O quarto em desordem
Carlos Drummond de Andrade
Na curva perigosa dos cinquenta
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor
que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar
a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo
verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama
http://www.blogger.com/
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor
que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar
a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo
verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama
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Poeta,
ResponderExcluirAcho que ninguém, nunca, eu nenhum idioma conhecido ou por descobrir, vai conseguir descrever com mais beleza como é que bate o coração de quem ama(principalmente na cama..) Essa estrófe final não se submete ao olvido. A gente lê uma vez e fica com ela para sempre. Drummond, lindo!
Beijo,
Beatriz.
Cara Beatriz
ResponderExcluirNão tenho a menor dúvida disso!
Drummond é encantador e fascinante!
Nunca cansarei de lê-lo!
Beijos,
RPF
podemos dizer que a verdade final do amor é a verdade do corpo : ojetivo vago e interdito ?
ExcluirConfesso que não sei a resposta...
ExcluirAtt.,
RPF