por Antônio De Albuquerque Paixão, segunda, 12 de setembro de 2011 às 18:50
Hoje meu despertar foi de lembranças,
de um dia remoto anterior ao de hoje,
num tempo em que era jovem,
e livre para brincar com o tempo.
Quando a noite nunca vinha,
o sorriso não cedia,
a energia brotava,
dos poros, do cabelo,
da doce sujeira dos pés,
da alegria infinita,
e o sofrer era efêmero,
as calças eram curtas,
as preocupações tolas,
os desejos singelos,
os amigos, os melhores,
os amores, mais puros.
Porque não brincamos hoje?
daquele mesmo jeito de antanho?
porque eu não alcanço mais o sol?
Porque não posso soprar os anos para longe?
Bem longe?
E ser de novo,
um projeto inacabado,
uma energia potencial e cinética,
fundidas em essência infante,
que olhava para os dias vindouros,
e sonhava,
e os ansiava.
Eu olho para aqueles dias,
que o tempo levou,
e imagino como seria,
voltar,
conversar com aquele menino,
dizer que a culpa não foi dele,
só minha,
pois é,
toda saudade é um espécie de velhice
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