sábado, 3 de maio de 2014

Afasia

Afasia
de Carla Miguelote

I
não é assim que eu escrevo
não sob estas condições
não com a dor à flor
da garganta
não com o botão de rosa
deflorado
na infância da memória

não dá pra escrever um poema
à sombra desta lembrança


II
isto não é um poema
é um grito

o grito que tantas vezes
ensaiei, em sonho,
mas que não lograva rebentar
o plástico túrgido que premia
meu peito, por dentro,
até a garganta


III
"não conta pra ninguém, não
o tio faz isto porque gosta muito de você"

"não conta pra ninguém, não
ou eu mato sua mãe, seu pai, toda sua família"


IV
a dor do silêncio foi, por vezes,
maior que a dor da carne


V
vinte e oito quilos de silêncio
pesavam mais que vinte e oito quilos de algodão

pesavam vinte e oito quilos de chumbo
mais a pena plúmbea de cada pálpebra


VI
vocês não estão vendo?
senhor motorista?
senhor trocador?
senhores passageiros?
vocês todos,
em pé,
sentados,
ao meu lado,
à minha frente,
às minhas costas?
vocês não estão vendo
o que este homem está fazendo
comigo?


VII
ninguém ouvia a criança
e isto porque ela não gritava

porque este apeki desesperado
ressoava
apenas internamente

porque algo impedia
de articular estas palavras


VIII
mas se não a podiam ouvir
por que não a viam?
certamente, além de se tornar muda,
ela não havia se tornado invisível,
não é?
e não só ela, mas também
o homem que metia
seu cacto espinhoso
pelas pétalas dentro, dela


IX
cacto espinhoso
pétalas

perdoem-me a pobreza
e a inadequação dessas metáforas

mais apropriado seria tornar literais
os versos de Catulo:

"Ó Mêmio, bem e por muito tempo, lentamente fizeste que eu,
Deitado de costas, chupasse toda essa tua vara!"


X
por que a escolhera
para ajudar-lhe a expulsar o pus
de dentro daquele bicho
nunca dantes visto, por ela?


XI
decerto estava doente
de uma doença vergonhosa
e o mais fácil era pedir ajuda
a uma criança que, candorosa,
não o repugnaria


XII
o senhor foi então lhe explicando que,
diferente de um furúnculo,
que se espreme,
com aquela protuberância
eram necessários movimentos repetitivos
para cima e para baixo
de uma mão firme e envolvente


XIII
sua mão pequena de criança
não era assim tão firme e envolvente
mas, eleita, fez o que pôde


XIV
estava em frente à televisão
assistia a um desenho animado

entrou um senhor pela port
e saudou-lhe com uma língua torta


XV
"tori-tori-torá, agora eu vou dançar"
era a musiquinha que tocava na televisão
abafando o estalido agudo
que fazia aquela língua torta
ao bater no desenho
mais ignorado de seu próprio corpo


XVI
entre a casa habitada
e a casa velha,
que servia de depósito,
o caminho do calvário


XVII
era noite
a criança sentada na garupa
da bicicleta
pedalada por aquele que
se transformaria em outro
- o próprio demônio -
quando chegasse à casa velha


XVIII
esse outro
já pressentido pela criança
e temido pela criança
que, criança,
ignorava que podia,
a meio do caminho,
saltar da bicicleta
- podia? -


XIX
e rezava ao crucificado que lhe ensinasse
a suportar a dor dos espinhos,
dos pregos, das torturas todas
que fariam sangrar mais vermelho
que o roxo do manto do senhor dos passos

que fariam seu pranto mais sufocado
que o céu negro daquela noite quente


XX
colocou-a em cima da mesa e disse:
"pode ir tirando a calcinha"

e depois? e depois? e depois?


XXI
o tecido da memória se esticou e reconstituiu
até cobrir por completo aquele buraco

quem a observasse, jamais perceberia
algum remendo ou falha na memória


XXII
mas quando, adolescente,
pela primeira vez foi à ginecologista

descobriu que a pele
era um tecido menos flexível


XXIII
e o rombo na pele
reabriu-lhe o rombo na memória

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A Morte

A Morte

Rodolfo Pamplona Filho
O grande amor de Thanos
A única irrecusável verdade
O cessar de todas as atividades
O término da consciência
O fim de todas as coisas
O recomeço, para alguns
O ponto que encerra a sentença
O desencarne ou passamento.
O beijo da bela mulher que tudo cala.
A viagem definitiva sem levar mala.


Salvador, 03 de junho de 2013

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Perdi o meu emprego



Perdi o meu emprego
Danilo Gaspar

Dizem que o trabalho dignifica o homem
Dizem que o amanhã sempre será melhor do que ontem!
Mas se eu perder o meu emprego?
Me contem...

