Maria da Paz R. Dantas
A Ilya Prigogine
Escalando a serra nevada
ou o monte roraima
em minhas retinas
estou hoje a um certo dia de maio
no topo 2000
da montanha do século.
Um não-sei-quê
me amanhece
para o teu abraço
e descubro que
não mais me tentam
vícios de estrutura.
Um corpo leve (o meu)
me atrai me leva
no rumo de um equilíbrio fluente.
Viajar me importa.
Quero
meu desejo além
da gravidade
Reconhecer-te
no abismo das quedas
que não chegam ao fundo.
E no
enquanto de abraço
ou ar que nos enlaça
eu te sonho tu me sonhas
de modo tão descontínuo
e livre
que nos sorrimos compreendidos
sem medo
de colisão no escuro
ou na sala
civil
dos sistemas
fechados.
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