domingo, 8 de novembro de 2015

Duplo Soneto Ao Melhor Amigo

Rodolfo Pamplona Filho





Perdoe-me se eu nunca disse antes,
mas eu te amo muito, meu amigo:
nada na minha vida é relevante,
se eu não puder contar contigo.

Acordei assustado de madrugada,
pois sonhei que tinhas ido embora,
Por isso, corri para, em palavras,
registrar o que senti agora:

se, por acaso, eu me for
antes da tua partida,
guardas bem esta despedida

pois significa o fim do torpor,
que aprisionava meu sentimento
para fazer este testamento:

na vida, fui, de tudo, um pouco:
sucesso e fracasso, médico e louco,
gozo e cansaço, perda e laço,
lágrima e amasso, soco e abraço.

Mas nada valeu mais a pena
do que descobrir a pequena
jóia que dois homens de verdade
podem fazer para a eternidade

saber que não importa a distância,
nem o choro incontido de criança,
ou o inevitável decurso do tempo,

O mundo jamais verá algo mais puro
do que a amizade que rompe muros
e dura mais do que o sopro do vento.

Buenos Aires, 21 de junho de 2011, 4:30 am.

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