Dizem que não posso ser dispensado de forma arbitrária
ou sem causa justa!
Dizem que a continuidade da relação de emprego é mais
que necessária!
Mas por que, então, fui dispensado de forma injusta?

Era um dia normal, dia de sol.
24 horas como de habitual.
Mas quando cheguei, o aviso: compareça ao RH!
Ah, já sei, salário melhor virá!!!!

Mas, ao chegar lá, o pior estava a me esperar.
Era uma carta, um papel, quase um pedaço de papel de pão.
Possuía meus dados, meu histórico, e se chamava “Termo de Rescisão”.
Motivo não tinha não, simplesmente escolha do meu patrão!

Mas o que fiz, afinal???
Envelheci, troquei de time, de opção sexual....
Nada disso, pelo que entendi, meu contrato
simplesmente chegou ao final.

Insisto, pergunto, questiono,
preciso saber,
afinal, o que direi àqueles que esperam
em casa por me receber???

Que fui dispensado, que perdi o emprego,
que não vou mais trabalhar.
Mas tenho esposa, dois filhos, e
uma família pra criar.

Lembro da Justiça, que pode até demorar,
mas não falhar: assim sempre ouvi!
Se a Constituição protege meu emprego,
do que terei medo???

Inciso I do artigo sétimo,
norma constitucional, direito fundamental.
Talvez seja fácil retornar ao meu emprego
e viver no meu habitat natural.

Ledo engano, resposta negativa.
Me disseram até que o direito existe,
mas não fora regulamentado.
E eu? Mais uma vez frustrado!

Mas não desisto, me falaram de uma
certa “lei” internacional.
Convenção, recomendação, não sei bem o que.
158, me lembro bem, documento essencial.

Ainda não foi desta vez.
Ratificada, aprovada, publicada.
Mas, pouco tempo depois,
optaram por denunciá-la.

É, não tem jeito, o que me resta é aceitar
que existe um tal de um direito potestativo de dispensar.
E, como tal, resta a nós, como de forma natural,
simplesmente aceitar.

Mais um trabalhador desempregado, mais um pai
de família angustiado.
Bolsa-família, seguro-desemprego, até ajudam,
mas continuará faltando algo: o meu trabalho.

Trabalho que dignifica, que torna cidadão.
Trabalho que purifica, que faz encontrar a razão.
Trabalho que quero, trabalho que preciso.
Trabalho que tinha, mas, não sei porque, tive perdido!

Guarajuba, 17 de março de 2013.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

EM TODA PARTE MUITO PARA VER



EM TODA PARTE MUITO PARA VER
Bertold Brecht

O que viu, viajante?

Eu vi uma paisagem aprazível, onde havia um monte de cinza contra um
céu claro, e a relva oscilava no vento. No monte se encostava uma
casa, como uma mulher se encosta num homem.

O que viu, viajante?

Eu vi uma elevação , boa para abrigar canhões.

O que viu, viajante?

Eu vi uma casa, tão arruinada que apenas o monte a mantinha de pé; mas
assim ficava o dia inteiro na sombra. Passei por ela em horas
diferentes.e jamais saía da chaminé, que indicasse comida sendo
cozinhada.
E eu vi as pessoas que lá viviam.

O que viu, viajante?

Eu vi um campo ressecado de chão pedregoso. Cada talo de relva era
solitário. Pedras havia na grama. Desmaiada sombra de um monte

O que viu, viajante?

Eu vi uma rocha que erguia os ombros da grama do chão como um gigante
que não se deixa vencer. E a grama firme e reta, com orgulho, no chão
ressecado,E um céu indiferente.

O que viu, viajante?

Eu vi uma dobra no chão.Aqui , há milênios,devem ter ocorrido grandes
movimentos da superfície da terra.O granito estava à mostra

O que viu, viajante?

Nenhum banco para sentar, estava cansado.

Poemas -1913-1956 Editora 34 -Seleção e tradução de Paulo César
deSouza - páginas 264-265))

terça-feira, 29 de abril de 2014

Cenas do Mundo- O Sorriso da Mulher de Sarajevo- 22

                       Cenas do Mundo- O Sorriso da Mulher de Sarajevo- 22


                                ( Foto: Cláudia Reina- Sarajevo)

