sábado, 21 de dezembro de 2013

Ardência


Ardência

04
NOV
2012


Ventanias em um peito
Desejo que arde em silêncio
Melodias que se refaz
Pensamento (in)contido

São Paulo, 02 de novembro de 2012

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mulher



Mulher

Rodolfo Pamplona Filho
A Mulher é mais fiel
à sua maquiagem
do que a seus sentimentos;
à sua vaidade
do que a sua saúde;
à sua imagem
do que a seu íntimo;
à possibilidade do futuro
do que à marca do passado;
à sua esperança
do que à realidade...

Salvador, 02 de novembro de 2012.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O JUIZ DE MINHA INFÃNCIA

O JUIZ DE MINHA
INFÃNCIA
Eu que não queria ser
o juiz de minha
infância!...
O juiz de minha
infância
era um sujeito
moralista e autoritário,
amortalhado detrás de
uma toga preta,
e que gostava de dar
pito nos outros...
Eu que não queria ser
o juiz de minha
infância!...
O juiz de minha
infância
era um homem por demais
sério,
de cara carrancuda,
empunhando,
firme, o martelo do
tribunal...
Eu que não queria ser
o juiz de minha
infância!...
O juiz de minha
infância
era um homem esguio e
alto,
portando chapéu de
massa
e rodeado de livros
carcomidos de traça...
Eu que não queria ser
o juiz de minha
infância!...
O juiz de minha infância
era como que um
super-homem
ou um semi-deus, postado
no pedestal de sua
excelência...
Eu que não queria ser
o juiz de minha
infância!...
Dizem que alguns juízes
pensam que são Deus;
outros, têm certeza
que são o próprio...
Eu que não queria ser
o juiz de minha
infância...

Salvador, 13 de junho de 2009.
MARIVALDO PEREIRA DA SILVA

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Comparando


Comparando

Rodolfo Pamplona Filho
Há uma diferença abissal
entre a projeção e a concreção,
entre o utópico e o concreto;
entre o desejo e a ação;
entre o sonho e a realidade.
Se há sonhos que
não correspondem à realidade,
Você é o sonho que virou realidade
Sonhar é bom, mas viver é melhor!

Salvador, 06 de novembro de 2012.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Acróstico de Luiz Augusto Pamplona


Assunto: Acróstico de Luiz Augusto Pamplona - 01/11/2012
Enviada: 04/11/2012 09:39
ESPERAR......, PARA CONHECER O DESCONHECIDO
MIL PENSAMENTOS INVADEM NOSSAS MENTES 
IMAGINAR O INIMAGINÁVEL, O PROVÁVEL
LER ENTRE PENSAMENTOS COMO É O OUTRO
INTELIGÊNCIA NESSE MOMENTO DESAPARECE
A ESPERA..., O TEMPO RECLAMA A DEMORA

ESPERAR..., SIMPLESMENTE MOSTRAR O CORAÇÃO

REALIZAR UM SONHO ATÉ ENTÃO IMPOSSÍVEL
O COMEÇO DE UM NOVO TEMPO E REENCONTROS
DISTÂNCIA NÃO MAIS EXISTE, À PRESENÇA UNE
O QUE ERA DÚVIDA, INSEGURANÇA, SE DESFAZ
 LIVRE DESSAS ANGÚSTIAS E ANSIEDADES, O AMOR
FOGO, CALOR INTENSO DE SENTIMENTOS FRATERNAIS
O QUE ERA DÚVIDA, INSEGURANÇA, NÃO MAIS EXISTE.



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Soneto da Torcida em qualquer lugar do mundo


Soneto da Torcida em qualquer lugar do mundo

Rodolfo Pamplona Filho
Não importa a distância ou crença,
nem o tempo ou a falta de plano!
Não interessa a física ausência,
nem a saudade do calor humano!

Onde eu estiver, minha paixão,
estarei sintonizado em sua vibração,
sentindo toda a imensa energia,
que só tem o meu glorioso Bahia!

Por isso, bem alto, vou gritar
que vou torcer em qualquer lugar,
soltando todo o ar do meu pulmão

em qualquer canto do universo,
vou te cantar em prosa e verso,
com você sempre em meu coração!

Madrid, 30 de setembro de 2012.

domingo, 15 de dezembro de 2013

O FIM DO MUNDO

O FIM DO MUNDO (revisado em 03/11/12)

Fausto Couto Sobrinho - outubro de 2012

Ele era conhecido como o Zé do Fim do Mundo, porque era onde realmente vivia, ou sobrevivia, naqueles confins do sertão bruto, nas fronteiras de lugar nenhum, uma região sem nome e esquecida por Deus, como ele próprio resmoneava entre dentes e às vezes clamava aos céus em altos brados. Suportou a seca, o sol, a poeira e o apelido até que, num momento de epifania, uma voz lhe soprou aos ouvidos que a alcunha era justa, porque fora escolhido pela Divindade para alertar ao mundo que o Dia do Juízo se aproximava; que desta vez vinha mesmo, embora em outras ocasiões o Divino tenha coçado o cocoruto, pensado melhor e desistido de extinguir a sua criação, observando com Sua suprema bondade uma qualidadezinha aqui e outra ali. José atendeu ao chamado e mudou-se para a capital, assumindo com toda diligência e fervor a missão de pregar a chegada iminente do Apocalipse. Acordava cedinho, vestia um manto encardido e ia para as praças, onde brandia com severidade a palavra e o báculo contra os impenitentes que, passando a conhecê-lo, mantinham-se a distância prudente do pesado varapau. Um dia, resolveu lançar as suas imprecações contra um bando de punks que por ali passava, cujo cabelo colorido, roupas de couro e atitude debochada não lhe deixaram dúvidas quanto à qualidade de enviados de Satanás para desviar os crentes do caminho da verdade e sabotar o trabalho dele, José. Os ditos cujos, à vista das pessoas que ali estavam e que, embora condoídas, não se atreveram a interferir, passaram a voejar como corvos em torno do pregador e, enquanto riam com fúria demoníaca, desfechavam-lhe murros e sopapos, tentando o pobre inutilmente afastá-los com o seu bordão. Tomaram-lhe por fim o cajado e, com ele, moeram-no a pauladas, deixando-o estendido na praça como morto, os braços abertos como um Cristo descido da cruz. Após longo tempo nas Clínicas, entre a vida e a morte, as autoridades chegaram à conclusão de que José, solto por aí, representava um perigo para si e para a comunidade. Por mais que ele assegurasse a todos que era realmente um profeta, um enviado do Senhor, com a missão de preparar os escolhidos para o advento do Apocalipse, cujos Quatro Cavaleiros já se podiam divisar em horizonte próximo, o palavreado só serviu para convencer as pessoas da sua falta de senso e a decisão de interná-lo como insano não sofreu contestação a não ser a dele próprio, que sentia não ter ali o seu bordão, para pôr a cacetadas um pouco de fé na cabeça daqueles incréus. Nada adiantou e o Fim do Mundo pegou-o alguns dias depois no quarto 36 do Sanatório Municipal.