sábado, 15 de agosto de 2015

Cinco anos de Blog

Estimados

Hoje, não postarei texto poético novo!
Na verdade, esta mensagem é apenas para agradecer todos aqueles que têm acessado o blog, que, hoje, completa cinco anos consecutivos no ar, quase sempre com pelo menos um texto novo por dia!
E confesso que nunca imaginei que fazê-lo seria tão prazeroso assim.
Foram muito mais do que postar 365 textos neste ano!
Fiz amizades com pessoas que nunca vi ainda pessoalmente, mas que têm compartilhado suas almas e letras comigo. O blog deixou de ser um espaço para publicação exclusiva de textos meus, para se converter em um portal de poesia de todos aqueles que se interessam por este lado bonito da vida...
Quanta gente maravilhosa tivemos a oportunidade de conhecer aqui? Tantas  criaturas preciosas que nos enviaram textos e que publicamos com todo prazer!
Por isso, em vez de postar um texto novo, gostaria de convidar você, que já segue o blog ou que está lendo-o pela primeira vez, a futucá-lo um pouco!
Verifique quantos acessos já ocorreram!
Veja quantos seguidores temos! Se você ainda não está lá, nao se acanhe em apertar a opção de "seguir o blog"!
Leia ou releia os textos mais acessados do blog (a relação está do lado direito desta página)!
Descubra os temas mais recorrentes nos marcadores dos temas!
Ajude-nos a melhorar o blog, tanto do ponto de vista da formatação, quanto da escolha dos textos a ser programados para publicação!
Comente aqueles textos que tenham chamado mais a sua atenção!
Além disso, tenho recebido contribuições de diversas pessoas que, quando não mandam poemas seus ou de terceiros, mandam imagens lindas que decoram o nosso espaço. Agradeço, em especial, à amada ex-aluna Amanda de Almeida Santos, que é a responsável pela maior parte das imagens expostas aqui no blog.
Ela, juntamente com outras pessoas lindas, têm me mandado diversas ilustrações que têm renovado o meu ânimo de manter o blog no ar...
E, depois de um tempo com menos postagens, voltamos com força total, graças ao apoio de Juliana e Lisi, da Maia Comunicação, que passaram a fazer a minha assessoria de comunicação e gerenciamento de publicações e redes sociais desde 23/07/2015!
Se você, leitor, encontrar alguma imagem legal que possa adornar algum texto já postado, não hesite em nos encaminhar também!
Ter tanta gente maravilhosa perto de mim é bom demais...
E isto me deixou muito feliz...
Feliz aniversário a todos nós!
Abraços a todos,

Rodolfo Pamplona Filho

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O Pequeno Guerreiro

 Jairo Vianna Ramos


As patas dos cavalos pareciam arrancar fumaça do chão. Um gigantesco guerreiro cavalgava com destreza seguido por outros cavaleiros fortemente armados. Os pastores corriam com as ovelhas a procura de abrigo.

Aonde iriam os soldados com tanta pressa e raiva? A quem atacariam? Era evidente o eclodir da guerra. Os pastores não eram os inimigos, pois  já se punham salvos.

Eu olhava com insistência a grande campina, mas não via traço do possível adversário do exército do colosso. Mais ao norte, havia um castelo abandonado, ou ao menos assim parecia. Suas torres estavam derretidas, em parte. Era estranho o descuido em que se encontrava a  edificação tão importante. Em volta havia um bosque cujas árvores não tinham folhas e por algum tempo pensei que ali estariam os antagonistas, mas logo desisti da ideia, haja vista a ausência de sombras necessárias ao esconderijo. Os pobres troncos sozinhos eram incapazes de esconder um homem sequer.
O imenso guerreiro levava a horda ao noroeste. O ruído dos tropéis ensurdecedores quase dilacerava os meus tímpanos.

O gigante guerreiro trazia na cabeça um insólito capacete encimado com uma ponta de espada. Imaginei se cabeceasse algum desafeto. Pensei se a lâmina atravessasse o meu corpo e me contraí. Suei e senti a dor na suposição da violenta batalha por vir.

Forcei a vista ao noroeste. A campina continuava vazia pelos lados de lá. Nada de inimigos. Apenas o grande guerreiro e seus seguidores galopavam em linha reta naquele rumo.
O casal de pássaros chegou ao ninho para alimentar os filhotes. Ainda bem — pensei. Sempre ficava preocupado que acontecesse algo com os pais. Quem tomaria conta dos pequenos? Eu os alimentaria, talvez.  Mas um dia, eles precisariam aprender a voar. Não saberia ensinar-lhes isso. Mas agora me afligia o fato de o ninho ficar tão próximo à campina onde, eu sabia, travar-se-ia a brutal contenda. Era meu dever cuidar dos pássaros. Tornei-me guardião voluntário dos filhotes e não podia deixá-los em momento tão grave.

