terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Mais Bonito Não Há

 





Milton Nascimento e Tiago Iorc


Nada mais belo que olhar de criança no sol da manhã

Chuva de carinho é o que posso pedir nessa imagem tão sã

Lindo no horizonte o amanhã que eu nunca esqueci

Doce lembrança do sonho que eu vejo daqui


Ser amor pra quem anseia

Solidão de casa cheia

Dar a voz que incendeia

Ter um bom motivo para acreditar


Mais bonito não há

Pode acreditar

Mais bonito não há


Nada mais belo que abraço sereno e sabor de perdão

Ver a beleza e em gesto pequeno ter a imensidão

Como espalhar por aí qualquer coisa que faça sorrir

Aquietar o silêncio das dores daqui


Ser amor pra quem anseia

Solidão de casa cheia

Dar a voz que incendeia

Ter um bom motivo para acreditar


Mais bonito não há

Pode acreditar

Mais bonito não há

Pode acreditar


Ser amor pra quem anseia

Solidão de casa cheia

Dar a voz que incendeia

Ter um bom motivo para acreditar


Mais bonito não há

Pode acreditar

Mais bonito não há

Pode acreditar

Mais bonito não há

Pode acreditar

Mais bonito não há

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

De repente, a vida acaba





Rodolfo Pamplona Filho


De repente, a vida acaba

quando tudo começa a dar certo

De repente, a vida acaba

quando menos se espera

De repente, a vida acaba

quando não havia sinal disso

De repente, a vida acaba

e não há mais o que fazer.


Salvador, 27 de fevereiro de 2017.


domingo, 5 de janeiro de 2025

Tempo Rei

 





Gilberto Gil


Não me iludo

Tudo permanecerá

Do jeito que tem sido

Transcorrendo

Transformando

Tempo e espaço navegando

Todos os sentidos...


Pães de Açúcar

Corcovados

Fustigados pela chuva

E pelo eterno vento...


Água mole

Pedra dura

Tanto bate

Que não restará

Nem pensamento...


Tempo Rei!

Oh Tempo Rei!

Oh Tempo Rei!

Transformai

As velhas formas do viver

Ensinai-me

Oh Pai!

O que eu, ainda não sei

Mãe Senhora do Perpétuo

Socorrei!...


Pensamento!

Mesmo o fundamento

Singular do ser humano

De um momento, para o outro

Poderá não mais fundar

Nem gregos, nem baianos...


Mães zelosas

Pais corujas

Vejam como as águas

De repente ficam sujas...


Não se iludam

Não me iludo

Tudo agora mesmo

Pode estar por um segundo...


Tempo Rei!

Oh Tempo Rei!

Oh Tempo Rei!

Transformai

As velhas formas do viver

Ensinai-me

Oh Pai!

O que eu, ainda não sei

Mãe Senhora do Perpétuo

Socorrei!...

sábado, 4 de janeiro de 2025

O Prego no Caixão

 






Rodolfo Pamplona Filho


A última nota na canção.

O arremate da costura

O ponto final na redação

O encerramento da semeadura

O beijo de despedida

O suspiro final

A lágrima vertida

O pecado original

O Adeus na partida

O final da festa

A palavra definitiva

O que mais nos resta


Praia do Forte, 03 de junho de 2018.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Futuros Amantes

 





Chico Buarque


Não se afobe, não

Que nada é pra já

O amor não tem pressa

Ele pode esperar em silêncio

Num fundo de armário

Na posta-restante

Milênios, milênios

No ar


E quem sabe, então

O Rio será

Alguma cidade submersa

Os escafandristas virão

Explorar sua casa

Seu quarto, suas coisas

Sua alma, desvãos


Sábios em vão

Tentarão decifrar

O eco de antigas palavras

Fragmentos de cartas, poemas

Mentiras, retratos

Vestígios de estranha civilização


Não se afobe, não

Que nada é pra já

Amores serão sempre amáveis

Futuros amantes, quiçá

Se amarão sem saber

Com o amor que eu um dia

Deixei pra você

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

O que se quer de um amor

 





Rodolfo Pamplona Filho


O que se quer de um amor?

Sonho na infância

Parceria na juventude

Compreensão na maturidade

Solidariedade na solidão da velhice...


Salvador, 25 de março de 2018.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Todo Homem

 






Caetano Veloso (Part. Zeca Veloso e Moreno Veloso)


O sol, manhã de flor e sal

E areia no batom


Farol, saudades no varal

Vermelho, azul, marrom


Eu sou cordão umbilical

Pra mim nunca tá bom


E o sol queimando o meu jornal

Minha voz, minha luz, meu som


Todo homem precisa de uma mãe

Todo homem precisa de uma mãe


O céu, espuma de maçã

Barriga, dois irmãos


O meu cabelo negra lã

Nariz, e rosto, e mãos


O mel, a prata, o ouro e a rã

Cabeça e coração


E o céu se abre de manhã

Me abrigo em colo, em chão


Todo homem precisa de uma mãe

Todo homem precisa de uma mãe

Todo homem precisa de uma mãe

Todo homem precisa de uma mãe