terça-feira, 2 de março de 2021

Gratidão



Veio tomar água no rio

Uma formiga sedenta.

Subiu numa folha e disse:

“Será que ela me aguenta?”


Porém, a verde folhinha 

Era frágil, com certeza.

A formiga escorregou

E caiu na correnteza.


Uma pomba ali pousada

Num galho de uma ingazeira,

Vendo a formiga em perigo,

Acudiu a companheira.


Uma folha bem maior

A pombinha arrancou

E ali perto da formiga

Com seu bico a lançou.


A formiguinha subiu

Naquela folha comprida.

Agradeceu à pombinha

Por ter lhe salvado a vida.


E conseguiu alcançar

A margem do outro lado.

E matou a sua sede

Naquele rio gelado.


Um caçador bem malvado

Ela avistou, de repente.

Apontava uma espingarda

Para a pombinha inocente.


A formiga aproximou-se

Do homem, bem devagar.

Deu-lhe uma ferroada

No seu grande calcanhar.


O caçador deu um grito,

E deixou a arma cair.

A pombinha, mais esperta,

Conseguiu escapulir.


E voou ali pertinho

Da corajosa formiga.

E, agradecida, arrulhou:

“Obrigada, minha amiga!”


Geraldo de Castro Pereira

(Historinha infantil, que eu versifiquei)

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