Os adultos piavam sem cessar, arrepiavam as penas do alto das cabeças e em volta dos pescoços. Talvez previssem o perigo.

Um repentino calor insuportável promovia uma lufada de ar quente que trazia o incrível cheiro de sangue ainda não derramado, como se antecipasse o futuro. Abri os braços na insana pretensão de assustar os bravios guerreiros.

 Olhei novamente a noroeste e, agora sim, vi o outro exército que despontava no horizonte. E enquanto o esquadrão do gigante vestia armaduras e malhas cinzentas, o outro trajava roupas coloridas e alegres, algo estranho para soldados cuja missão, ao menos na teoria, seria assombrar, enfrentar e destruir os oponentes.

Lamento dizer que me esqueci dos pássaros e descumpri, assim, por um momento, o que era obrigado. Porém, como desviar a vista daquela inusitada legião de cores? Ela não vinha embalada pelos militares tambores. Tocavam-se, não sei quem, onde e como, belas e alegres valsas. Embora ainda distantes, dava para se ver que os cavalos mais pareciam belas criaturas dos carrosséis enfeitados dos parques. E a variedade harmoniosa dos matizes pintava na pradaria um jardim em movimento. Canteiro líquido que escorria pela terra. Presente do sol da tarde enviado do fim do mundo. Aurora boreal.

À frente do belo exército estava o pequeno guerreiro. Mas naquela distância não lhe distingui as feições. De viés olhei o ninho. Os pássaros adultos estavam imóveis. Os filhotes nem ousavam erguer as cabeças à procura do repasto. Enfurnaram-se, por ordem do instinto. A natureza repudiava a fereza.

Olhei de novo a planície, não mirei os lados do gigante porque meus olhos preferiam o exército da cor e da alegria e, para meu espanto, percebi, agora nitidamente: o pequeno guerreiro era eu! E mais perplexo pude ver que se vestia como eu, embora em combate medieval. Calças nos joelhos e uma camiseta azul com escritos em vermelho, em língua estrangeira, cujo significado eu não sabia, como ele também, talvez.

O vento bateu mais forte nos meus cabelos e já eram perceptíveis os hálitos dos inimigos. Os seus fedores invadiram-me. Vi as rugas de raiva nos seus rostos. Estavam muito próximos. O choque era iminente e inevitável. Levantei a espada uma vez. A música cessou. Fez-se o silêncio. Repeti o gesto e gritei, com a voz seca de arranhar garganta:

— Atacar!

Escureceu à minha volta. Um turbilhão de corpos e armas. O sangue espirrou como chuva às avessas. Gritos cortaram o ar e o som de aço no aço era incessante. O cavalo resfolegou sob o meu corpo e rodopiou para encontrar piso entre os corpos dilacerados. Na escuridão da batalha, eu vi o capacete incomum do gigante.  Tentei me aproximar dele e ele, mais ainda, ansiava o combate e veio em minha direção abrindo alas pela pugna. Onde passava deixava o rastro de arrasamento. Embora ciente da desproporção, não havia outra forma de terminar a contenda senão a queda do líder. Cabia-me enfrentá-lo. Franzi a testa para ajudar a visão ofuscada pelo sol. Fez-se um claro na planície, como se parasse a batalha e no meio do espaço criado, sem qualquer ordem ou combinação, estávamos: eu e o enorme oponente.

O gigante nem cumprimentou. Com um só gesto atirou a lança contra meu peito. Dor aguda. O sangue corou a grama da campina, misturou-lhe a púrpura, como se houvesse ainda onde se colorir.
Não entendia como eu, deitado ao chão e de braços abertos, no ofício de proteger a árvore onde estava o ninho, pudesse cair moribundo lá na campina, pois a dor predefinia o fim.

Mas o eu de lá não era o mesmo de cá.

O gigante, ciente da vitória, volveu para o lado da árvore e balançou a enorme cabeça, incrédulo. Viu outro pequeno guerreiro igual àquele que jazia à sua frente.

A determinação destruidora foi mais forte que a dúvida e o enorme homem veio em minha direção. Senti a boca secar e pensei nos pobres passarinhos no ninho.

Os segundos cresceram como horas. Eu gritei coisas que não me lembro. Vi o guerreiro e seu cavalo em franco galope se aproximava. Ele abaixou a cabeça e deixou em evidência a espada do capacete.  Fechei os olhos, pensei nos meus pais, na minha casa, nos passarinhos e chorei.

