sábado, 22 de fevereiro de 2014

O que tem na maleta?

Para uma breve REFLEXÃO. 

O que tem na maleta?


Um homem morreu.
Ao se dar conta, viu que Deus se aproximava e tinha uma maleta com Ele.
E Deus disse:
- Bem, filho, hora de irmos.

O homem assombrado perguntou:
- Já? Tão rápido? 
Eu tinha muitos planos... 

- Sinto muito, mas é o momento de sua partida.
- O que tem na maleta?
 Perguntou o homem. E Deus respondeu:
- Os seus pertences!!!
- Meus pertences? 
Minhas coisas, minha roupa, meu dinheiro? Deus respondeu:
- Esses nunca foram seus, eram da terra.
- Então são as minhas recordações?
- Elas nunca foram suas, elas eram do tempo. 
- Meus talentos?
- Esses não pertenciam a você, eram das circunstâncias. 

- Então são meus amigos, meus familiares?
- Sinto muito, eles nunca pertenceram a você, eles eram do caminho. 

- Minha mulher e meus filhos?
- Eles nunca lhe pertenceram, eram de seu coração. 

- É o meu corpo.
- Nunca foi seu, ele era do pó. 

- Então é a minha alma. 
- Não!
 Essa é minha.

Então, o homem cheio de medo, tomou a maleta de Deus e ao abri-la se deu conta de que estava vazia...
 Com uma lágrima de desamparo brotando em seus olhos, o homem disse:
- Nunca tive nada? 

- É assim, cada um dos momentos que você viveu foram seus. 
A vida é só um momento... 
Um momento só seu! 
 Por isso, enquanto estiver no tempo, desfrute-o em sua totalidade

Que nada do que você acredita que lhe pertence o detenha...

 Viva o agora!
 Viva sua vida! 

 E não se esqueça de SER FELIZ, é o único que realmente vale a pena!  
As coisas materiais e todo o resto pelo que você luta fica aqui. 

 VOCÊ NÃO LEVA NADA! 
Valorize àqueles que valorizam você, não perca tempo com alguém que não tem tempo para você. 

Passe esta bela reflexão a todos que você gosta neste mundo e desfrute cada segundo vivido.

 É isto que você vai levar. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Graça


Graça
Rodolfo Pamplona Filho
Ela mora na Graça
De tudo, acha graça
Deus a fez cheia de graça
Tristeza para ela? Nem de graça!
A alegria nela sempre grassa!
Adivinhe seu nome?

Praia do Forte, 24 de fevereiro de 2013.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Esselentíssimo juiz


Para iniciar a semana com bom humor.
Esselentíssimo juiz

Ao transitar pelos corredores do fórum, o advogado (e professor) foi chamado por um dos juízes:

- Olha só que erro ortográfico grosseiro temos nesta petição.

Estampado logo na primeira linha do petitório lia-se: "Esselentíssimo Juiz".

Gargalhando, o magistrado lhe perguntou :

- Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade?

- Foi sim - reconheceu o mestre. Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?
O juiz pareceu surpreso:
- Ora, meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra Excelentíssimo?
Então explicou o catedrático:

- Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes.
Se o colega desejava se referir a excelência dos seus serviços, o erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras.
O certo então seria dizer:
" Esse lentíssimo juiz ".
Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou o tratamento de "Excelentíssimo Juiz", sem antes perguntar:
- Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento ?

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Vivendo como Pais e Filhos


Vivendo como Pais e Filhos
Rodolfo Pamplona Filho
O pior gosto que existe
é o do arrependimento
e, por isso, não se deve
apenas ser parte
em uma relação...
É preciso viver a vida,
não só a própria,
mas a dos seus filhos...
Viver a vida deles
como eles viverão a sua
por algum tempo...
pois, daqui a alguns anos,
eles viverão para o mundo...
Na mais pura verdade,
eles já são do mundo...
Só que o mundo deles
agora somos nós...
Mais tarde, tudo se alarga...
Aproveite o hoje
em que o mundo deles
é ainda o seu...
Depois que o mundo se alargar,
seremos apenas mais um
personagem no palco da vida...

Salvador, 23 de fevereiro de 2013.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PREMATUROS CABELOS BRANCOS


PREMATUROS CABELOS BRANCOS

Gostaria de ter a paciência, experiência, amadurecimento e a consciência de vida que uma pessoa idosa tem, para não me esquecer que não é saudável viver num mundo tão corrido e competitivo no qual eu vivo como penso ser. Que como seria não ter pressa para comer, não ter pressa para se despedir de alguém, não ter pressa para dirigir, não ter tantos horários para ser cumpridos rigorosamente.