O Sorriso  da Mulher de  Sarajevo - 22

Corpos em busca de abrigos. Andarilhos sem rumo. Trilhas de destroços. O declínio  sombreia ruínas.
Meu amor.
Dê-me as sombras dos teus olhos turvos. Olhos de bruma.   
Ataques aéreos. Em simetria. Bombas ritmicamente lançadas sobre a cidade cercada. A regularidade fria dos relógios  arruína construções  seculares.  
A beleza agride a virilidade dúbia das feras. A impotência revolvida em cólera fortificada tal qual castelos medievos. 
Meu amor.
Dê-me pássaros a povoar túmulos lodosos.
Quantos e quantas  Sumayyah, Marijas, Fazels, Andrijas, Khadijas, Vanovics, Habibs, Lukovics, Fouads e  Kostinas  explodem no ar.   
Quanta infância e juventude entupidas em valeiros. E sempre o mesmo som a ressoar das bombas e dos fuzis.
O  nevoeiro  cobre a bicicleta azul do poeta  morto.
Afogam-se mães em rios de sangue talhado. Ontem ainda fotografias enfeitavam as paredes nuas das casas.
O peso da solidão materna. Pedra fria. Cova rasa. Órfãos da humanidade.
Sobre túmulos planto lírios.  
Meu amor.
Dê-me as mãos enegrecidas das cinzas dos filhos  mortos. As tuas mãos.
Livra-me  das palavras malditas lançadas  nos sepulcros.
Dê-me amanheceres  prateados sobre uma Saravejo encarcerada.
Meu amor. 
Dê-me o teu longo túnel de desespero. 
Ofereço-lhe a luz opaca de uma lâmpada vacilante que se adianta para iluminar a noite invernal. 
Ofereço-lhe restos ornados por rosas que cultivo. Vermelhas.
Omarska, Keraterm e Trnopolje.
Campos secos de extermínios. A terra é untada com os corpos de vinte e duas mil mulheres retalhadas com lâminas afiadas. Queimadas. Violentadas. Úteros-fetos. Olhos vidrados. Faces aterrorizadas. Mudas. Atônitas. Dizimadas.
Os indiferentes declaram amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. Possuem a suavidade da brisa que embala os corpos fétidos na primavera.
Canto com fúria. Muitas dores eu canto. Sento-me ao lado dos meus mortos. Ouço seus brados. Tudo está vivo: os mortos e os crimes. 
Meu amor.
Livra-me da terra infecunda.   
Dê-me um trigal  semeado sem  terror.  
Homens aprendem a conjugar o verbo odiar desde a mais tenra idade. Eu odeio. Tu odeias. Ela odeia. Nós odiamos. Vós odiais. Eles odeiam.  De tanto odiar romperam o frágil limiar entre a civilização e a barbárie.
Pergunta  o rabino  de uma aldeia nas  colinas: o que tanto odeiam meus filhos? Fuzilado foi em praça pública junto com os cães esfomeados.  
Há os que matam por volúpia. Outros por distração e desejo. Outros por ambição, vingança e poder. Outros por tédio. Outros por perversão e gozo. Matam os seus semelhantes como se matam bois em matadouros. Com precisão e resultados.  
Meu amor
Dê-me a face envergonhada. 
A tua face.
Nas colinas artilheiros bêbados atiram às cegas. Nas ruas coloridos bondes esbraseados. Seres disformes pelo calor das chamas jogados em fossas abertas. Opressores escarnecem a carne carbonizada.    
Meu amor.
Dê-me o mistério de uma rua alheia .
A preencher a nossa infinita solidão.
Srebrenika . 
O Pavor é qual ondas que avançam. E deixa, ao refluir, a memória amaldiçoada. Oito mil homens exterminados em algumas horas. Poucas. 
O povo ultrajado implora  trégua. E os senhores da guerra entornam garrafas de uísques em Genebra enquanto negociam vidas .
Meu  amor,
Dê -me um súbito brilho que possa apagar toda infâmia.
Meu amor.
Emerjo  entre correntes vorazes.  À deriva.  Entre as sobras de um naufrágio.   
Lanço-me em teus braços tortos. Tua elegância vestida em farrapos.
Meu Amor.  
Dê-me asas partidas que se  reconstroem
para um voo que se aproxima. 
Bounguenvilles debruçam-se retorcidos nas  ruínas do que foi um lar. No pátio balanços enferrujados. Escorregas azuis cravados por rajadas de tiros. Terra adubada com o sangue  das crianças mortas  ao pé dos limoeiros.
Um vulto esmaecido vagueia na escuridão .Trevas. A cabeça entre mãos. Curvado. Um pai a procura do filho.
Meu amor.
Dê-me delicadezas.
Atravesso o inferno-viva. A febre devora nervos tensos.
Meu amor
Dê- me água límpida. Gotículas translúcidas  repousadas em ramagens de árvores fruto em flor. Orvalhadas.    
A biblioteca de Sarajevo está chamas. Um acervo de três milhões transformado em cinzas.
Odeiam os ahadith do profeta, os califas, os escritos bizantinos, gregos e latinos, a filosofia, a teologia e a ciência. Odeiam a arte, a literatura, o alcorão e seus intérpretes, a bíblia e os santos, os recitadores, as lendas do Egito e as estrelas do Cairo .  
As  labaredas engolem a história e a arte. Toneladas de cinzas varrendo as ruas de Sarajevo.
Meu amor
Dê-me o vento que leva longe as cinzas. E espalha sementes. E replanta figueiras.
Dê-me o   povo que insultado ri da feridade dos generais.
Vedran Smailović.
Do violoncelo preso às cordas latejantes do luto flui o Adagio de Albinoni  em celebração aos vinte dois mortos que esperavam pelo pão. Assim é. Assim o será por vinte e dois dias, às mesmas e sempre dezesseis horas. Um dia para cada morto. Algo move o violoncelista de Sarajevo. A cabeça presa ao vácuo deixado pelo mercado em chamas.
Visto meu corpete adornado de destroços. Pequenos andrajos. Sapatilhas despedaçadas. Danço nos escombros. Rodopio. Descalços. Esfolados pés. 
Pássaros repousam em meu  peito. Teus pássaros.
Meu amor.
Dê-me o  Sorriso de Sarajevo.
Da Mulher de Sarajevo.
Encanto.
Vida que teima  nas entranhas.
Sorvo. Venha.
Meu amor.
Dê-me a tua nudez nesta terra devastada.
 
