sábado, 14 de julho de 2012

SONETO XXXIII

Soneto XXXIII

Amor, ahora nos vamos a la casa
donde la enredadera sube por las escalas:
antes que llegues tú llegó a tu dormitorio
el verano desnudo con pies de madreselva.

Nuestros besos errantes recorrieron el mundo:
Armenia, espesa gota de miel desenterrada,
Ceylán, paloma verde, y el Yang Tsé separando
con antigua paciencia los días de las noches.

Y ahora, bienamada, por el mar crepitante
volvemos como dos aves ciegas al muro,
al nido de la lejana primavera,

porque el amor no puede volar sin detenerse:
al muro o a las piedras del mar van nuestras vidas,
a nuestro territorio regresaron los besos.

(Pablo Neruda, 1904-1973, Chile
in "Cien sonetos de amor" (1959) Mediodía)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Burrice da Direita Conservadora


A Burrice da Direita Conservadora
Lembram de quando se podia fumar em locais públicos? Quando podíamos beber e dirigir? Tirávamos nossa habilitação junto ao órgão de trânsito em menos de um mês, e nossas crianças (ou nós mesmos) podiam andar todas amontoadas nos bancos de trás dos veículos. Em cada casa havia uma arma – era quase que um sinal de virilidade dos pais de família. As nossas avós eram nossas médicas, sempre receitando por conta própria os remédios mais adequados para cada doença – que elas mesmas diagnosticavam. E a abertura de poços artesianos era uma consequência natural para quem tinha uma casa com quintal – tanto quanto comprar um cachorro ou cultivar uma pequena horta.
Fato é que esses “maus hábitos” - e há ainda muitos outros que se extinguiram com o tempo – foram sendo suprimidos pela presença do Estado em nossas casas, em nossas famílias, enfim, em nossas vidas privadas. Em nome do “bem coletivo”, do “razoável”, da “civilização”, e sempre fundamentadas em um sem número de estatísticas, essas proibições e burocracias foram se imiscuindo em nossos cotidianos, até que, de repente, nos vimos amarrados a uma quantidade quase insuportável de procedimentos e normas – todas elas muito “bem-intencionadas”.
Mas quantas dessas normas realmente representaram uma melhoria na qualidade de vida do cidadão comum? Por acaso diminuíram os acidentes de trânsito? Ou a violência urbana? Ou melhoraram a saúde pública? A mim, parece que essas normas todas acabaram apenas – e esta é uma regra da atuação legislativa nos últimos anos – por facilitar a vida do Estado, ao jogar para o cidadão a responsabilidade e a culpa pela ineficiência contumaz dos nossos gestores públicos. É muito mais fácil sair criminalizando todo o tipo de conduta que possa gerar conflitos intersubjetivos (conflitos estes que são inerentes à vida em sociedade), focando sempre na prevenção, o que justifica quaisquer formas de proibição, burocratização, normatização, etc.
O cidadão comum se vê atropelado por um Estado que quer ditar seus movimentos (do cidadão) como um fantoche, dizendo o que deve comer, como deve se vestir, o que deve dizer e pensar, quais devem ser as suas formas de lazer, e seguimos nesse embalo alienante e desindividualizante. Deixamos de pensar o ser humano sob a ótica do livre arbítrio. Deixamos de enxergar o Estado exatamente como o que ele deveria ser desde o início, como a figura de Salomão na Bíblia: um juiz que dirime conflitos intersubjetivos, não criminalizando previamente todo e qualquer tipo de conduta, mas analisando as interseções entre a liberdade de um e de outro conflitantes.
Se a liberdade de um termina onde começa a do outro, então como fixar normas gerais que evitem que um cidadão adentre a esfera de liberdades do outro? Ora: focando a atuação legislativa na criação de instituições que acompanhem, identifiquem e mediem esses conflitos na prática. Ao invés de se reduzir a atuação legislativa a esse absurdo exercício de futurologia generalista, sempre buscando antever e prever os conflitos – e quase nunca conseguindo, que o digam as situações caóticas do trânsito, da segurança pública e da saúde no Brasil -, o Estado deve fortalecer os mecanismos de apuração dos fatos, de tutela jurisdicional, de persecução dos direitos individuais feridos pela má-fé, pela violência, por interesses políticos e econômicos diversos.
Estamos indo pelo caminho errado!
E é com muita tristeza que enxergo a outrora direita conservadora, ainda maioria no espectro das ideologias políticas brasileiras (e o crescimento da comunidade evangélica apenas reforça esse sentido da nossa História), se aliando de mãos dadas à esquerda marxista, para juntas negociarem quais dessas burocracias são prioritárias para implementação emergencial, quais devem ser ainda mais incrementadas, quais devem se tornar tipos penais (geralmente, para cada burocracia há um tipo penal novo), etc. Resumindo: o que o cidadão pode e não pode fazer em sua vida privada. É a ovelha se tornando amiga do lobo.
Ocorre que o DNA ético da direita conservadora de forma alguma tem a mesma origem do marxismo coletivista – aliás, é exatamente o oposto! A direita conservadora (enquanto parcela da nossa sociedade que elegia os representantes desse mesmo discurso, e não os representantes propriamente ditos) sempre foi formada por profissionais liberais, trabalhadores, pessoas que deram duro, vieram lá de baixo e formaram uma família e um patrimônio, naquilo que se convencionou chamar de “self-made man” (tradução livre: “homem que se fez por si só”).