Gostaria de ter a paciência, experiência, amadurecimento e a consciência de vida que uma pessoa idosa tem, para executar as coisas mais simples como aguar uma planta, acariciar um animal, olhar para os formatos das nuvem nos céus, observar a natureza em seus mínimos detalhes, contudo tendo o mesmo prazer que tenho em sair com meus amigos, fazer compras, viajar, realizar um sonho material .

Gostaria de ter a paciência, experiência, amadurecimento e a consciência de vida que uma pessoa idosa tem, para ter a sensibilidade de escutar o canto de um pássaro, molhar meu rosto com a água da chuva, ver a primeira estrela aparecer no céu, sem me preocupar com os meus compromissos e com as horas que voam. 

Gostaria de ter a paciência, experiência, amadurecimento e a consciência de vida que uma pessoa idosa tem, para lembrar que nos últimos dias de minha, quem estará ao meu lado, é quem hoje dorme comigo e no qual por conta da correria do dia-dia, não temos tempo de cuidar um do outro como deveríamos e dizer a simples frase: “Meu amor, você é a pessoa mais importante da minha vida”.

Gostaria de ter a paciência, experiência, amadurecimento e a consciência de vida que uma pessoa idosa tem, para olhar nos olhos de minha mãe e dar o valor que ela merece, aproveitando ao máximo sua companhia, pois hoje não sou suficientemente madura para imaginar que um dia esses olhos doces irão se fechar para sempre e eu irei chorar copiosamente por muito tempo de saudades.

Gostaria de ter a paciência, experiência, amadurecimento e a consciência de vida que uma pessoa idosa tem, para sempre lembrar que com a ligeireza com que eu faço as minhas coisas, um dia terei que parar e ver que o meu vigor se foi e com a mesma facilidade que meus pulmões respiram o ar, os mesmos um dia estarão cansados como eu e como todo o meu corpo, e que hoje na maioria das vezes não dou a mínima para isso, me esqueço deles e da sua importância na minha vida.

Gostaria de ter a paciência, experiência, amadurecimento e a consciência de vida que uma pessoa idosa tem, para nunca esquecer que a minha existência humana não será eterna, por isso devo viver a alegria do novo, mas sempre buscando a cada minuto a certeza de que tudo na vida é passageiro e que no fim, o prazer desta estará nos atos mais simples da vida.

Aline Malafaia


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Melhor que Sexo


Melhor que Sexo

Rodolfo Pamplona Filho
Receber uma massagem,
em especial Shiatsu
ou Reflexologia Podal.
Fazer uma viagem,
conhecendo, passo a passo,
um lugar sensacional.
Levantar e dar a volta por cima.
Dormir sem hora para acordar.
Chupar uma gelada laranja lima,
depois de um gostoso banho de mar...
Ver os filhos sorrirem em alvoroço,
deitar na rede depois do almoço...
Ler um livro empolgante
Ver um filme emocionante. 
Tomar um banho super quente
Experimentar um sabor diferente
Terminar um assunto pendente
Te amar eternamente...

Praia do Forte, 13 de fevereiro de 2013.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Criado-mudo

Criado-mudo
(Mario Prata)

Tudo começou quando resolvi me mudar do décimo para o quarto andar, aqui
mesmo, neste edifício da Alameda Franca. Um carrinho de supermercado seria o
suficiente. Queria fazer lá embaixo um lar, já que isso aqui virou um vício.

Lá no quarto andar, tem quatro apartamentos.
Eu não conhecia ainda os vizinhos quando o fato se deu. Passei o dia levando
coisas lá para baixo. Há dois dias faço isso, ajudado pela Cristina.
Uma das últimas viagens e lá ia eu com a Cris ao lado, descendo pelo
elevador.
Carregávamos o criado-mudo. O criado-mudo tem uma gavetinha.
Quando a porta se abriu, havia duas famílias esperando. Meus vizinhos.
Pai, mãe, crianças e até uma avó. Foi quando eu estendi o braço para me
apresentar como o novo vizinho que tudo aconteceu.
E foi muito rápido. Muito.
Quando eu tirei a mão do movelzinho para cumprimentar aqueles que agora são
meus vizinhos, a gavetinha deslizou. Eu ainda tentei uma gingada com o corpo
pra ver se evitava a catástrofe, mas não adiantou.
A filha da mãe estava indo para o chão, lisa como quiabo, com tudo dentro.
E não existe nada mais indiscreto que uma gavetinha de criado-mudo de um
homem que mora sozinho. Ou mesmo que não more. Ali você vai jogando
coisinhas, papéis.
Coisas, enfim.
Coisas que só têm um destino na vida: a gavetinha do criado-mudo.
Entre a danada escapar do móvel e esparramar tudo pelo chão, não devem ter
sido nem dois segundos. Mas estes dois segundos foram sofridos.

