sábado, 27 de agosto de 2011

Soneto do Amor Psicológico (para o Dia do Psicólogo)



Soneto do Amor Psicológico

Rodolfo Pamplona Filho
Um dia, quero Jung com você, sim,
mesmo que nunca deixe Lacan,
para que, meu coração, assim
permaneça sempre no divã...

Eu não quero Freud com você,
mas Mellman amarrar a seu corpo,
na busca paranóica do prazer
ou de resposta para um mundo torto.

Complexo, Trauma, Psicose,
Obsessão, Histeria, Neurose,
Só você me cura da tendência suicida

de pensar que o mundo gira
em torno do desejo ou da fantasia
de ter você para o resto da vida!
Salvador, 15 de fevereiro de 2011.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Execução de Entrega de Coisa Certa e Incerta


Execução de Entrega de Coisa Certa e Incerta




A entrega de coisa certa

Dá-se de duas formas:

Com base em título judicial

Como uma segunda fase do processo

Mas não é autônomo afinal



Extrajudicial é a outra forma

O qual pode ser repartido

É um verdadeiro processo autônomo

A ser em 3 fases dividido



A petição inicial deve ser apresentada

Contando toda a história

Sem esquecer-se de anexar o título

É a chamada fase Postulatória



Agora vem a parte do desenvolvimento

Cada ação é com rigor julgada

Num prazo único de dez dias

Fase Instrutória ela é chamada



Ao ser citado o executado

Deve a coisa ele entregar

O juiz proferirá então a sentença

E o processo extinto estará



Optando pela coisa depositar

Um termo deverá ser lavrado

Ficando a coisa a disposição do juízo

Enquanto o embargo não for julgado



Se no prazo de dez dias

O executado nada fizer

Um mandado será expedido

Uma busca e apreensão ou imissão na posse

Ou pagamento de multa pela lei instituído



Estando a coisa em posse de terceiro

Em suas mãos será buscada

Mas este não será ouvido de imediato

Só depois da coisa depositada





Não sendo a coisa entregue

Ou esteja ela deteriorada

Receberá o demandante a pecúnia

Além do dano e perda apurada



Tendo feito indenizáveis benfeitorias

Antes da liquidação ninguém receberá o valor

Verificar-se-á quem o deve depositar

Se o credor ou devedor



Chega a fase Satisfativa

É pois o fim do processo

Inúmeras são as hipóteses

Para chegar ao fim com sucesso



Julgado procedente o embargo

Será restituída a coisa ao executado

É deveras um desfecho anormal

Não é bem um procedimento ordinário

Pois não tem a satisfação do crédito no final



Não pretendo nesses versos me estender

Por isso da coisa incerta vou falar

Ela tem uma incerteza relativa

Podendo o gênero ou quantidade a determinar



Essa escolha no título executivo deve estar

Se o direito é ou não do credor

Mas se omisso porém ele estiver

O direito caberá ao devedor



E para finalizar

Gostaria de fazer um alerta:

Prestem atenção ao entrar com a execução

Para não pedir coisa certa como incerta.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sobre a amizade

O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa...
As crianças crescem.
...Os empregos vão e vêem.
O amor se transforma em afeto.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração para sem avisar.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
Mas os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo nem quantos quilômetros tenham afastado vocês.

(autor desconhecido)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Gatilho

Gatilho

Letra e Música: Rodolfo Pamplona Filho
Durante muito tempo, eu me escondi
e sublimei toda a energia do meu ser.
Procurei direcionar para boas coisas,
mas castrei meus sonhos sem perceber...

Foi aí que você surgiu...
Bagunçando toda a ordem que eu pensava ter,
me mostrando um mundo que só ouvia falar,
mas que você me permitiu entrar...


Você é...
meu gatilho, disparando tudo que tinha reprimido...
minha enzima, fazendo com que reaja...
minha musa, que me faz sentir vivo...
minha alma, que nunca mais se cala...

