sábado, 26 de março de 2022

Chove




Chove tuas lágrimas ...

tingem de azul minha visão,

de que a paz é frágil

e a febre é da paixão.


Onde caminham tuas estórias,

descabidas, íntegras estórias?

Passam pela vida e marcam hora

para virar destino ... cada estória.


Chove e tuas mãos jogam-se ao vento,

encharcam de calor um corpo tenso.

Tocam os fantasmas e os devoram ...

apresentam minutos feito horas.


Ensina-me a ser sereno e louco,

controvérsia explícita,

que desfaz enganos e dá de ombros

às mais piegas feridas.


Como viver tão triste e sem cantar,

não escrever versos?

E até patrocinar o esquecimento ...

parir pseudo tédio?


Chove dos teus olhos a madrugada ...

chove tua sina.

Chove e ainda quer enxergar o mar

que cai do céu na tua vida.



 Carla Dias

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