Blog para ler e pensar... Um texto por dia... é a promessa... Ficarei muito feliz em ler e saber o que cada palavra despertou... Se você quiser compartilhar um texto, não hesite em mandar para rpf@rodolfopamplonafilho.com.br. Aqui, não compartilho apenas os meus textos, mas de poetas que eu já admiro e de todas as pessoas que queiram viajar comigo na poesia... Se quiser conhecer somente a minha poesia, acesse o blog rpf-poesia.blogspot.com.br. Espero que goste... Ficarei feliz com isso...
quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
A Causa de Tudo
Rodolfo Pamplona Filho
A Causa de Tudo
é o que nos faz sofrer
A Causa de Tudo
é o que dá vontade de morrer
A Causa de Tudo
independe do que você faça
A Causa de Tudo
me deixa sem graça
A Causa de Tudo
doi fundo no peito
A Causa de Tudo
me diz respeito
A Causa de Tudo
não é o problema em que você se meteu
A Causa de Tudo
sou eu.
Salvador, 15 de janeiro de 2018.
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
A PAZ
Manoel Hermes
Que é a paz senão a sensação de tranquilidade
Acalmação do corpo e da alma
Luz brilhante a iluminar uma escuridão brutal
Nascida da incompreensão e egoísmo humanos
Que com o uso de armas mortais destrói irmãos
Pessoas inocentes que amam a vida e choram
Deitadas sobre os corpos dos entes queridos idos
Vítimas dos cruéis indivíduos assassinos,
Impiedosos vampiros que se realizam com o sangue
Sugado no corpo dos seres bons, e salpica o chão,
Que umedecido se vê enlameado e triste
Mancha avermelhada causada por homens levianos
II
Que é a paz senão o prazer de viver em alegria
Flor nascida dentro das gentes felizes
Que sorriem sempre com tudo de presença bela,
Candura brotada sem mágoa e rancor no coração
Semente plantada com sincera e meiga afabilidade
Que com suas gotas de pureza na molhação
Germina flores cheias de amor e encanto
III
Que é a paz senão o ouvir dos pássaros o seu cantar
Em trinados fortes percebidos a distantes lugares,
Escutados, soam com suavidade na direção certa,
Na reta caminhada, com sol, ou noite enluarada,
Até ao encontro das águas dos rios e dos mares
Que entoam com suas ondas brancas e altas
Alegres sinfonias musicais, harmônicas, cadenciadas,
Em variados escalas e compassos nas claves
Emitem a voz da natureza orquestrada em sons mágicos
Deleito do espirito calmo que ao encontro vai
Na flutuação com a melodia circundante no espaço,
Mensageira da esperança e da certeza de perguntar:
Que é a paz senão querer ser livre e com liberdade
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
Que o mar leve embora...
Rodolfo Pamplona Filho
Que o mar leve embora...
todo mal
Toda tristeza
Toda frustração
Que o mar leve embora...
todo o sal
toda avareza
Toda má sensação
Que o mar leve embora...
Toda mágoa
Toda decepção
Toda dor do coração
Que o mar leve embora...
todo sentimento ruim
que o mas só não leve
você para longe de mim!
No mar de Miami, 31 de dezembro de 2017.
domingo, 21 de janeiro de 2018
TAPA OLHO
Victor Hugo De Afonso
É bom não saber de economia
Nem da alta da inflação
Tampouco por onde anda
O novo Saddam, Marighella ou Napoleão
É bom não saber sobre o Flamengo
É bom não saber sobre o timão
É bom não tentar saber o futuro...
Ser xiita
Por vezes perder a visão
É bom não saber sobre o tio sam
Nem Rússia , Irã ou Afeganistão
É bom não saber que estamos na prisão
Seja de ventre, ideológica ou bélica
É bom não saber que exclusos somos na sociedade
Também não é bom saber
A receita daquele macarrão
Tampouco lembrar o nome do vinho
Nem aquela canção....
É bom não ouvir música clássica
Nem blue, sertanejo ou sambão
É bom não sentir medo ou vaidade
É bom não ter munição
É bom guardar as armas
Sendo vencido vencedor
É bom esquecer desse mundo
Trapacear a ambição
Ilhar-se no âmago de uma paixão
Viver feito bobo contando nuvens
Esperando avião
É bom subir no telhado
É bom pegar o encanto da lua
É bom fazer bolha de sabão
Mesmo que isso tudo seja
Uma insana doce
Ilusão.......
É bom..........
É bom..............