Ressalve-se que, quando falo em direita conservadora, não estou me referindo a golpistas tiranos ou corruptos safados que se aliam e apoiam esses golpistas para tirarem proveitos econômicos da falta de fiscalização democrática (exatamente o que aconteceu durante a Ditadura Militar brasileira, de 64 a 85). Esses canalhas se utilizam do discurso que estiver em voga no momento – pode ser de direita ou de esquerda – para manipular as forças políticas e chegar ao poder. Fizeram isso na Argentina peronista, no Brasil Varguista, na Rússia stalinista, na Venezuela chavista, no Brasil lulista, na Itália fascista, e qualquer outra oportunidade em que sentiram cheiro de dinheiro sujo de sangue. Ocorre que, como a sociedade ocidental da época (século XX) ainda era muito influenciada pela moral católica/cristã, o discurso conservador era predominante e, logo, mais apto a arrebanhar as massas com a tríade “conquistas trabalhistas – moral coletivista – nacionalismo xenófobo”. E essa mesma fórmula serviu de modo equânime aos discursos e projetos proto-autoritários de direita e de esquerda, naquele que ficou conhecido como “o Século dos genocídios”.
Feita esta incursão histórico-conceitual, voltemos aos DNA´s ideológicos de ambos os lados.
As esquerdas marxista, trotskista, maoísta, leninista, etc, fundamentam a sua ética numa concepção coletivista de ser humano: o homem existe para o meio, é parte de um processo histórico de evolução contínua da sociedade da qual faz parte – e o comunismo/socialismo/anarquismo é o princípio, o meio e o fim almejados. Já a direita conservadora fundamenta sua ética nos valores que motivaram o homem a chegar até onde chegamos: a acumulação de riquezas, visando garantir a segurança da sua prole, e a proteção do seu ambiente familiar e dos seus valores metafísicos. Em suma: dinheiro é poder, e poder é segurança.
Ocorre que, justamente por ter um pensamento egoísta, a direita conservadora sempre teve um espectro ético mais afeito à ideia do livre arbítrio, do direito do homem a determinar seus próprios passos e cuidar da sua família - ainda que esse mesmo homem, sendo fraco e amoral como é da sua própria natureza, tenha caído inúmeras vezes na tentação de utilizar mecanismos sorrateiros e antidemocráticos para impor a sua moral privada como ética coletiva. Nesse sentido, é até compreensível a aliança que ocorre em nosso Congresso Nacional, para a extensão sem limites da abrangência material da atividade legislativa, entre direita conservadora e esquerda marxista.
Mas a burrice da direita conservadora é não perceber que os objetivos da esquerda marxista vão muito além de um projeto de lei ou de uma determinada política pública. A esquerda marxista tem como princípio e fim a inexistência do livre arbítrio, a submissão de toda escolha valorativa do ser humano a um ideal utilitarista coletivo, a uma balança entre prós e contras sob a ótica não do bem-estar individual (aferível, concreto), mas do coletivo (estipulado, abstrato). E a cada nova proibição de condutas cotidianas, transformando nossos pais de família e jovens em bandidos ou transgressores da lei, a direita conservadora está, por conta de uma visão tacanha, limitada e de curto prazo, entregando nossos cidadãos à marcha descontrolada da coletivização das nossas consciências. Exatamente o que objetiva a esquerda marxista.
Tenho a alternativa para barrar esse processo nefasto: o Projeto de Reestruturação do Ordenamento Jurídico Brasileiro. Compilaríamos todas as normas hoje em vigência no Brasil em apenas 03 códigos: a) Código de Direito Político e Administrativo, regulador das condutas dos nossos agentes públicos, dos mecanismos de representatividade democrática e dos procedimentos de gestão da coisa pública; b) Código de Direito Econômico, regulador dos conflitos intersubjetivos entre capital x trabalho e capital x capital, além dos tributos devidos ao Estado; c) Código de Direitos e Liberdades Civis, elencando todos os tipos penais, vinculando a pena à proporcionalidade gravosa da conduta (e não ao oba-oba momentâneo da opinião pública), e instituindo os instrumentos para efetivação das garantias constitucionais fundamentais (inclusive, e principalmente, a tutela jurisdicional).
Uma consequência natural desse processo de condensação do ordenamento jurídico brasileiro seria a eleição de prioridades normativas, ou seja, uma rigorosa seleção de quais imperativos éticos são realmente necessários, e quais são redundantes, abusivos, ou fruto de uma mera pressão da opinião pública diante da ineficiência do Estado em cumprir com o seu papel de regulador/provedor de liberdades.
O ordenamento jurídico brasileiro chegou a um nível tal que, se não implodirmos tudo e começarmos do zero – no caso, começarmos da Constituição Federal de 1988 -, correremos o sério risco de jamais interromper esse processo em curso, de cada vez mais intromissão do Estado nas nossas vidas privadas – e a Lei da Palmada é apenas o emblema deste “zeitgeist”. As cartas estão na mesa. O rei está nu. A direita conservadora continuará a se deixar usar pela esquerda marxista, como bucha de canhão para a perda ampla, gradual e irrestrita do livre arbítrio dos nossos cidadãos?
Eu já cansei de brigar sozinho...

