quarta-feira, 17 de agosto de 2022

O JUIZ DE MINHA INFÃNCIA



Eu que não queria ser

o juiz de minha

infância!...

O juiz de minha

infância

era um sujeito

moralista e autoritário,

amortalhado detrás de

uma toga preta,

e que gostava de dar

pito nos outros...

Eu que não queria ser

o juiz de minha

infância!...

O juiz de minha

infância

era um homem por demais

sério,

de cara carrancuda,

empunhando,

firme, o martelo do

tribunal...

Eu que não queria ser

o juiz de minha

infância!...

O juiz de minha

infância

era um homem esguio e

alto,

portando chapéu de

massa

e rodeado de livros

carcomidos de traça...

Eu que não queria ser

o juiz de minha

infância!...

O juiz de minha infância

era como que um

super-homem

ou um semi-deus, postado

no pedestal de sua

excelência...

Eu que não queria ser

o juiz de minha

infância!...

Dizem que alguns juízes

pensam que são Deus;

outros, têm certeza

que são o próprio...

Eu que não queria ser

o juiz de minha

infância...


Salvador, 13 de junho de 2009.

MARIVALDO PEREIRA DA SILVA

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