sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Meu poema de chuva




Ildásio Tavares



Meu poema não visita a antologia
Dos momentos que a chuva salpicou
Nem se curva ao tip-top na janela
Onde sem mais querer
A chuva semissente se instalou, —
Ele se esgueira, calmo e contemplado,
Até a intimidade sem recursos da gota mais minúscula,
E em uniliquescência permanece;
E assim, as palavras feitas chuva
Se escorrem lá pra baixo da ladeira e
São sorvidas sem serem pressentidas
Pela terra,
Pelo lago,
Ou pelas tradicionais bocas de lobo.


2 comentários:

  1. Cara, me perdoa por não ter comentado antes, continue com seu blog ele é incrível!

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    Respostas
    1. Fico feliz com isso!
      Continuo postando um poema por dia, mas, por vezes, demoro para responder os comentários...
      Veja esse poema e outros recitados também na playlist própria do nosso canal no youtube, o "Canal Pamplona"!
      Ficarei muito feliz se você puder nos seguir lá!

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