Tarde da noite
do último dia do ano.
A saudade aperta o coração,
a ponto de calar a voz
e imobilizar o corpo.
Mensagens são disparadas
nos aplicativos do
aparelho celular,
trazendo uma sensação
de aglomeração
no meio da solidão.
De repente, o interfone toca
e vem à mente
a gostosa sensação
há muito não sentida
de um abraço paternal,
fraternal ou - glória suprema - filial...
Que nada...
Era engano...
Ninguém está na porta
e a vontade nasce morta
por inanição
de afeto,
cujo objeto
era apenas ser amado...
O tempo passa...
A contagem regressiva chega...
só não chega a palavra
e o toque
que se deseja...
Há sentimentos
que se guardam
ou se calam
pela falta de contato,
em que o silêncio
não é a solução,
mas sim a única direção
que sobra na escuridão...
Praia do Forte, 01 de janeiro de 2021.
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