quarta-feira, 1 de junho de 2011

Solteira, sim; sozinha.... também!

Solteira, sim; sozinha.... também! - Tayane de Aguiar

por Tayane de Aguiar, segunda, 2 de maio de 2011 às 15:47

Eu tenho uma dificuldade muito grande em entender certas coisas. Na verdade, é uma dificuldade congênita. Por mais que eu me esforce – e eu tenho me esforçado muito –, simplesmente não consigo. Algumas coisas não entram em minha cabeça.
Uma delas é essa necessidade que as pessoas possuem de se afirmarem solteiras. Aliás, não é isso, de per si, que me incomoda. O que eu não entendo é o estilo de vida “solteiro, sim; sozinho, nunca!”, disseminado pela maior das mulheres-fruta e apoiado por quase todos.
É como se estar sozinho fosse um mal indesejado. Pior: é como se ter inúmeras relações, todas ao estilo fast love, fosse a máxima da juventude. Posso dizer? Eu me recuso.
Não que eu esteja aqui fazendo uma apologia aos relacionamentos sérios – por muito tempo eu verdadeiramente a fiz, mas, agora, tenho evitado me pronunciar à respeito –; o que me faz escrever é essa negativa absoluta ao estar verdadeiramente sozinho.
Ora: que mal há nisso? Por que estar solteiro é uma benção, mas sozinho um tormento?
Tomo a liberdade de, eu mesma, responder: é preciso ter muita coragem para estar sozinho. Nessa condição, não há ninguém em quem se apoiar. Não há desculpas, não há alternativas, não há consolos: é você consigo mesmo. É você, diante do espelho, encarando todos os seus defeitos, sem ninguém para exaltar-lhe as qualidades. É se dar um tempo para conhecer tudo aquilo que lhe compõe. E isso, a princípio, é realmente assustador.
Estar sozinho – para aqueles que optam, livremente, por isso – é só um degrau no caminho para o autoconhecimento. Não vou negar: um degrau difícil e muitas vezes doloroso de se alcançar, mas, acreditem, indispensável.
Por isso, não tenha medo de optar pela solidão. Não a solidão dolorosa, sofrida, amargurada. Mas, a solidão livre, opcional, a solidão do conhecimento, do saber-se inteiro. Mais que isso: não tenha medo de reconhecer-se sozinho. Certamente será mais sincero do que permanecer ofuscado pela mentira das incontáveis companhias.
Estou solteira, sim; sozinha, também, e indisponível. Sem o menor problema em assumir isso.

2 comentários:

  1. Agora que eu vi meu texto aquiiii x)
    Obrigada querido! Saudade insuportável de ti!!

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  2. Oi, querida!
    Publiquei o texto na data em que prometi!
    E para matar esta saudade, só há um jeito...
    Apareça!
    Bjs,
    RPF

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