Neste pedacinho de tempo tentei, em vão, me lembrar do que era que tinha lá
dentro e, conseqüentemente, toda a vizinhança ia ver. Além da Cristina.
Não deu outra. A gaveta caiu de quina e tudo voou, de cabeça pra cima, tudo
querendo se mostrar.
Há quanto tempo aquilo tudo não via a luz do dia, já que ficavam debaixo do
abajur lilás? E não ficou tudo amontoadinho, não. O material se esparramou
legal pelo hall.
Diante do que vi no primeiro bater de olhos, a idéia foi pular em cima e
cobrir tudo com o corpo até todo mundo sumir dali.
Sim, na gavetinha do criado-mudo a gente joga tudo.
Pelos meus cálculos, devia ter coisas ali dos últimos cinco anos.
Eu não tinha idéia do que é que estava indo para o chão e aos olhos da
vizinhança estupefata.
Um pedaço da minha vida estava ali, no chão, sujeito à visitação pública.

Uma vergonha.
E o pior é que não dava para pegar tudo de uma vez. Teve pilha que rolou
escada abaixo. Moedinhas rodopiavam sem parar, fazendo aquele barulhinho.
A primeira coisa que a Cristina recolheu foi um par de brincos
douradérrimos.
Que não eram dela. E eu não ia explicar ali que eu não tinha a menor idéia
de quem foram. Podiam estar ali há cinco, seis anos.
As crianças olharam para três camisinhas e deram-se sorrisos cúmplices.
Não foi bem este o olhar da Cris.
Aquele pequeno despertador com o vidro quebrado. Estava parado às 10h10 do
dia 23, sabe-se lá de que mês ou ano. Três edições da Playboy. Velhas. Uma
da Tiazinha. Constrangimento.

Pra minha sorte, bem ao lado caiu a História da Filosofia, de I. Khlyabich.
E o livro daquela jovem namorada do Sallinger, do Apanhador no Campo de
Centeio. Amenizou um pouco.
E as camisinhas eram de 98, tava escrito lá.

Limpou um pouco a barra. Um pouco.
Sim, por outro lado, mostrava que desde 98 que eu... Deixa pra lá.
Tinha o menu da minha aula de culinária de março.
Tinha procurado tanto o Guia de Acesso Rápido do celular. Tava lá.
Agora eu ia aprender a apagar os telefones vencidos da caixa.
Meu Deus, o que é aquilo no pé do garoto? Viagra!
E o filho da mãe pegou e mostrou para o pai, que me olhou com pena, com dó:
tão jovem...
Tive que dar explicações: - Hehe, é o Jair, que é do 103, psicanalista,
amostra grátis...

Cris, com os alheios brincos na mão, escondeu o Viagra. Vexame total.
Mas isso era só o começo da minha vida esparramada no chão de mármore.
- A conta da compra do computador que eu dei para a minha irmã.
- Duas pilhas Duracell que jamais saberemos se estão boas ou já usadas.
Esse problema de pilhas soltas me enlouquece.
- Sabe aquelas moedinhas de orelhão que não funcionam mais? Várias.
- Uma foto minha com a atriz Manoella Teixeira, abraçados na porta do Ritz
(isso foi há dois anos, fui logo explicando).
- Uma cartela de Lexotan, uma de Frontal e uma de Zoloft. Pronto, os
vizinhos não teriam mais dúvidas. Um louco deprimido se aproximava.
- Quatro canetas Bic que eu duvido que ainda funcionem.
- Uma capinha de celular que eu comprei há uns quatro anos e não serviu.
- Uma caneta dessas de marcar texto, aquela amarela, sabe? Seca, é claro.
- Um tubo de Redoxon, vencido há várias gripes.

- Um papelzinho com um telefone que jamais saberemos de quem é.
- Um benjamim.
- Um tubo (suspeitíssimo) de Hipoglós.
- Um disquete de computador sem nada escrito nele. O que pode ter aqui?
- Um par de óculos escuros que nunca foram meus.
- Umas cinco ou seis chaves que nunca saberei que portas abrem.
- Um livrinho mandado (e escrito) por um leitor, com o nome Ser Gay é Ser
Alegre.
Como explicar isso, de joelhos?
- E, para encerrar o meu derrame, um papel em branco com um beijo de batom
vermelho, bem no meio. Tentei dizer que era da minha afilhada, Maria Shirts,
mas não colou.
Fui recolhendo aquilo tudo, aqueles pedaços da minha vida e colocando de
novo dentro da gavetinha. E me levantei.
Entramos em silêncio no apartamento, eu certo de que ia começar uma nova
vida ali.
Mas logo cheguei à conclusão de que a gente nunca começa nada, a gente
continua.
Ajeitei o criado-mudo ao lado da cama.
Fiquei olhando para o indiscreto móvel que eu achava mudo.
Mas que, em dez segundos, contara cinco anos da minha vida.

Mário Prata