quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Angústia como Companheira

Rodolfo Pamplona Filho






Ter a angústia como companheira 
 é viver mais das faltas 
 do que das presenças 

Ter a angústia como companheira 
 é acreditar mais na previsão do tempo
 do que no céu lá fora

Ter a angústia como companheira 
 é perder a alegria e a vibração, 
 por causa do que não pode ser mudado 

Ter a angústia como companheira 
 é não experimentar por medo
 do que pode sentir...

Ter a angústia como companheira 
 é querer viver em outro mundo
 em vez de reconstruí-lo pouco a pouco.

Ter a angústia como companheira 
 é não aproveitar o tempo que resta 
 enquanto se espera pelo inevitável fim.

No avião para Brasília, em conexão para Vitória, 21 de agosto de 2015

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