Senti um toque no ombro e ouvi, ao longe, a voz de homem.

— O que é isso, menino? Está sentindo alguma coisa? Você está bem?

Não respondi logo. Apontei para o alto e balbuciei:

— O gigante está perto. Matou muita gente e agora quer me pegar! Deixou um rastro de sangue!

O homem olhou o céu e sorriu.

— Calma! São apenas nuvens, elas às vezes tomam formas estranhas e assustadoras, depende da imaginação. E está vermelho porque o sol se põe. Vá para casa, descanse e esqueça.

Olhei a árvore e saí dali satisfeito, vivo e livre, como os passarinhos. Antes de dormir, resolveria sobre continuar ou não na missão de guardião dos pássaros da pracinha. Talvez fosse ainda muito novo para isso.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Migalhas de Carinho

Rodolfo Pamplona Filho




Eu mendigo
migalhas de seu carinho
como um cachorrinho
junto de sua mesa,
na esperança de, um dia,
encher minha barriga vazia
e meu coração sedento...

Salvador, 16 de janeiro de 2014

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Anjo Satã

Há uma mulher, de quem falam

por casas e praças,

que tem fama e fervor.

Decide se acompanha ou opõe.



Dizem de suas orações e do que manda fazer,

dos homens que a ela não se comparam.

Galardões e seminários, em arrastos e confissões,

por honra da senhora dos feitiços e bênçãos.



 Entre terras e escravos, minas e fundições,

a fortuna que tantos sondaram,

os beijos de bajulações e outros empregos.

Soube abraçar e esquivar, manter e disputar.



O padre e o banqueiro, o contratador e o governador,

quem pode os seus pedidos ignorar?

Roga a Deus em visões.

Alguma vez sorriu, se disse feliz?



Dizem os bons: é um anjo encarnado!

Seus desejos espargem amor e docilidade.

Quando jovem, encantou, com suavidade de rosa,

gentes do campo e da cidade.



Afirmam os profanos: é satã afeminado!

Sua boca reparte fel e inimizade.

Sua flor se abriu em propositada cilada

ao capitão que embarcou na conhecida emboscada.



Por conselho quebrou dificuldades e jornadas

tolamente propagadas.

Propriedade não é estima.

Respeito e admiração: busca de conquista.



Não tem qualidade o corpo reles que jaz

sem alma ativa e corada,

como não tem mérito o sentimento do filho

que por vã afronta recebe castigo.



As encomendas que se fazem

são parcas e desmerecem

a memória de tempos bruscos e mal acolhidos.

Descanso é refúgio não reservado.



O trabalho será eternizado na dor

de quem compra indulgência sem sacrifício.

A herança está consumada em fogo,

purificada de mãos sem engenho e desvalorosas.



Ditosa mulher ambígua,

que aos meus sentimentos não satisfaz,

sua morte encerrou muitas vidas

e a minha já não se compraz.





Bruno Terra Dias

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Karoshi

Rodolfo Pamplona Filho




Morte súbita
por excesso de trabalho
Consequência cruel
Ironia do destino
Quando o meio de vida
vira a via da fatalidade...

Porto de Galinhas, 08 de novembro de 2013.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Aos Presentes e Futuros Amigos



A amizade não é coisa pueril, de criança
Ela Permite a troca de experiências e esperanças.
Belos gestos e palavras, quando vindos do coração
Só podem trazer, nos amigos, fortes emoções.




 
É coisa divina, abençoada.
Por isto deve ser cultivada.
Manter ou fazer um amigo, é ouro
A ser guardado no coração, igual tesouro.

A qualquer momento podemos precisar
Sabendo, de antemão, que ele lá vai estar
Sempre pronto a ajudar, a dar um alento.

Para se manter e fazer amizades
Devemos empenhar talento.
O que tento, com criatividade.


(Paulo Basílio - 20/07/2011)

domingo, 9 de agosto de 2015

Resenhas do Chile

Rodolfo Pamplona Filho




Love
Oreo
Eu tou brincando!
Manzanas
"Mãe, os Dourados estavam fazendo Bullying comigo!"
Minha mãe!
"Bate, amiga! De novo, amiga! Beijinho, amiga! Derrete!"
Para, mãe!
Maridjo!
Vinte!
Manhêê!
Fulano roubou pão na casa do João!
Eu, não! Então, quem?
Parará paratiparara
"Quero ficar com Lulu!"
Não que Nino vai brigar...
Defenestrar...
Tem wi-fi aqui?

No aeroporto de Santiago, 16 de janeiro de 2014...