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
Proposta Decente
Rodolfo Pamplona Filho
Quem não conhece
a si próprio
não pode saber
quem é um outro ser...
Quem não sabe
o que quer
não pode querer
que o outro possa saber...
Quem não é dono de si
não pode oferecer
sua liberdade a ninguém.
Recife, 11 de novembro de 2017
Alamanda
Bruno Terra Dias
Ela debutou e já se passaram quase três anos.
Alguém dirá que é uma completa mulher,
que não se encanta com o que há de polido,
se não for brilho alcançado pela alamanda nativa.
Flui do rosto uma primavera doce e sutil,
como deve ser toda manhã à janela que se abre
ao gentil acorde de um breve sorriso suspenso,
um corte na seda com que se vestem brancos dentes.
Um perfume que mais não é que do cangote extraído,
leve bailar em ares de estranhos poderes
salpicados de sonhos, dramas e fantasias.
É ela quem sobe a rua lentamente, flanando.
Ao final da tarde, minha paisagem preferida.
Antecipa ao tato uma sensibilidade adormecida
em porões que somente devem ser abertos ao breu.
Linda menina, jorra sua beleza pelo meu caminho.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
Crise Existencial
Só quem tem atendidas
suas necessidades básicas
tem tempo para ter
crise existencial
Salvador, 09 de dezembro de 2017.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
No corpo
Ferreira Gullar
De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares
O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.
A poesia é o presente.
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Vinho
Desperdiça-se o tempo
Desperdiça-se a vida,
mas não se desperdiça o vinho...
Salvador, 16 de dezembro de 2017.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Solidão.
Genesio Vivanco
Sentimento, sensação fluida
Vento que encana
Amor, sofreguidão.
Rosas na janela, pássaros a cantar.
Realidade que encanta
Estou a pensar.
Ondes estás?
domingo, 14 de janeiro de 2018
Vergonha de ser Feliz
Rodolfo Pamplona Filho
Há quem definitivamente
tem vergonha de ser feliz...
Pergunte como foi a viagem?
Cansativa
Pergunte se vai à festa?
Não tenho o que vestir
Pergunte como está o trabalho?
Terrível
Pergunte como vão as férias?
Não sei o que fazer
E assim vai-se crescendo
e não se vai percebendo
que simplesmente está perdendo
a oportunidade de viver
pela vergonha de ser feliz.
Salvador, 15 de novembro de 2017
sábado, 13 de janeiro de 2018
Tédio
Hermes
A vida sem poesia é um tédio,
que entristece a alma
por não haver na melodia,
o reluzir enluarado
o encanto da natureza,
com o brilho das estrelas
e o calor do sol
cantado em versos
a alegria de viver
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
Entre a Prevenção e a Poesia
Rodolfo Pamplona Filho
Retiraram todas as plantas
e terra das nossas jardineiras.
Decisão do condomínio
Finho me ligou com a pergunta:
Por que acabaram
com o meu quintal?
Lá nasceram
vários passarinhos,
parecia uma maternidade
Lá as flores já estavam
entrando pela janela do banheiro
e ele olhava enquanto tomava banho
De lá tiramos folhas
para fazer pinturas e decalques
na prova de que a natureza se renova.
Lá ele aprendeu que
as plantas precisavam de água
e nós usávamos um pequeno regador
Lá se podia perceber
que, para fazer poesia,
basta olhar ao seu redor.
Salvador, 20 de setembro de 2017.
quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
E LA NAVE VA.
Genesio Vivanco
E la nave va.
Nevoeiro.
Ao fundo nada se enxerga.
Não sei qual será o futuro
Ou o que vem primeiro.
Sem passado seguro
O presente é incerto.
Como chegar ao destino
Sem um timoneiro?
Deus me ajude,
Estou inseguro.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
O Medo Normal do Futuro
Rodolfo Pamplona Filho
Tenho medo
De nunca me libertar...
De nunca conseguir ser eu mesmo...
De nunca viver publicamente
o amor mais linda de todas as vidas...
O medo é normal...
Mas penso no amanhã...
No futuro que espera...
Não choro mais...
agradeço a Deus, ou ao mundo,
porque houve o encontro
Era uma probabilidade tão pequena,
com Mundos tão distantes,
mas o destino sorriu...
E o que era improvável
se tornou possível
e virou realidade.
E assim será...
Salvador, 28 de novembro de 2017.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
MINEIRIDADE VS. MINEIRICE
Pepe Chaves
"Rapadura é doce, mas não é mole, não" não é um provérbio mineiro, é a diferença topológica entre "mineiridade" e "mineirice". Minas são tantas, pelo menos duas, adjacentes, numa distância justaposta e infinita, mas é bem ali pertim.
