

Os golpes não param
Ferem o trabalhador
Eles disparam
E ouvem os gritos de dor

Trabalhador está sangrando
Ele é hipossuficiente
Golpistas articulando
O fim dos direitos existentes

Não é coisa do povo
É ilegitimidade
Um estorvo
Presidente da desigualdade

domingo, 21 de abril de 2019

Companhia ou Companheiro


Rodolfo Pamplona Filho

Companhia
é estar do lado,
preenchendo
um espaço
Companheiro
é viver ao lado,
mesmo quando
não se está presente

Companhia
é ir ao cinema,
ao bar ou
às compras
Companheiro
é não importar o lugar,
pois, em todos,
se deve estar.

Companhia
é presenciar momentos
especiais ou do dia-a-dia.
Companheiro
é dividir o prato,
o choro ou a alegria.

Companhia
é estar junto
Companheiro
é estar junto
para o que der e vier

Salvador, 04 de julho de 2018.

sábado, 20 de abril de 2019

Conflitos Sangrentos



Jorge da Rosa

Brilha a aurora
Refletida pelo mar
Visão do agora
No futuro a pensar

Azul do infinito
Amarelo do amanhecer
Amor bonito
Para jamais esquecer

Diversos pensamentos
Razão e coração
Conflitos sangrentos
Pobre da nação

Sol nascente
Aqueça o trabalhador
Vítima de delinquentes
E de um terrível ditador.





sexta-feira, 19 de abril de 2019

Sobre Sonhos



Rodolfo Pamplona Filho

Já dizia o filosofo:
os sonhos são os rebentos
e botões da imaginação!
Por isto, também têm o direito
de viver sua vida pura...
Sufocar ou deformar
os sonhos da juventude
é destruir a criação
e matar o criador...

Salvador, 13 de novembro de 2013, conversando com a amiga Ezilda Melo.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

A renda Negra



Negra Luz

Forjada de bilros de aço
Entalhou 80 espaços
E a carne era de mais um nagô

Lavada de sangue qualquer esperança
A renda de carne em mercança
Quase nada valorou

Junto de qualquer outra renda
É a que menos dá rendas
A única de vidas ceifadas, sinhô

Uma família destruída
Chora a dor da partida
E a renda era um pai que sangrou

E lembrar de que na partida
Vestidos de verde-oliva
Houviu-se sorrisos sem qualquer temor

Certos de que nesta Vida
Está pelas leis garantida
Fazer renda de vidas tá liberado, doutor!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Amor sem promessas



Rodolfo Pamplona Filho

Quando se ama,
fazem-se promessas,
como se houvesse necessidade
de verbalizar
que se pode fazer tudo
por amor

Mas prometer gera expectativas
que, quando não realizadas,
causam uma frustração,
como se o amor perdesse força
por uma promessa não cumprida.

É olhar uma parte pelo todo,
o acessório pelo principal,
o detalhe pelo conjunto,
o universo por um lugar
a vida por um dia

Amar não exige promessas
Amar exige amar
Amar sem promessas
Amar, simplesmente amar.

Salvador, 06 de julho de 2018.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Trabalhava para a Nação



Jorge da Rosa

Trabalho intermitente
Terceirização
Povo inocente
Futura escravidão

Tantas maldades
Contra nós brasileiros
Com toda sinceridade
Estamos em um atoleiro

Chegou o dia
Dia do trabalhador
Grande festa seria
Não fosse o reformador

Desemprego em alta
Enorme traição
Como ele faz falta
Trabalhava para nação.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Fantasmas Insistentes




Rodolfo Pamplona Filho

Por que erros do passado
insistem em assombrar
quem já os reconheceu
ou simplesmente
se arrependeu?

Por que o mero fato
de ter pisado na bola
não sai da memória,
mesmo quando
não há possibilidade de volta?

Por que ser condenado
pelo equívoco consumado,
se não resiste qualquer desejo
de retomar o contato
com quem só lhe fez mal?

Talvez sejam os mistérios
da complexidade humana,
em que a vontade de mudança
daquilo que não tem esperança
seja a última motivação da vida...

14 de setembro de 2016, no voo para São Paulo.

domingo, 14 de abril de 2019

O teu riso



Pablo Neruda

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

sábado, 13 de abril de 2019

Elite



Rodolfo Pamplona Filho

Os Privilegiados
Os Herdeiros dos Reality Shows
Os Políticos do Um por Cento
Os Playboys Bilionários
Os Adoradores do Pato
Os Batedores de Panela
Os Cultuadores do Ódio
Os Bem-Nascidos
Os que se acham
Os de sempre,
mesmo que mudem as caras.

Praia do Forte, 03 de junho de 2018.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Quadrilha



Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Intolerância



Rodolfo Pamplona Filho

Nenhuma intolerância é tolerável
Nenhuma discriminação é aceitável
É preciso dar espaço de fala
para quem se discorda,
para que nossa própria voz
não seja calada.
Como respeitar a palavra de ódio
de quem não te respeita?
Sendo maior que ele
e torcendo para que
a fé no respeito
seja maior do que
o desrespeito da fé.