Victor Castro Fernandes de Sousa, setembro de 2011, Brasília-DF.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O Ornitorrinco e o Pensamento Científico

O Ornitorrinco e o Pensamento Científico

Rodolfo Pamplona Filho

O verificacionista
acha que é possível
atingir a verdade.
O cético acha, na vista,
não ser possível,
logo não há verdade
(ou nada há a alcançar...)
É preciso ser falsificacionista,
para aprender com o errar...

A falseabilidade é a base
para se aproximar da verdade.
Por isso, são pilares:
a prática da testabilidade,
o substrato da corroboração
(o desenvolvimento como tradição)
e a força da verossimilhança
como lógica provável que alcança
a proximidade da realidade.

Se não fizer isso,
confunde-se fé com ciência...
Se não fizer isso,
perde-se a esperança na crença...
Se não fizer isso,
despreza-se a consciência...
Se fizer isso,
pode-se a mente abrir...
Graças a isso,
o ornitorrinco pode existir...

Salvador, 04 de outubro de 2011.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Lembrando Carlos Gomes

Lembrando Carlos Gomes



 Me faltam palavras...

Para dizer...

Quão especial era você!

Seu “Guarani”... um sucesso

Mostrando o que viveu

O que sentiu...

Mas não demos o valor que mereceu.

