sábado, 19 de setembro de 2015

DOR

Humberto de Campos




Há de ser uma estrada de amarguras 
a tua vida. E andá-la-ás sozinho, 
vendo sempre fugir o que procuras 
disse-me um dia um pálido advinho. 
  
No entanto, sempre hás de cantar venturas 
que jamais encontraste... O teu caminho, 
dirás que é cheio de alegrias puras, 
de horas boas, de beijos, de carinho... 
  
E assim tem sido... Escondo os meus lamentos: 
É meu destino suportar sorrindo 
as desventuras e os padecimentos. 
  
E no mundo hei de andar, neste desgosto, 
a mentir  ao meu íntimo, cobrindo 
os sinais destas lágrimas no rosto! 

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