E eu pensava que era feliz,
organizando uma rotina como diretriz,
sem saber que havia muito mais que isso...
havia mais que a promessa do paraíso

Não sei por onde foi que você andou,
mas descobri uma nova esperança
neste repensar do amor,
neste belo exemplar de mudança...

Você é...
meu gatilho, disparando tudo que tinha reprimido...
minha enzima, fazendo com que reaja...
minha musa, que me faz sentir vivo...
minha alma, que nunca mais se cala...

Salvador, 15 de janeiro de 2011.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Dercy Gonçalves no céu

Dercy Gonçalves no céu

- Porra, tá frio aqui em cima.
- O céu não tem temperatura, minha senhora – pondera um porteiro celestial de plantão..
- Não tem o cacête. Tá frio sim senhor – insiste Dercy.
- Prefere o inferno? Lá é mais quentinho!
- Manda tua mãe pra lá. Cadê o Pedro?
- Pedro só atende aos purificados.
- E eu tô suja por acaso? Tô cagada, esporrada?
- Você primeiro tem que passar pelo purgatório, ajustar umas continhas…
- Não devo nada a viado nenhum..
- Você foi muito sapeca lá por baixo.
- Como é que você sabe? Andava escondido debaixo das minhas saias?
- Dercy, daqui de cima a gente vê tudo.
- Vê porra nenhuma. Vê a pobreza, a violência, meninas de 4 anos sendo estupradas pelos pais, político metendo a mão no dinheiro dos pobres, carinha cheirando até bosta pra ficar doidão? O que vocês vêem? Só me viam?
- Você fala muito palavrão.
- Eu sempre disse que o palavrão estava na cabeça de quem escutava.
Palavrão é a fome, a falta de moral destes caras que pensam que o mundo é deles. Esses goelas grandes e seus assessores laranjas, tangerinas e o cacête!
- Está vendo? Outro palavrão.
- Cacête é palavrão, seu porteiro do caralho? Palavrão é a Puta Que o Pariu!
(silêncio por alguns segundos)
- Seja bem vinda Dercy. Sou Pedro. Pode entrar.
- CARAAAAAALHO!!! Não é que eu morri mesmo?!!! Vou p/o purgatório????
- Não, pelo purgatório você já passou 101 anos, no Brasil. Venha descansar!!!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Comodidade e Necessidade

Comodidade e Necessidade

Rodolfo Pamplona Filho
O que se quer da vida?
O que movimenta a existência?
O que faz levantar todo dia
e lutar pela sobrevivência?

Comodidade ou Necessidade

O que faz alguém tomar decisões?
O que alimenta ou fulmina paixões?
O que impede que se reaja
com uma bala a quem nos maltrata?

Comodidade ou Necessidade

O que reprime nossos impulsos?
O que castra nossos desejos?
O que tacha de impuros
nossos medos e devaneios?

Comodidade ou Necessidade

Comodidade ou Necessidade
são o combustível infalível
em qualquer etapa ou idade,
contra o qual não há impossível,
pois se abre mão da bondade,
mas não do factível.
Salvador, 12 de janeiro de 2011.

domingo, 21 de agosto de 2011

Quando se perde alguem especial!

 
Quando se perde alguem especial!

Quando se perde alguém especial
Perde-se o sentido do horizonte
Você fica na vertical anestesiado de tanta saudade
As lágrimas escorregam como chuvas de verão
E a pergunta é constante na mente
Onde erramos o caminho do coração de quem se ama
Não importa quem seja esse alguém
O que importa era que essa pessoa fazia parte de você
Era especial demais em sua vida
E não teve nem tempo de dizer o quanto a amava
Que sente sua falta
Sente falta do som dos seus passos, do assobio
Da bagunça que deixava em sua vida
O Horizonte se foi e essa perda
De quem era sua luz
Dói demasiadamente, que o coração
Fecha-se por uns tempos curtindo sua própria solidão

Teca/ Poetisa de Gaia