sábado, 14 de dezembro de 2013

Astherion


Astherion

Rodolfo Pamplona Filho
Ele é o Descendente
espúrio de Minoas,
Filho de Parsifal
com o lindo touro
dado por Netuno,
pelo engenho de Dédalo,
é tido como monstro,
até ser morto por Teseu,
com a ajuda de
sua irmã Ariadna,
que acabou abandonada,
mas casou com Baco...
Na roda viva grega,
não há espaço
para julgamentos:
o bem e o mal
são igualmente reservados
para quem faz um ou outro...

Creta, 27 de setembro de 2012.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Soneto Do Amor Total (Vinicius de Moraes)


Soneto Do Amor Total

Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Qual a sua definição de poesia? (ousando complementar Leminsky...)


Qual a sua definição de poesia?
(ousando complementar Leminsky...)

POESIA:
“words set to music”(Dante via Pound),
“uma viagem ao desconhecido” (Maiakóvski),
“cernes e medulas” (Ezra Pound),
“a fala do infalável” (Goethe),
“linguagem voltada para a sua própria materialidade” (Jakobson),
“permanente hesitação entre som e sentido” (Paul Valery),
“fundação do ser mediante a palavra” (Heidegger),
“a religião original da humanidade” (Novalis),
“as melhores palavras na melhor ordem” (Coleridge),
“emoção relembrada na tranqüilidade” (Wordsworth),
“ciência e paixão” (Alfred de Vigny),
“se faz com palavras, não com idéias” (Mallarmé),
“música que se faz com idéias” (Ricardo Reis/Fernando Pessoa),
“um fingimento deveras” (Fernando Pessoa),
“criticismo of life” (Mathew Arnold),
“palavra-coisa” (Sartre),
“linguagem em estado de pureza selvagem” (Octavio Paz),
“poetry is to inspire” (Bob Dylan),
“design de linguagem” (Décio Pignatari),
“lo impossible hecho possible” (Garcia Lorca),
“aquilo que se perde na tradução (Robert Frost),
“a liberdade da minha linguagem” (Paulo Leminski)...
"Meu coração fora do peito" (Fernanda Carvalho Leão Barretto)
"Porque tu sabes que é de poesia minha vida secreta" (Hilda Hilst)
"minha vida predileta, como um baile (espetáculo de música [melodia] somado à dança [marcações]) das palavras, em linhas, a encenar os mais íntimos sentimentos do poeta ou dos que ele capta da sua infinita platéia!" (Amanda de Almeida Santos)
"A essência da alma em palavras" (Rodolfo Pamplona Filho)
"Verdade indo a um baile de carnaval..." (Yumi Kanzaki)
"A chave-mestra que abre caminho para o despertar dos mais diversos sentimentos e sensações... " (Leiliane Aguiar)
"A poesia nos liberta, através dela podemos expressar nosso sentimento mais profundo, sem ferir ninguém e tocando a quem se permitir!" (Rosangela Pamplona)
"Poesia é verdade dita de forma elegante,  e não apenas mera embalagem" (Lúcio Silva)

Fique à vontade para mandar a sua...

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Misterio do Planeta (Novos Baianos)

Misterio do Planeta
(Novos Baianos)

Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Taurómaquia


Taurómaquia

Rodolfo Pamplona Filho
Movimento
O Momento
Taurhomakya
Tauro et Makya
A hora da verdade
O Rito de Passagem

Creta, 27 de setembro de 2012.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Quando o Galo Cantou (Caetano Veloso)




 

Quando o Galo Cantou

Caetano Veloso

Quando o galo cantou
Eu ainda estava agarrado ao seu pé e à sua mão
Uma unha na nuca, você já maluca
De tanta alegria do corpo, da alma
E do espírito são
Eu pensava que nós não nos desgrudaríamos mais
O que fiz pra mecerecer essa paz
Que o sexo traz?
O relógio parou,
Mas o sol penetrou entre os pelos brasis
Que definem sua perna e a nossa vida eterna,
Você se consterna e diz
"não, não se pode, ninguém, pode ser tão feliz"
Eu queria parar
Nesse instante de nunca parar
Nós instituímos esse lugar
Nada virá
Deixa esse ponto brilhar no atlântico sul,
Todo azul
Deixa essa cântico entrar no sol,
No céu nu
Deixa o pagode romântico soar
Deixa o tempo seguir,
Mas quedemos aqui, deixa o galo cantar
Quando o galo cantou
Eu ainda estava agarrado ao seu pé e à sua mão
Uma unha na nuca, você já maluca
De tanta alegria do corpo, da alma
E do espírito são
Eu pensava que nós não nos desgrudaríamos mais
O que fiz pra mecerecer essa paz
Que o sexo traz?
O relógio parou,
Mas o sol penetrou entre os pelos brasis
Que definem sua perna e a nossa vida eterna,
Você se consterna e diz
"não, não se pode, ninguém, pode ser tão feliz"
Eu queria parar
Nesse instante de nunca parar
Nós instituímos esse lugar
Nada virá
Deixa esse ponto brilhar no atlântico sul,
Todo azul
Deixa essa cântico entrar no sol,
No céu nu
Deixa o pagode romântico soar
Deixa o tempo seguir,
Mas quedemos aqui, deixa o galo cantar

domingo, 8 de dezembro de 2013

Sonhos Mudam


Sonhos Mudam

Rodolfo Pamplona Filho
Sonhos Mudam
de verdade
Sonhos Mudam
com a idade
Sonhos Mudam
na realidade
Sonhos Mudam
para a eternidade 

Rhodes, 26 de setembro de 2012.