sábado, 16 de julho de 2011

Poesia Multicromática!

Poesia Multicromática!

Quisera pudesse o poeta fazer jorrar brilho
no poema. Lançar-lhe luzes e tintas de vários matizes.
Mas, a sua tímida rima limita-o ao esmerilho
das palavras. Já que é apenas das cores um aprendiz.

Pudera conseguisse passar para o papel
A chama vermelha da paixão. O branco esquálido
Das ilusões perdidas. Isto para ele é tudo Babel.
Qualquer cintilante e azul tentativa não terá sentido.

O grau de dificuldade que lhe acomete
Na vã tentativa de juntar arquitetura e engenharia,
O impossibilita de vivas cores trazer para a poesia.

O que lhe resta, na alvura do papel, é o combate
Doentio, para preencher o espaço branco
Com o negrume ou o cinza do lápis riscando.

(Paulo Basílio – 21/03/2011)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Green Eyes


Green Eyes

Rodolfo Pamplona Filho

Once upon a time,
a man was looking for peace,
but all he found was darkness,
until he knows a special face:
Green Eyes...

Once in a life,
everyone has a chance
to learn the meaning
of beauty in the space:
Green Eyes...

Once, twice or a lot of times,
everybody has to live
with the hope of, finally,
be forever happy and young at heart;
Green Eyes...

There's no more seek
for a place to rest
There's no more need
to be always the best
All you really want to be with
It's... Green Eyes
Salvador, 19 de janeiro de 2011.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A DOR DO POETA

A DOR DO POETA

A minha poesia está muito intimista.
Escrevo expondo meu ponto de vista.
Do cotidiano, o meu dia-a-dia, me inspira.
Talvez esta seja a minha lira.

Teoria literária, metalinguagem,
São coisas abstratas demais para mim.
A minha verbe, a minha viagem,
É poder narrar a vida em folhetim.

Do mundo concreto recolho fragmentos.
Só não quero, da alvorada, sofrimentos.
Tenho medo de que a qualquer momento,
Transmita não alegria, mas lamento.

Missão ingrata, às vezes, a do poeta:
Tentar mostrar aos outros o invisível,
Sem parecer louco, bobo ou pateta.
Transformar o comum em algo incrível.

(Paulo Basílio)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

REDAÇÃO DO CONCURSO DA VOLKSWAGEN.

Eu não sei se isto é verdade (provavelmente, não deve ser...), mas que é bonito, é...

REDAÇÃO DO CONCURSO DA VOLKSWAGEN.
No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam
responder a seguinte pergunta: 'Você tem experiência'?
A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e
seu texto está fazendo sucesso, e com certeza ele será sempre lembrado por
sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma.

REDAÇÃO VENCEDORA:

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que eram as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas.
Tantos momentos fotografados pelas lentes da emoção e guardados num baú, chamado coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
'Qual sua experiência?'
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência.
Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência?
Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta
pergunta: Experiência? "Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?"

terça-feira, 12 de julho de 2011

Soneto da Reconstrução

Soneto da Reconstrução

Rodolfo Pamplona Filho

Eu não sou perfeito,
nem você é tampouco,
mas podemos dar um jeito
de sermos um do outro.

O tempo me fez mudar,
alterando minha perspectiva
e acabei por hesitar
sobre o que queria da vida

Tudo valeu a pena?
Não tenho dúvidas que sim,
pois o destino me fez assim!

A margem de erro é pequena?
Definitivamente não,
mas não temo tentar a reconstrução.


Salvador, 28 de março de 2011.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

SOLILÓQUIO

SOLILÓQUIO

Oh! vida miserável, quando enfim
Poderei apagar o teu pavio?

Em que porto meu lúgubre navio

Esmagará seu último motim?

Até quando as palavras que eu recrio

Destruirão as orlas do arlequim

E o pouco que restou dentro de mim

Só servirá de mote e de assobio?

Quando essa seiva de mortal matéria

A transportar patética miséria

Vai desistir desse mover tão fútil

E aqueles vermes que encerram a história

Vão apagar a última memória

Do que restou de um chimpanzé inútil?



Alexandre Roque, fevereiro de 2011
http://www.alexandreroque.com/2011/02/soliloquio.html

domingo, 10 de julho de 2011

Aos Futuros Magistrados


Aos Futuros Magistrados

Os esforços não serão em vão:
a meta, o sucesso, só com dedicação.
A cada livro, aula e anotação,
estarás mais apto à sua missão.

Cultura geral e humanística,
a dogmática e a filosofia.
conduzem à uma boa hermenêutica,
na sua lida pragmática e diária.

Estudos assim, levados a sério.
não conduzem a outro caminho,
senão à magistratura ou ao Magistério.

Não percas o Direito em escaninhos,
bem o aplique aos jurisdicionados,
pois, para isto, estás vocacionado!

(Paulo Basílio – 11-03-2011)