PAULO HENRIQUES BRITTO
Também a verdade nos cansa,
não liberta nem salva: cansa.
É o cansaço dos que cansaram
da obrigação da esperança.
Em casos assim, a razão –
essa almanjarra de faiança
numa beira de aparador
à mercê de mão de criança –
precisa ser bem resguardada
lá onde a vista não alcança.
E coloque-se em seu lugar
coisa mais dura, de sustança,
capaz de melhor resistir
à vida e sua intemperança.
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