Sempre olhei a poesia com encanto.
Os parnasianos e os românticos me faziam vibrar.
Achava um desafio a contagem da métrica.
Maior, ainda, articular o rimar.
Quando fazia qualquer tentativa,
Na minha mente só emergia,
A pobre rima, que “declamava” na infância,
Da batatinha, pelo chão, a se esparramar.
Até que um dia, a mística da Poesia
Abriu as portas do meu coração.
Remexeu os armários da minha emoção,
Estabeleceu uma infinita conexão,
Que me levou ao papel e à tinta na mão.
Como fugitivas, as palavras foram partindo
De espaços até então desconhecidos
Da minha visão.
Foi esse o momento do nascer da poeta,
Para o Mundo uma revelação.
Como bálsamo, deu-me a cura,
Como chave, fez-me ave,
Como Luz, tornou-me sol,
Como onda, lançou-me ao mar...
E, agora, vivo imersa em palavras,
Articulando versos para viver e amar.
(Negra Luz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário