sábado, 10 de novembro de 2012

Corpo e Coração

Corpo e Coração

Rodolfo Pamplona Filho
Eu nao rifo meu coração.
Dele, não faço leilão.
Meu coração não se rifa,
porque ele não é meu!
De quem mais ele seria,
se não seu?

Meu coração é
muito mais importante
que meu corpo,
que é apenas uma parte,
nem de longe a mais relevante
e que não se confunde com o todo.

O meu corpo não é rifado,
mas, sim, disponibilizado,
em um comodato necessário
exercendo quase uma função social,
ao satisfazer um instinto animal
e também de curiosidade cientifica.

E assim vou vivendo
e também aprendendo
a saber separar
o aproveitar e o amar,
o simples dar e o  entregar,
o curtir e o se permitir,
o prazer e o viver...

Salvador, 12 de dezembro de 2011.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Pawla Kuczynskiego

 

 

Muito interessante! É o uso da arte como uma forma de admoestar nossa sociedade para a triste desigualdade social...

Pawla Kuczynskiego

UMA NOVA CARICATURISTA POLACA
Algumas ilustrações são muito fortes e nos fazem refletir sobre lo que está acontecendo ao nosso redor. 
Seu nome é Pawla Kuczynskiego. 
Nascida em 1976 em Szczecin, graduou-se na Academia de Belas Artes en Poznan,  especializando-se em os gráficos. 
Desde 2004 produce ilustraciones satíricas y até agora recebeu 92 premios. 
Em 2005 recebou o Premio de la Associação de Caricaturistas Polaco "Eryk".
Esta caricaturista recentemente descoberta tem também um recorde de premios em competições internacionais 





















quinta-feira, 8 de novembro de 2012

The Watch, The Clock, The Time


The Watch, The Clock, The Time

Rodolfo Pamplona Filho
The Watch...
The Clock...
The Time...
What if
I could never die,
would I have time
to feel that I'm alive?
I would like to stop the clock
to see if I can get more...
time...

The Watch...
The Clock...
The Time...
I wanna have a clone
or a lot of ones
to make everything
I wanna live once more...
Or simply
stay lay in bed
thinking about
what should I have
do
to
spend more time with you...

The Watch...
The Clock...
The Time...

Praia do Forte, 11 de dezembro de 2011.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

MATANDO CARPINEJAR

MATANDO CARPINEJAR
Por Fabrício Carpinejar.


Não admitimos o ódio quando amamos. Somente admitimos quando separamos. Por isso que é incompreensível a mudança radical de opinião da ex. De um dia para outro.

Ela não mudou, escondeu. Não foi coroada por uma epifania, muito menos decidiu ouvir suas amigas.

O ódio já existia durante o relacionamento, fazia suas economias, seus investimentos, separava frases, ofensas e diálogos para fundamentar a distância. Ela é que não confessou por medo de ser inconveniente ou para se preservar e não ser taxada de neurótica.

Se não agimos com naturalidade com os nossos pensamentos, como seremos espontâneos?

Ao não estragar o momento, estragamos - num único rasgo - a vida inteira a dois. O que deixamos de contar nos enfraquece e será cobrado igual, com a mesma severidade se fosse usada a franqueza.

Censurar o ódio é anular parte do amor e de sua revanche. Quem nunca diz que odeia reprime a própria cura. Adoece o quarto e contaminas as roupas.

Partilhar a raiva é a maior demonstração de ternura que conheço. É permitir que o par cuide e conheça nossa vulnerabilidade. Só o maniqueísmo não sente vergonha. Só a perfeição não pode se apaixonar.

Eu tenho ganas de destruir minha namorada, raivas de aniquilar, vontade de abrir suas córneas e beber seu passado. Não é sentimento vão e passageiro, desejo que desapareça de minha frente para chamá-la em seguida com todo o desespero. Para perdoá-la, eu me perdôo primeiro. Aceito minhas maldades imaginárias.

Amor pleno é quando o ódio termina também sendo correspondido.

Cínthya Verri criou o blog Matando Carpinejar. Ela me destroça nos desenhos para me preservar a seu lado. Há um mês, carrega um caderninho para retratar violências e apressar o inferno.

Curioso que me assassina e sofre junto, tem um pesar autêntico no meio dos traços. Conversa com a ilustração:

- Coitadinho! Que pena isso estar acontecendo.

Demonstra que seu ciúme não é burro, é bem inteligente.

Não é fácil. Confesso que fico cansado de tanta ressurreição

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Soneto para Catarina

Soneto para Catarina

Rodolfo Pamplona Filho

O mundo ganhou nova cor
e se tornou pleno de carinho,
quando o fruto do amor
chegou devagarzinho...

Bem-vinda à vida,
pequena Catarina!
Que seu olhar tranquilo
seja o mais doce abrigo

para acalmar o coração
de quem ama sem juízo
e se entrega em paixão...

Que todo dia seja especial,
como o seu lindo sorriso,
que nos traz paz, afinal.

No vôo de Salvador
para Imperatriz-MA (via Brasília),
09 de novembro de 2011.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Incelença pra terra que o Sol matou


Incelença pra terra que o Sol matou

Elomar Figueira Melo

Levanto meus olhos
Pela terra seca
Só vejo a tristeza
Qui disolação
E uma ossada branca
Fulorano o chão

E o passu-Rei, rei do manja
Deu bença à Morte pra avisa
Prus urubu de otros lugá
Qui vince logo pra janta
Do Rei do Fogo e do lũá

Do lũá sizudo
Do Ri Gavião
Mais o sol malvado
Quemô so imbuzero
Os bode e os carneros
Toda a criação
Tudo o sol quemô

É qui tão as era
Já muito alcançada
A palavra vea
Reza qui havéra
De chegá um tempo
Só de perdedera

Qui só havéra de iscapá
Burro criolo e criação
Qui pra cumê levanta as mão
E qui um irmão pra otro irmão
Saudava c'essa pregação

Lembra qui a morte
Te ispera meu irmão
E o sol da má sorte
Rei da tribusana
Popô sussarana
Carcará ladrão
Isso o sol popô

Mais num há de sê nada
Na função das besta
Purriba da festa
Pirigrina a fé
Sei que ainda resta
Cururu-têtê

Na minha casa hai um silenço
A tuia pura e o surrão penso
O meu cachorro amigo menso
Deitô no chão ficô in silenço
E nunca mais se alevanto

Inté os olhos d'água
Chorô qui seco
E o sol dessas mágua
Quemô so imbuzero
Os bode e os carneros
Toda a criação
Tudo o sol quemô

No Ri Gavião
Tudo o sol quemô
Toda a criação...

domingo, 4 de novembro de 2012

Entre Amantes

Entre Amantes

Rodolfo Pamplona Filho
O que é ser
o outro
na vida de alguém?
É aprender
a se sentir solto
e viver além.

Definitivamente,
é se ver
mais como gente
que tem de aprender
a ficar contente
em receber

não aceitação,
mas muito carinho,
tolerância e compreensão;
não fidelidade,
mas muitos beijinhos,
respeito e verdade;

e - claro! - amor de sobra
dos dois lados da moeda,
devolvendo, com dobra,
tudo que se entrega,
sabendo que o futuro é agora
e que todo tempo é só um instante,
quando toda espera é demora
para ser, da vida, um amante.

Aracaju, 09 de dezembro de 2011.