domingo, 28 de junho de 2020

Rendido



O gueto
A comunidade
A favela

O preto
A impunidade
A justiça, uma espera

O pobre
A desumanidade
A fome que não espera

O emprego
Um subempregado
Não há salário, o bolso revela

O posto
A busca por saúde
A fila: uma eterna espera

O político
A esperança?
Uma desilusão, que mata quem espera

A educação
Uma solução
A opção? “Universidade não é coisa pra favela.”

A droga
O tráfico finca raízes
E o povo pobre à entrega

Mãos ao alto! 

Negra Luz

2 comentários:

  1. De uma sensibilidade incrível, sucinto e profundo ao mesmo tempo, sem ser prolixo, mas desvendando as realidades contemporâneas com o emprego de termos pontuais e de acidez necessária. Lindo poema.

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