Mineiridade só espia, mineirice espiona. Mineiridade é culto à simplicidade, mineirice cultiva mediocridade. Mineiridade conjura, a outra conspira. Mineiridade é prudência, mineirice omissão, reserva mental; mineiridade é silêncio eloquente.
Uma é cuidado com as palavras e as suscetibilidades, a outra é fofoca, pé do ouvido. A mineiridade proseia, mineirice entra num ouvido e sai noutro. Mineiro não joga conversa fora, mineirice ridica ideias.
Minas ora et labora, a beata só faz hora na missa. Mineiro finge que não sabe, mineirice só desconfia.
Com a alma, o mineiro pontifica a política do consenso; na mineirice, não desce do muro. Numa conserva direitos, noutra, é pura inércia social.
Mineiro cavuca palavras, minera sentimentos, escava desejos. Mineirice socava e solapa. Mineiridade não exibe, o outro enterra. Um guarda segredo, outro queima arquivo.
Mineiridade é introvertida, mineirice é enrustida. Mineiridade custa muito a empenhar palavra, é a última a assumir compromisso; mineirice só é solidária no câncer, na hora morte, amém.
Vem da alma a mineiridade, serena e espiritual; mineirice é só espírito de porco. Mineiro é oculto, mineirice é o culto secreto. Enfim, Minas é montanha, mineirice amontoa.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
Sabor Inusitado
Rodolfo Pamplona Filho
Qual é o seu sabor?
Talvez um corte de tannat
com pinot noir...
Inusitado
Qual é o seu sabor?
Talvez a emoção
do suor e do tesão...
Inusitado
Quando o universo conspira,
não vale a pena resistir...
o melhor é sentir
a energia da onda
que renova a sinergia entre
e o gosto de viver...
Inusitado.
E Surpreendente.
Recife, 14 de novembro de 2017
domingo, 7 de janeiro de 2018
sábado, 6 de janeiro de 2018
Sobre o passado e o futuro
Rodolfo Pamplona Filho
Não importa o que
o passado fez de mim...
O que importa, sim,
é o que vou fazer
com o que
o passado fez de mim...
Recife, 11 de novembro de 2017.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Ausência
Carlos Drummond de Andrade
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
Intenso
Rodolfo Pamplona Filho
Sou intenso
Como um trem...
Como um carro sem freios
Como fogo ladeira acima
Como água morro abaixo...
Sou intenso
Como o sabor do Tannat
Como quem quer respirar
Como um bom cubano
Como o passar dos anos...
Sempre fui intenso
e é meu jeito de ser!
Se eu deixar de ser,
deixarei de ser eu mesmo?
Vontades podem ficar,
passar ou se transformar
Mas a intensidade sempre continua...
Salvador-Recife, 15 de novembro de 2015.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
Timidez
Cecília Meireles
Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve…
- mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes…
- palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
- que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando…
e um dia me acabarei.
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
O Tempo é o Senhor da Razão
Quantas vezes eu gostaria
de alterar a ordem do dia
e poder fazer de forma diferente
o que encontro no tempo presente.
Vejo como eu poderia encontrar alegria
onde, hoje, só vejo melancolia
e descobrir uma felicidade
que perdi pouco a pouco com a idade...
Será que é possível mudar
opções que fiz no caminhar
por não saber o que me esperava
ou o que na minha vida faltava...
Como eu poderia saber ou prever
que o destino reservaria novo prazer,
encontrando novo sentido no viver
e uma forma alternativa de ser...
Ainda terei coragem para novo desafio?
Ainda enfrentarei tudo com brio?
Conseguirei ser outro alguém?
Encontrarei um mundo além?
Dúvidas são uma constante
em uma mudança tão fulminante
e o receio não é uma temeridade
no encontro da essência de verdade!
Conheço o que já tenho e não é perfeito!
Sei o que quero e o que não mais aceito!
A esperança é o gás da Transformação
e o Tempo é o Senhor da Razão...
São Paulo, 20 de novembro de 2010.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
A Vida
Florbela Espanca
É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés d'alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!
Todos somos no mundo "Pedro Sem",
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo donde vem!
A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...
Amar-te a vida inteira eu não podia...
A gente esquece sempre o bem dum dia.
Que queres, ó meu Amor, se é isto a Vida!...
Assinar:
Postagens (Atom)