Um dia então você partiu

Nos deixando saudade

E indo ficar com Deus.

Mostrou-nos que tudo podemos

É somente crer!

Porém a nossa homenagem é simples

Uma estátua no seu natural jeito de ser

Contudo nada se compara ao seu valor...

Antonio Carlos Gomes

Um verdadeiro e dedicado Compositor.


terça-feira, 10 de julho de 2012

Para você, filha.


Para você, filha.
Marco Antônio Garcia de Pinho

Neste breve período em que me tornei pai, aprendi que existe algodão de bolinha para vender. Aprendi que a data mais importante de minha vida passou a ser o 27 de setembro – numa noite; em uma terça-feira -; aprendi que é o dia de São Cosme & de São Damião; aprendi que eles foram médicos e que são os protetores das crianças... e de minha filha. Aprendi que a Primavera é a estação mais bela e que Libra agora é o signo mais belo. Aprendi que não precisa esperar sua filha crescer para começar a conversar com ela; e que não se deve ter medo de segurar a criança no colo, afinal ela não quebra.
Cristais quebram, até o aço quebra. Uma criança nos braços do pai não quebra.
Aprendi que não é necessário chamar a avó, a sogra, a vizinha, a enfermeira, a babá ou Jesus Cristo para dar o primeiro banho na sua filha. Nem o segundo, o terceiro, o quinto e até o quadragésimo banho. Você mesmo vai saber fazer isso melhor do que ninguém. Dar banho na sua filha passa a ser, de longe, o melhor acontecimento do dia. Com todo o cuidado, que é para a água não estar quente demais, prá não cair sabão nos olhos dela nem entrar água no ouvido. E, creia-me: não está, não cai, não entra.
Aprendi também que se você não estiver preparado para chorar muito, quase feito um bebê tão recém-nascido quanto sua filha, não coloque para tocar o Air on the G String’ de Bach.
Aprendi que babinha não era o que eu pensava que saía da boquinha dela e que o teste do pezinho não é feito no pé; aprendi que Moisés não é somente um personagem bíblico.
Aprendi que gosto muito mais de músicas infantis e de cantigas de ninar do que eu pensava.

Aprendi que uma dor qualquer na sua filha dói à décima potência em você.  
Que você sufoca se ela não respirar direito, e que seu estômago retorce quando ela tem uma cólica.
Aprendi que consigo ficar imóvel por mais de uma hora na posição mais incômoda do mundo, desde que minha filha esteja confortável em meus braços,
e que isto não incomode o sono dela.

Aprendi que um dia com uma criança que acabou de nascer tira mais a sua energia que se você passasse esse mesmo tempo carregando pedras nas costas para o alto de um morro.  Mas aprendi também que um minuto desse mesmo dia olhando para a sua filha lhe dá mais energia que ficar de férias um ano no paraíso.
Aprendi que, por mais que sua pediatra, seu oftalmologista, e toda a comunidade científica mundial esteja certa de que sua filha só verá seu rosto depois de um trimestre porque agora ela só vê vultos, e que o sorriso dela é puro reflexo... isto não importa.  Ela vê sim. Vê, e ri prá você. Muito.
Aprendi que gosto muito mais do quartinho lilás do que de qualquer danceteria ou barzinho; e que esse negócio de nunca vou trocar uma fralda só serve para quem nunca teve filho. E aprendi que a mãe reúne mais forças e coragem que um batalhão inteiro marchando para a guerra. Aprendi que o sono nunca mais será o mesmo.
Que a vida não será mais a mesma. Que as perspectivas não serão mais as mesmas. E que o mundo não será mais o mesmo.
O tempo não é mais seu: você almoça quando ela deixa, dorme quando ela permite,
sai quando ela adormece, e volta o mais rápido possível antes que ela acorde.
Aprendi que a gente é muito mais instinto que inteligência. e que a inteligência não tem nada, absolutamente nada a ver com o instinto.