Cláudia Reina.




segunda-feira, 28 de abril de 2014

A Delicadeza da Grandiosidade

A Delicadeza da Grandiosidade

Rodolfo Pamplona Filho
Notas fluem continuamente
como as gotas da chuva lá fora,
mas, aqui, tudo é somente
a irrelevância das horas
no apreciar da melodia,
ritmo e pura harmonia...
O privilégio de testemunhar
a manifestação da virtuose
só é comparável ao deslumbrar
com o impacto, quase hipnose,
da beleza da música
e, sem dúvida, da musa
que tudo reforma
e transforma
a admiração em encantamento,
a técnica em sentimento,
a solenidade em leveza
e a grandiosidade em delicadeza.


Salvador, 14 de maio de 2013, para Hélène Grimaud.

domingo, 27 de abril de 2014

MARIDO RICO

MARIDO RICO

Saiu no Financial Times (maior jornal sobre economia do mundo).
Uma moça escreveu um e-mail para o jornal pedindo dicas sobre como
arrumar um marido rico". Contudo, mais inacreditável que o "pedido" da moça, foi a resposta do Editor do jornal, muito inspirado, à mensagem de forma muito
bem fundamentada.
Leiam...

E-mail da MOÇA:
"Sou uma garota linda (maravilhosamente linda) de 25 anos. Sou bem
articulada e tenho classe. Estou querendo me casar com alguém que
ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano. Tem algum homem que
ganhe 500 mil ou mais neste jornal, ou alguma mulher casada com alguém
que ganhe isso e que possa me dar algumas dicas?
Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não
consigo passar disso. E 250 mil por ano não vão me fazer morar em
Central Park West.
Conheço uma mulher (da minha aula de ioga) que casou com um banqueiro
e vive em Tribeca! E ela não é tão bonita quanto eu, nem é inteligente.
Então, o que ela fez que eu não fiz? Qual a estratégia correta? Como
eu chego ao nível dela? (Raphaella S.)"

Resposta do editor do jornal:
"Li sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu
caso e fiz uma análise da situação.
Primeiramente, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não estou
tomando o seu tempo à toa...
Isto posto, considero os fatos da seguinte forma: Visto da perspectiva
de um homem como eu (que tenho os requisitos que você procura), o que
você oferece é simplesmente um péssimo negócio.
Eis o porquê: deixando as firulas de lado, o que você sugere é uma
negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: Você entra com
sua beleza física e eu entro com o dinheiro.
Mas há um problema.
Com toda certeza, com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia
acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará
aumentando.
Assim, em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação e eu
sou um ativo rendendo dividendos. E você não somente sofre
depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva, acelerada, ou
seja, sempre aumenta!
Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos
próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano. E no
futuro, quando você se comparar com uma foto de hoje, verá que virou
um caco.
Isto é, hoje você está em 'alta', na época ideal de ser VENDIDA, mas
não de ser comprada.
Usando o linguajar de Wall Street, quem a tiver hoje deve mantê-la
como 'trading position' (posição para comercializar) e não como 'buy
and hold' (compre e retenha), que é para o quê você se oferece...
Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um 'buy and hold')
com você não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim!
Assim, em termos sociais, um negócio razoável a se cogitar é namorar.
Cogitar... Mas, já cogitando, e para certificar-me do quão
'articulada, com classe e maravilhosamente linda' seja você, eu, na
condição de provável futuro locatário dessa 'máquina', quero tão
somente o que é de praxe: fazer um 'test drive' antes de fechar o
negócio... podemos marcar?
(Philip Stephens, associate editor of the Financial Times - USA)"