Salvador, 30 de outubro de 2018.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Democracia




Jorge da Rosa

Tempo frio,  gelado
Galhos secos, tristes
Chuvas fortes
Ventos cortantes
Com postura permaneceu
Rainha, mãe de todas
Primavera chegou
Lhe ofereceu companhia
Doce beijo beija-flor
Flor bela, bela flor.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Egoísta ou Altruísta



Rodolfo Pamplona Filho

Ser altruísta é bom,
pois pensar no outro ajuda
a resolver os problemas do coletivo

Ser altruísta é importante,
pois tratar somente em si
pode destruir a humanidade

Ser altruísta é valoroso,
pois achar quem cuida de outrem
traz exemplos que edificam

Mas não dá para ser só altruísta,
pois esquecer de sua felicidade
é condenar-se ao sofrimento.

Mas não dá para ser só altruísta,
pois não realizar seus desejos
é chafurdar na frustração.

Mas não dá para ser só altruísta,
pois não se preocupar também consigo
é o início de sua própria anulação.

Salvador, 20 de julho de 2018.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

ARTIGO 394-A, §3º, DA CLT



Jorge da Rosa

Dispositivo constitucional
Violação de princípio
Seguridade Social
Sem custeio, sem benefícios

Nove meses
De licença-maternidade
O governo federal, algumas vezes
Age com ansiedade

Foi assim
Com a reforma trabalhista
Que do começo até aqui
Não é bem-vista

A licença-maternidade, aliás
No período da lactação
Pode chegar a 15 meses ou mais

Conforme o art. 7º, XVIII da Constituição

Parágrafo único.  A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social

domingo, 7 de abril de 2019

Mastaba



Rodolfo Pamplona Filho

Mastaba é
arquitetura funerária
da pré historia

Mastaba tem
o mesmo formato em declive
com que foi concebida

Mastaba tem
tudo para ser
uma metáfora da vida.

Salvador, 28 de fevereiro de 2018.

sábado, 6 de abril de 2019

Flamífera combustão



Vinícius Soares Carvalho

Faísca-me esta vontade acumulada
de escrever catorze versos. E pra quê?
No final das contas, há de ser riscada,
esta chama, pelas cinzas de quem lê.

Sem a arte acendida, vai pobre a escrita
pelos versos dos caminhos que trilhei.
Ah!, dos passos, desejei demais ser dita
- ante a ideia flamejante -, em brasa, a lei!

Amiga da gélida hora - quem chora?
O poema esquentou-me e foi embora...
Esfriou antes de o fogo dar na gente...

Pólvora d'alma! Calorosa ilação!
Atearam-se os anseios mais ardentes
de escrever-te, mas foi só minha combustão.

Salvador, Bahia,

05/04/2018.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Durante muito tempo



Rodolfo Pamplona Filho

Durante muito tempo,
troquei a felicidade
pela paz
e isso me fez capaz
de fazer muito mais
do que os outros conseguiam.

Durante muito tempo,
troquei a paixão
pelo amor maduro
e isso me tornou duro
para enfrentar os desafios
de não ter medo do desconhecido.

Durante muito tempo,
troquei a aventura
por uma vida de doçura
e isso me deixou crente
de que era diferente
e não sentiria falta de nada.

Mas o tempo passou...
e nada mais faço...
e tenho medo de tudo...
e sinto falta da vida.

Salvador, 07 de março de 2018.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

IR E VIR



HERMES

Ir e vir é vida em alegria,
Encanto da alma solta e livre
Nos quatro cantos do mundo.
Sorriso solto a contemplar tudo,
Um rio navegável de felicidade
Num barco cheio de entusiasmo,
A emergir do âmago dum broto
Das aromáticas e airosas flores
Que nos campos exalam perfumes,
A se espraiarem no ar a fundo,
Depois se deitarem em cama larga
Sem restrições nos dias claros
Ou nas noites límpidas enluaradas,
Soltas no mar sideral rico de estrelas
A brilharem no firmamento a saber,
No seu caminhar não estarem presas,
Mas andantes e circulantes aqui ou ali,
Pois a frase que se ouve e sempre se diz:
Ir e vir é vida em alegria.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Desisto




Rodolfo Pamplona Filho

Desisto de tentar
Desisto de sonhar
Desisto de esperar
Desisto de amar
Desisto de viver

Salvador, 17 de junho de 2018.

terça-feira, 2 de abril de 2019

O silêncio fala



Negra Luz

Quando o silêncio resolve marchar
É que as palavras não conseguiriam falar
As dores de quem aqui ficou

Quando tão mudo estiver ao passar
É que a História não foi hábil para registrar
Quão desumana foi a dor

Quando não ouvidos os fonemas
É pra lembrar que no passado até o falar condena
E, hoje, muitos mimimizam quem lutou

Quando o silêncio tem espaço na rua
Ele fala na minha língua e na tua
Garantidos por quem torturas passou

Que respeitemos a memória,
A verdade marcada pela História
De violência, de desrespeito, e de intensa dor.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Companhia ou Companheiro



Rodolfo Pamplona Filho

Companhia
é estar do lado,
preenchendo
um espaço
Companheiro
é viver ao lado,
mesmo quando
não se está presente

Companhia
é ir ao cinema,
ao bar ou
às compras
Companheiro
é não importar o lugar,
pois, em todos,
se deve estar.

Companhia
é presenciar momentos
especiais ou do dia-a-dia.
Companheiro
é dividir o prato,
o choro ou a alegria.

Companhia
é estar junto
Companheiro
é estar junto
para o que der e vier

Salvador, 04 de julho de 2018.