domingo, 31 de outubro de 2021

Um poema pra Luciana Brasileiro









A poesia é larga, no lamento, na dor e na felicidade,

A poesia é tudo, é pouco, é tristeza, é alegria,

O poema cala, fala, vive e morre todo dia,

Porque o poema é a ilusão do presente e da saudade.


O poema é fruto de todas as ilusões,

É a conquista dos quem querem conquistar,

Poesia é ser feliz no bom e eterno amar,

É triste no reviver de todas nossas frustrações.


O poema fala, canta e lhe entrega esperança,

O poema é tudo que se quer, e é desilusão,

O poema não é sempre a melhor lembrança,

A poesia é forte, quando fraqueja a dor do coração.


O poeta é largado no mundo da poesia,

O poeta não constrói, nem é dono do poema,

O poeta é descobridor da poesia antes calada.


Declamada a poesia, deixa de ser do poeta 

É tudo que a poesia é, não o que que quer ser,

Éo fruto do poema, das palavras da poesia.


O poema é o melhor que se pode ter do poeta,

É fruto, não é flor, não o que inicia,

Não a dádiva que se espera do poema.


O poeta vez por outra com a realidade flerta,

Mas traduz em poemas a vida de cada dia,

Cada amor, cada angústia, cada ilusão, cada cena.



 Wlademir Lira

sábado, 30 de outubro de 2021

Gozar

 




Gozar

a vida

o momento

a companhia

a cara de alguém

de forma gostosa

abundante

incessante

como há muito tempo

como nunca antes

é bom

é ótimo

é sublime

é imprescindível.

 

Praia do Forte, 03 de janeiro de 2021.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Pequenos na Imensidão

 




A imensidão dos pequenos

Pequenos na imensidão

O homem e o universo

Na sua real dimensão 

 

O homem é um ponto insignificante

Na imensidão do universo 

Ao longe desaparece

Nas profundezas de um olhar

 

O universo é gigante

Nossos olhos não conseguem findar

Só na mente do homem 

Que quer sempre dominar

 

Dominar a natureza 

Dominar o universo 

Dominar o próprio homem

Para então um Deus se tornar

 

Quem será o gigante

Que conseguirá se superar

Desnudando os próprios monstros 

Para então se libertar

 

Imenso é universo 

Assim como a mente humana

Que busca o inverso  

Com suas atitudes desumanas

 

Humildade tem que haver

Pois somos um pontinho no universo 

A arrogância deve desaparecer

Extinguindo os homens perversos

 

O universo é exemplo

De grandeza e humildade

E é assim que devemos ser

Com a própria humanidade 

 

Maria Aparecida Francisco 

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Eu não ligo

 




Eu não ligo

para a opinião das pessoas;

para os comentários maldosos;

para os olhares insinuantes;

para quem não me deseja o bem.

 

Eu não ligo

para os modelos de comportamento;

para os códigos de vestimenta;

para as palavras venenosas;

para as atitudes que me jogam para baixo

 

Eu não ligo

para quem quer mandar em minha vida;

para quem quer me dizer o certo e o errado;

para quem quer controlar minhas opiniões;

para quem não quer me fazer bem.

 

Salvador, 30 de novembro de 2020

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Ironia ou faceta





Não há surpresa!

O homem agoniza o que a sua mãe vem agonizando...

Falta-se oxigênio no Pulmão do Mundo.

O povo amazonense é mais um filho deste Pulmão.

Agoniza o que já é agonia para Amazônia: 

Nas matas, o fogo, a seca, levou fauna, levou flora, secou córrego, obriga indígena a sair do seu lugar.

Há fotografias dessa triste realidade,

Que muitos querem camuflar.

Gasta-se milhões para encomendar novo satélite,

Economiza-se com a fiscalização. 

Paradoxos ou faces da mesma moeda...

Uma alimentada pela outra.

Agora é a vida humana que está a agonizar...

Exaurimento de um crime complexo,

Anunciado por cada metro quadrado de mata que foi...

Vidas seguem arfando pelo Oxigênio 

O povo caboclo importa!

Mas são parte de um ecossistema maior: Amazônia. 

E ela é Brasil! 

E ela é Mundo!

E ela é nosso Pulmão!

E nela o nosso Oxigênio!


(Negra Luz)

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Desilusão

 




A gente pensa  

que o emprego sempre estará lá, 

que conseguirá se desdobrar, 

que a saúde sempre estará boa 

que a vida será longa... 

 

A gente pensa  

que tudo vai dar certo 

que sempre estará perto 

que será sempre esperto 

que nunca ficará descoberto  

 

A gente pensa  

que vai viver eternamente, 

que a dor não é permanente, 

que nossos pais nunca faltarão 

até o dia da desilusão... 

 

Salvador, 05 de fevereiro de 2021. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Chatices

 





Que chatice a minha!

Ficar revolvendo o passado

Que chatice do mar?

Revolver- se no oceano?


Que chatice o outro!

Envolvendo- se em minha vida

Que chatice do sol!

Aquecer toda a vida?


Que chatice de nós!

Perdendo tempo com partidas

Que chatice do tempo!

A nos curar as feridas?


Que chatice!

Faltam repostas a tornar forte a rima

Que chatice! Desisto!

De ser livre? Imagina?



Negra Luz

domingo, 24 de outubro de 2021

Sabe...

 





Sabe ...  

por vezes, esperei  

uma reposta sua,  

mas não entendi  

que já respondera 

da forma mais pura... 

 

Sabe... 

Talvez não tenha  

tido ouvidos para  

ouvir o silêncio... 

sei que ele é música, 

por vezes ensurdecedora 

por vezes detentora 

de todos os sentidos... 

 

Sabe... 

Você me respondeu  

tantas vezes  

e eu não escutei... 

O vazio é uma reposta  

que também nos é imposta... 

 

 

​ 

 

Será a pandemia? 

Será o dia a dia? 

Será falta de razão? 

Ou foi o grande coração? 

Não sei,  

só sei  

é só você  

sabe... 

que você respondeu  

e eu não ouvia.  

 

Salvador, 5 de fevereiro de 2021. 

sábado, 23 de outubro de 2021

O crivo do não saber da falsa esperança




A vida  criva o agrado da falsa esperança em um fardo pesado, que nem  alça de uma calça que não laça. 

A impostora, a  mentirosa,  a farsante ou hipócrita falsa esperança.  

A ânsia do ancorar no Lar que leva a um destoar. 

Um aborrecimento, uma mentira ou tirania. Eis o crivo do livro vivo que construímos em uma falsa esperança do não saber.


Que guiado e liderado  pelo o sonhar que nos criva. 

Da incógnita cotidiana  do sonhar ou não sonhar? 

Acreditar ou não acreditar, para o  medo de nós arranhar e nos ferir no ir. 


Não vamos ancorar se não sonharmos. 

Não vamos acompanhar o marchar da maré. 

Não vamos nem ao menos ter lido o livro do não saber

Mas se for um houver do muro sem lucro. 

Das  as alegrias… 

das  alegorias das falácias que não devem ser cogitadas, digitadas, lidas e escritas. 

Das idas às ideias inobsoletas das Borboletas das letras da falsa esperança.

 

Mas, se não sonhar não teremos vivido o livro.  

Do amada do nada. 

Do rechear do cheirar do lar 

Do avistar até aterrar em uma terra do além mar

Para que o amarrar do amar, se torne lar. Eis, o livro do não saber do escrito, digitado ou cogitado.


O que fizeram, o que eu fiz e para onde fui. 

É foda, a cabeça lota em quotas de devaneio. 

Sujeira que me jogaram, amarraram e me deixaram em uma mar uivante de Abrantes.  

Não se iluda com a forma lúdica da localidade airosa, porque não existe rosas sem espinhos, nem que se for no pinho do seu ninho. 

Não importa a forma, a sonata está perdida em uma ida sem partida, mas com chegada aonada mais me consola.  


As solas nem estão gastas em lascas. Mas já sei que não há nada mais. 

Porque não há? 

Porque eu já disse, me sujaram, amarraram e me jogaram no meio do nada e eu não sei nadar, nem ao menos andar no desconhecido. 

Não sei que lugar é esse, 

Não sei se tenhas o nobre e o pobre, e se eles se importam em ouvir os meus pensamentos confusos tontos pela… a maré.   

A porta parece  torta,  cheias de discursos  de nenhures. Porque, donde eu veio pelos devaneios, não conheci achar meios a abrir. 


A cabeça tida madura, já sabe que a vida  é assim, dura igual uma pedra, que  que  esmurra em uma algazarra de sentimentos. 

Uma verdadeira surra de  momentos e tormentos em só lamentos. 

Não se engane ou encane, dizem que é apenas uma pane no sistema. 

Urge então a necessidade de saber, para não beber na fonte da ignorância, porque a ânsia em uma direção de uma ação, que nasce naquela  idade.

Naquela idade, em que você não vê as coisas do jeito que antes via. 

Você de per si, sabe que  a vida é assim, no sim ou no não, sempre serei o anão da pirâmide. 


Ahhh, se eu pudesse ja ter descobre está chave mestra para concertar ou atar os nós do que já se foi. 

Aos  amigos que você tem que não ligam, 

o  sinal de pane aparece e você não amanhece 

É, no verso da canção, no abrir da chave, que a ave ligeira já sabe antes  que você, que é só ela e mais nada. 

Não existe amor no clamor da dor de um sociedade doente. 

Quem fala que sim mente, pela  simples mediocridade que transforma a terra em letra de funeral. 

Não existe compaixão, nem paixão. 

Não existe nada além dessa vida, porque na ida, você sabe que  somos meros passageiros prestes a partir. 

Desligue os castelos do tetris, que moldam quem está certo ou errado na peça de encaixe, desligue a máquina, desligue a cina.  

Porque nada importa, nem a forma, nem o como e o porque.


O Turbilhão em um bilhão de reações. 

A falta de quem  não tem alta, por um amor verdadeiro, sincero, companheiro na jornada da vida, nem que se for para uma ida sem partida.

Incógnita que Incomoda, quase coca, roça a aguça por resposta. 

O meu eu tosta, queima, chamusca a sina da mina  da ocitocina com a dopamina. 

Não hesita, nessa usina de toxina a saber. 

Mas, quem me  dera saber a resposta para essa incógnita que me habita que não hesita. 


Quem me dera  as respostas, se nem sei quais são as perguntas, que me perfazem. 

É nessa usina, que ser zem não me fazem ir além do óbvio. 

Mas que me dera saber o que meu corpo quer beber? Se é nessa usina de ocitocina com dopamina que eu vivo até ir ao além, nem se for sem ou com a resposta. 

A incógnita nitra o que sei lá eu sou, só sei que zem eu não sou, nem com serotonina eu sou. 

Sou eu, um bilhão de reações sem lições de moralidade e eticidade.  

Sou eu quem caminha nessa mina de toxina e paixão em uma mansão sem uma lição a te dar.

Nem mandar a onde andar, porem a quem lhe vem apenas excitar o meu eu até onde for, nem que se for sem alem a algo que nem existe.

Sou eu turbilhão em um bilhão de reações com ações, sem lições, mas com desejos e medos.




Vitor Henrique

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Ignorantes e Sábios







O ignorante não duvida,
pois ignora que desconhece,
uma vez que seu universo inteiro
cabe nos limites de seu olhar.

Já o Sábio sempre duvida,
pois conhece o que discute,
uma vez que aprendeu a aprender
que não há limite para o pensar.

E os dois convivem diariamente,
muitas vezes em um paradoxo
do ignorante achar o sábio limitado
e este considerar o outro fascinante.

Porém, nesta estranha situação,
não se achará qualquer contradição,
pois cada um mede o outro
pelas réguas que a vida lhe deu...

Independente de toda a glória,
com quem se identifica você?
O ignorante governa a memória
e o sábio tende a obedecer,

já que a tal da meritocracia
é um mero discurso de retórica,
tal qual a sonhada democracia
e toda conquista histórica

que elege tanto grandes mentes,
quanto profundos imbecis,
só nos restando torcer pacientes
por escolhas menos vis...



São Paulo, 08 de abril de 2012.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Direito e Poesia




De onde nasce o direito? 

E a poesia, de onde nascerá ?

Penso em mil respostas

Mas qual delas será? 


No direito há palavras

Que buscam te ajudar

Na poesia as palavras

Expressam o seu olhar


Direito e Poesia

Ambos nascem

Do sentimento humano

Que busca se consolar


Sentimento de amor

De dor

De horror

Sentimento libertador


Assim nasce o direito

E assim a poesia nascerá 

Sempre do sentimento 

Que o homem externar



Maria Aparecida Francisco 

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Servir na Pandemia





Há muitas formas de servir,

inclusive na pandemia!

Talvez, no fundo, se permitir

amenizar a agonia

de simplesmente desconhecer

o que reserva o futuro

e, por isso, aprender

a superar o tempo duro

sem esperar nada em troca,

mesmo sem sair de sua toca,

é possível exercitar

a missão de se entregar

em lives ou campanhas,

realizar grandes façanhas

de profunda solidariedade,

descobrindo a alteridade

e o prazer do voluntariado

em servir quem está ao lado

somente pela sensação

de dividir seu próprio pão

e fazer a coisa certa

por manter a mente aberta

para aprender a lição

que Gandhi ensinou com o coração:

“Quem não vive para servir

não serve para viver”

 

Salvador, 28 de junho de 2020.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Como é a nossa escrita






Como é a nossa escrita

vista por outros leitores?

Causa dor?

Causa amor?

Causa raiva?

Causa tristeza?

Causa inspiração?

Que causemos um pouco de tudo

menos a solidão de não ser lido!

Justa causa amar a poesia!



Ludmila Costa

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Meu Tudo




Você é  

o que sempre sonhei 

Meu número 

Meu par 

Minha perfeição em tudo 

Meu alvo  

Minha meta 

Meu objetivo de vida  

Minha metade 

Minha parceria e companhia 

A luz que ilumina o dia  

O amor que preencheu 

minha alma que andava vazia  

 

Salvador, 14 de janeiro de 2021. 

domingo, 17 de outubro de 2021

A quem mais amo




Para ficar,

Me dê motivos...

Está bem mais fácil eu me perder.

Para apostar,

Me dê razões...

A aposta é alta. E se eu perder?

A quem cobrar?

Não há garantias...

A conta é alta, para não te perder.

Você está Rei,

Eu nasci Rainha...

O meu reinado vai além de você.

Amar...

Eu amo.

Afirmo isso.

A quem mais amo?

Meu próprio ser.



Negra Luz

sábado, 16 de outubro de 2021

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Hemetério – Educador Negro





Hoje quero falar, 

sem mistério,

De um educador negro,

Do império.


Já antes da abolição,

Denunciava o racismo.

Apesar de toda a discriminação,

Foi exemplo de multiculturalismo.


Lecionava português.

Foi da academia de filologia.

Sábio também no francês,

Mestre igualmente na ideologia.


Queria educação universal, 

Brancos e Pretos juntos.

Não a queria parcial:

Viva Hemetério José dos Santos.


(Paulo Basílio – 12/07/2020)

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Desculpa qualquer coisa

 



Desculpa qualquer coisa

como se houvesse o que desculpar

Desculpa qualquer coisa

para eu não ter que perguntar

Desculpa qualquer coisa

pois não sei o que fiz de errado

Desculpa qualquer coisa

para não me deixar de lado

Desculpa qualquer coisa

(talvez você não tenha visto)

Desculpa qualquer coisa

se ocorreu foi imprevisto

Desculpa qualquer coisa

ou alguma determinada

Desculpa qualquer coisa

não tenho culpa de nada

Desculpa qualquer coisa

não consigo assumir que errei

Desculpa qualquer coisa

seguirei meu caminho sem lei...

 

Desculpa qualquer coisa...

 

Salvador, 28 de maio de 2020.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Fortuna – Deusa Romana da Sorte




Fortuna ou azar.

Amor ou rancor.

Alegria ou tragédia.

Caos ou Harmonia.


Deusa Romana.

Valores e poemas medievais,

Da coletânea Carmina Burana

Hoje não se encontram mais?


A música pode ser clássica.

Mas a roda da fortuna hoje,

Ainda causa grande furor.

Assim, todo cuidado com a álea.


Não se deixem enganar:

Ter sorte ou azar,

Na vida, na saúde ou no amor 

Não é questão só de destino.


(Paulo Basílio – 24/09/2020)

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Afundando

 





Dores 

Stress 
Tristeza 
Solidão  
Cansaço  
Desesperança  
Medo 
Desilusão  
Receio  
Pavor 
Pânico  
Expiação  
 
Salvador, 03 de fevereiro de 2021. 

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Terra e Mar ou Mar e Terra?




Um oceano a lhes separar.

O mesmo sol, o mesmo mar.

A mesma terra. O mesmo luar,

Só não o mesmo lugar.


Tão perto:

No pensamento.

Mas tão distante:

No firmamento.


Como naufrago numa ilha,

Com um mar à frente,

Vê-se como indigente.


A distância é de milhas.

Apesar de chamar Terra,

É o Mar que tudo encerra?



(Paulo Basílio - 05/01/2016)

domingo, 10 de outubro de 2021

Autorresponsabilização

 




Há pessoas que desconhecem  

o significado da  

Autoresponsabilização... 

Ser adulto o suficiente  

e Assumir seus defeitos... 

Crescer finalmente  

E Não justificar com os outros  

o que foi feito por si  

Talvez seja pedir demais  

de quem somente  

aprendeu a ver 

o seu próprio umbigo... 

 

Salvador, 26 de janeiro de 2021.

sábado, 9 de outubro de 2021

Lições sobre a mesa





(Negra Luz)


Meu caqueiro hoje parecia algo dizer.

Olhei de cima para baixo,

Girei o, para melhor percebê-lo,

Havia algo a aprender.

Palmas secas sobre o descanso da terra,

Palmas maiores, mais antigas, talvez,

Arqueando suas astes,

Com beleza,

Em um sucumbir às ações de Tempo.

Do tempo passado,

Do tempo presente, 

Do tempo futuro,

Do tempo impensado.

Do tempo que não queremos ver.

Ao lado dessas astes mais amadurecidas,

Outras.

No apogeu da vida desfilavam,

Guiadas pela luz do sol.

Beleza!

Era o ballet da vida, permitindo as estações.

Em destaque, com quase todas as folhas fechadas,

Ainda em desalinho,

Num verde de quem começa a viver as primeiras primaveras,

Uma palma tirou-me palmas do olhar!

A beleza da juventude,

Uma luz a mais naquele caco de plantas sobre a mesa.

Nele, lições:

A integração entre os tempos da vida,

A harmonia entre o ontem, o agora e o depois,

A alternância entre o novo, o maduro e o antigo,

O equilíbrio entre o nascer, crescer, amadurecer...

E, um dia, descansar...

Todos...

Um dia.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Homens Feministas?








Seu medo é diferente do meu.
Seu sexo pode ser
instrumento de terror.
Não me venha com
suas boas intenções,
pois, com elas,
pavimenta-se
a estrada para o inferno.
Sua posição soa mais
como indevida apropriação
do que compartilhamento.
Sua gentileza vira violência
Seu abraço não conforta,
mas, sim, agride.
O seu beijo machuca
e seu carinho quer me subjugar.
Não preciso de um defensor,
mas, sim, de um aliado,
quando chamado,
pois mesmo aliados
podem ser encarados
como inimigos infiltrados,
se não for delimitado
qual seja seu lugar de fala.
Suas brincadeiras não têm graça.
Sua cortesia me ofende.
Suas palavras,
em vez de inspirar,
apenas despertam minha ira.
Melhor permanecer calado...
E simplesmente ficar ao lado,
esperando a manifestação
de quem se ofendeu,
aguardando a reação,
em vez de tomar,
para si, a sua defesa,
pois, até para lutar,
é preciso legitimidade,
para não desvalorizar o movimento...



Salvador, 16 de agosto de 2016, compreendendo-se como parte do opressor na busca por não oprimir...

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Retrato





Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?



Cecília Meireles

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Anagrama





Combinação de letras 

que trazem mais intriga  

do que certeza 

 

Inspiração e criatividade  

em transmitir  

uma mensagem  

 

Sensação de surpresa 

ao descobrir  

seu significado 

 

Explicação convincente  

de que o que é oculto  

pode ser desvendado 

 

Salvador, 24 de janeiro de 2021. 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

A água em você

 





(Negra Luz)


Me diga que não precisa pensar na vida.

Me diga que não precisa pensar em você.

Se a resposta certa é o que espero,

Então me diga que pensa na água,

Ela está em você.


A água está em em mim

Está em você.

Sem ela, a fonte da vida é rio que seca.

Ressecam-se a fauna e a flora

E todo viver. 


Oxum e Yemanjá tem seus filhos

E abençoam com água

Salgada ou doce,

Abençoam o nosso viver.


Se tens fé nas Águas,

Da água deve cuidar,

Pensar nas nascente, 

Nos mares 

E nas suas vidas.

Em não poluir, revitalizar,

Proteger o que temos

Rever desperdícios e perdas ajudam a resolver.


Se já bebeu água com sede,

Sabe o que é não ter...

Por um segundo e urgimos sem ela.

Imagine o pior dos mundos sem a ter!


Me diga que não precisa pensar na vida.

Me diga que não precisa pensar em você,

Se a resposta certa é o que espero,

Então me diga que pensa na água,

Ela está em você.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Quem ama tem que entender






Quem ama 

tem que entender  

que, por vezes, não dá  

para acontecer, 

mas isso não quer dizer  

que nunca dará: 

só não dá agora, 

mas ainda pode dar... 

 

Quem ama 

tem que entender  

que, muitas vezes,  

vai doer, 

mas isso não quer dizer 

que não passará: 

apenas a dor de agora 

é difícil de aguentar  

 

Quem ama 

tem que entender  

que, quase sempre, 

amar é sofrer, 

 

mas isso não quer dizer  

que não vale lutar: 

o poeta disse que tudo vale a pena, 

se a alma não é pequena... 

 

Salvador, 30 de novembro de 2020. 

domingo, 3 de outubro de 2021

Com os quatro elementos





Eu preciso mergulhar nos meus abissais
Deixar-me confrontar com os recifes
Ir à crista
Me quebrar
E me render


Eu preciso alcançar a rocha oculta
Fragmentar, em seixos, a culpa
Reagir
Confiar
E transcender


Eu preciso do furacão de vida
A redesenhar meus sentimentos
Entender o meu momento
Tornar-me brisa
E amanhecer


Eu preciso da larva quente do desejo
Que se acende com um beijo
Se é chama, que queime o meu peito
Gerar fumaça e fogo
E, só assim, dizer amar você.


Negra Luz

sábado, 2 de outubro de 2021

Procurando um Ninho





O que faz alguém  

se submeter  

a uma relação  

que não tem solução? 

É a tristeza, 

é a solidão...  

é a ilusão  

de ser feliz 

É acreditar  

que se deve buscar  

um ninho 

para se sentir  

vivo finalmente... 

 

Salvador, 27 de janeiro de 2021. 

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O que me atrai




 (Negra Luz)


Olhos... que não me acuam em padrões, 

Que me enxergam inteira,

Que me desnudam vestida.

Viril!


Boca... que não deprecia ninguém,

Que dialoga com paz,

Que beija como vento.

Lindo!


Mãos... que não violentam,

Que trabalham e buscam sonhos,

Que abraçam me acolhendo.

Gostoso!


Ombros... que não me oprimem,

Que estejam ao lado,

Que estejam disponíveis pertinho de mim.

Safado!


Peitos... que não inflem, subjugando-me,

Que compartilhem suas vitórias,

Que construam comigo as trilhas de si.

Muralha!


Barriga... que não se esqueça o que é vida,

Que não conte as minhas estrias,

Que entenda as entrelinhas em mim.

Sedutor!


Falo... que não ande por aí desprotegido,

Que quando esteja comigo,

Que seja entrega de dois.

Voraz!


Bumbum... que não sente e espere,

Que não me pare, nem me acelere,

Que deixe no meu ritmo seguir.

Sagaz!


Pernas... que não chutem-se o balde, me esquecendo,

Que sejam fortes e parceiras,

Que ergam corpo e sonhos.

Perspicaz!


Pés... que não se percam em qualquer vento,

Que sigam suas próprias rotas,

Que também confluam para mim,

Próspero.


Esse é o homem que eu desejo inteiro,

Que, inteira, miro os seus beijos,

Que quero na vida, na cama,

Ao lado de mim!