Aprendi que não sou tão forte quanto imaginava e muito menos tão frágil quanto cheguei a pensar um dia. E que não existe um modelo de pai, por melhor pai que você tenha tido ou ainda tem a sorte de ter. E que aprender a ser pai é como aprender a andar de bicicleta: você tem de assumir todos os riscos - de cair, esfolar os cotovelos ou até perder um dente.

No final, valerá a pena ter superado o medo. Ter pedalado, e cambaleado para encontrar o equilíbrio.

Percebi que, por mais que você tenha vivido, viajado, rido, escutado, aprendido, enfim, por mais que você tenha realizado um monte de coisas, você fica com a nítida impressão de que nunca fez algo que chegasse aos pés minúsculos da sua filha.

Aprendi que não importa o que ela vai ser quando crescer: mergulhadora em Fernando de Noronha, fotógrafa em Los Angeles, cientista, advogada, médica ou bailarina.

Só importa que seja feliz,
e se realize naquilo que faz.

Aprendi que Kiana é muito mais que a Deusa da Lua, no dialeto havaiano;... que representa um outro elemento ao lado da água, do fogo, da terra e do ar, persas; ...e que é realmente divina e iluminada, como no inglês antigo.

Aprendi mais: que Kiana é minha vida e que minha vida é de Kiana.
E o mais importante: aprendi que não sei absolutamente nada sobre isso.  Nada.
E que não sou nada sem ela.
E aprendi que o futuro não se mede mais no calendário,
mas nos segundos que você supera a cada momento que esse milagre vai passando diante dos seus olhos.




27 de setembro de 2005,
nascimento de Kiana Leite Garcia de Pinho.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Lado Bom das Coisas

O Lado Bom das Coisas

Rodolfo Pamplona Filho

Na vida, tudo tem
seu lado bom e seu lado mal
e o mais importante, afinal,
é saber com que olhar
se vai tudo enfrentar.

Eu não vou lamentar
se não nos deixam ver
o segundo tempo do jogo:
eu agradeço por ter
visto o primeiro com você...

Também não choro
por termos perdido o vôo
e chegado atrasado no show,
mas, sim, fico feliz por ter ido
e visto seu esforço incontido...

Eu não reclamo, nem no íntimo,
por você não agüentar meu ritmo,
mas, sim, acho sensacional
a sua vontade descomunal
de tentar me acompanhar...

Não se trata de acomodação,
nem de vil subserviência,
mas, na verdade, é dar razão
à mais clara consciência
de que a paz é a melhor solução.

Eu não tenho tudo
que realmente gostaria
e, nem de longe,
o que eu poderia,
mas encontro felicidade

em compartilhar, de verdade,
uma relação de parceria,
que, longe de ser fria,
é um porto tranqüilo e seguro,
onde encontro um amor puro,

pois o lado bom das coisas
é não ter qualquer medo
de, sem perder o próprio zelo,
entregar-se totalmente,
vivendo apenas o presente.

Salvador, 30 de setembro de 2011.

domingo, 8 de julho de 2012

O Pavão e o Urubu

Há um conto milenar que é mais ou menos assim:
Certo dia, o pavão refletiu:
- Sou a ave mais bonita do mundo animal, tenho uma plumagem colorida e exuberante, porém nem voar eu posso, de modo a mostrar minha beleza. Feliz é o Urubu que é livre para voar para onde o vento o levar.
O urubu, por sua vez, também refletia no alto de uma árvore:
- Que infeliz ave sou eu, a mais feia de todo o reino animal e ainda tenho que voar e ser visto por todos, quem me dera ser belo e vistoso tal qual aquele Pavão.
Foi quando ambas as aves tiveram uma brilhante idéia em comum e se juntaram para discorrer sobre ela: cruzar-se seria ótimo para ambos, gerando um descendente que voasse como o Urubu e tivesse a graciosidade de um Pavão...
Então cruzaram... e daí nasceu o PERU QUE É FEIO PRA CACETE E NÃO VOA!!!

Moral da estória: "Se tá ruim, nem vem com gambiarra que piora!"