sábado, 28 de janeiro de 2012

TATUAGEM NA ALMA


TATUAGEM NA ALMA
*MMendes

Em minha alma está tatuado teu nome,
para que eu nunca possar esquecer-me de ti.
Fotografei tua face em minha memória,
para nunca esquecer-me de teu sorriso.

Conto os anos de minha vida em segundos,
para saborear cada momento vivido.
No amor aprendi a somar, multiplicar e dividir.
Subtrair? Só as diferenças entre nós.

Nunca irei sem antes deixar-te meu coração,
nem ficarei sem antes pedir-te que me leves.
Quando tivermos que partir, que seja juntos,
pelo mesmo caminho e para o mesmo destino.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Indagação



Indagação


  

Paixão...

Coisa ruim

E quando não correspondida

Ilude o coração...

Sentimento de perda

Ainda que não se tenha intenção.

Que sentimento é esse que me invade

E que toma conta do meu ser?

Gostaria de não ter vergonha

De declarar-me com um beijo

E um simples Amo Você!



Paixão...

Sentimento constrangedor

Deixa-nos abobalhados

Sem saber o que fazer com tanto amor

Faz-nos delirar...

Causa-nos medo

E só faz nos machucar...

Afinal por que é mesmo

Que temos que nos apaixonar?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sentido da Vida

Sentido da Vida

Rodolfo Pamplona Filho

O que move o ser?
O que o incomoda
a sair da sua letargia?
O que o provoca
a abandonar
sua cômoda fantasia?
Qual é o sentido
que se quer dar
ao simples ato de respirar?
Só o sonho e o desejo....
A vontade de realizar
e a meta a alcançar...
A adrenalina do perigo
e a emoção do desconhecido...
A busca efetiva
da única sensação
que somente se descobre
individualmente:
o de que se está vivo...

Salvador, 15 de julho de 2011.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Você

Você


 Você...
Ser encantado
Céu estrelado
Estar ao seu lado
Amor sempre esperado

Você...
Noite sempre iluminada
Desejos inexplicáveis...
Você que sempre sonhei
Muitos cruzaram meu caminho
Mas somente por Você
Me apaixonei...

Oh... concede-me um pequeno
Grande desejo
Faz com que Você me veja
Você que tanto almejo
Prometo de todo o meu ser
Se aceitares o pedido meu
Serei a sua eterna Julieta
E Você o meu Romeu
Nosso amor será infinito
E meu coração deveras seu.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Marcas



Marcas
Malu Calado
Segunda-feira, 11 de Julho de 2011, 7:59


Eu tenho marcas
A violência de gente agressiva
Repercutiu em minha vida
Dores no corpo
Sangue entre pernas
Lágrimas no rosto
Pulsos cortados
Confusão em minha cabeça.

O trauma mostra sintomas:
Isolamento, medo, insegurança
Culpa, desconfiança do outro.
A ferida minando
Tremores e suor
Paralisam o corpo.

Aos poucos o passado
Esfacela, vira cinza
E mesmo que quando em vez
Eu respire, identificando
O cheiro do sangue
Do rato morto
Provando o sal do pranto
Procuro palavras
Alguém que me sirva sabedoria
Para eu beber
Como fonte da vida
Porção de amor
Para transcender...

A ajuda é necessária
De alguém em quem confie
Mas acredite em você primeiro
E caso não consiga
Por conta da culpa
Que te faz desculpar-se
De ação que não foi sua
Procure um colo amigo
Um abrigo

E quem te ama
Mesmo que você não saiba por que
Pois a baixa auto-estima
Não te deixa ver
Te cega e nega
Quem é você
Não desista...

Agora o céu ainda está nublado
A insegurança faz tremer as pernas
Um carinho é recebido como favor
Mas vai passar
Supera-se a dor
Aí então um caminho
Começa a ser pintado
Elabora-se em sonho
Quem sabe uma borboleta
Para enfeitar os pulsos agora
E a cadeira que era sustento
Retira-se para o início da caminhada.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Colher de Sopa

 
F. Carpinejar
 
Cora, a cachorrinha de casa, ficava assustada na virada do ano. Ela se escondia debaixo da mesa, da cama, das cortinas. Uivava para as janelas. Seus gemidos lembravam molas de antigos colchões. Dentes rangendo de insônia. Não se aquietava até que os rojões serenassem em fumaça.

Na troca de 2011 para 2012, ela estranhamente dormiu e não acordou com nenhum fogo de artifício. Suspirava no sofá. Uma colher de sopa perdida na almofada.

Aquilo me intrigou. O animalzinho traduzia tranquilidade de coma: anestesiada, desaparecida em si. Respirava fundo, avessa aos tormentos dos fachos.

Logo o animal que fugia dos trovões e das descargas elétricas nos morros.

A família se preocupou com a súbita quietude e fotografou seus movimentos nos dias seguintes. Quando ela caminhava de costas, invocávamos seu nome e ela não recuava. Batíamos palmas e ela sequer mexia o pescoço.

Reprisei que Cora não atendia nossa voz como antes, não obedecia pedidos para sentar ou deitar, não vinha na cozinha quando gritávamos "hora da comida", não abanava o rabo com a trilha sonora que Cínthya criou para ela.

Também latia menos e dormia o dobro.

Uma vitória-régia boiando na sala. Uma sanfona se coçando de vento.

Entrávamos de madrugada na residência e ela não respondia. Tínhamos que tocar em seu pelo para despertar uma reação. O tato era o seu último alerta.

As cenas foram esclarecendo os sintomas. Descobrimos que nossa cachorrinha está surda. Não escuta nada.

Despertou uma dor avulsa. Uma dor de azulejo de pares quebrados.

Cora não entende que foi ela que deixou de ouvir, mas acredita que nós deixamos de falar com ela.

Na cabeça da cachorrinha, sem explicação, todo mundo parou de procurá-la.

De repente, ninguém mais a chama, ninguém mais canta para ela, ninguém descreve as paisagens.

No seu universo preto e branco, a surdez é concebida como um castigo. Ela não sabe o que fez de errado para desaparecer o som de nossas bocas.

E treme de frio quando nos observa. Um frio de medo, não de vento. Um frio de quem precisa entender o que aconteceu. Olha longamente as vogais de sabão saindo dos nossos lábios e subindo aos céus. Palavras áereas, mudas, velozes.

Conto tudo assim porque amor é mudar, sempre mudar, sempre se adaptar. E nunca cansar de criar idiomas.

É agora pegar Cora mais no colo, é falar com as mãos, é se aconchegar ao seu corpo para que não mais estranhe o silêncio e reconheça os timbres pelo olfato