domingo, 4 de agosto de 2024

Trabalho em mutação


 




Platon Neto


O futuro do trabalho

Não se pode prever

Palpite certo ou falho

Só saberá quem viver


Robôs fabricando gente?

Gente servindo robô?

“Prazer”, sou seu novo gerente

Me chamo computador


O labor é intermitente

Nesse tempo de mutação

Salário: um palito de dente

O suor não paga meu pão


A vida na palma da mão

Nela som, paixão e dor

Na tela a face do irmão

Obra do Steve, o sonhador


A ciência que traz alegria

Tira emprego do trabalhador

Como equilibrar sem histeria

Esse cenário transformador?


O robô nano faz cirurgia

O feto na impressão 3D

O vento gera energia

Tudo é game pra geração Z


Do outro lado a vida bandida

De quem não tem o que comer

No carro não há motorista

No banco ninguém que se vê


E a máquina já faz arma e casa

Tudo de modo avassalador

E o ser humano jogado à traça

Mas não se pode fabricar o amor


Ribeirão Preto, agosto de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário