sábado, 28 de maio de 2011

Desejar e Querer

Desejar e Querer

Rodolfo Pamplona Filho

Deseje o poeta só para si...
Mas deixe-o livre para a humanidade....
Apenas queira que ele seja só seu
no dia em que a obsessão deixar o plano da realidade...

Desejar e querer podem ser exclusivistas
e matar a inspiração que a beleza traz...
Desejar e querer podem ser frustrantes,
quando apenas se quer mais...
Desejar e querer soam terríveis,
no conflito entre o que se tem e o que satisfaz...

Desejar e querer podem brochar qualquer tesão,
quando não se aproveita o que se tem à disposição...

Salvador, 09 de fevereiro de 2011.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ensina- me

Ensina-me
Malu Calado 
Ensina- me
amigo querido
meu porto seguro
onde a minha alma descansa



e o medo evapora.

Ensina-me a amar
o amor não louco
dentro do consciente
para que o delírio
não tome conta

Ensina-me
a te ter em minha cama
quando estiver perto
na minha vida
sempre
na minha saudade
quando estiver longe

Ensina-me a te fazer querer-me
A fórmula para você não me deixar...
Nunca!
E eu prometo que serei sua
Para sempre

Ensina-me,amante
meu tesouro
meu menino
a cuidar de nós dois.

Embola comigo meu amigo
dorme em meus braços
bebe do meu vinho
abre uma porta no seu coração
e caminha comigo!

Sempre fomos ombro um do outro
afasta a loucura na ausência
e descobre que a loucura do surto
na presença
será alívio no corpo!

Feito para os amantes!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Perdoe-me

Perdoe-me

Rodolfo Pamplona Filho

Perdoe-me por te querer,
mas não ter coragem
de te desejar...

Perdoe-me pelo prazer
de te seduzir com as palavras,
mas não com as ações...

Perdoe-me pelo silêncio
que sucede ao constrangimento
do recuo da investida...

Perdoe-me por sentirmos frustração
por não ser adequado
a completar seu coração...

Perdoe-me, finalmente,
por eu ser realmente
tudo aquilo que eu disse,
mas também uma alma triste,
que não sabe porque insiste

em viver uma relação,
que é um romance sem paixão,
sexo sem tesão
e vida sem calor...

Perdoe-me, sem apagar teu amor...
Perdoe-me, sem gerar qualquer rancor...
Perdoe-me, por favor...   

Salvador, madrugada de 13 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Pingos nos is"

"Pingos nos is"
Letra e música: Rodrigo Andrade de Almeida


É o momento de desdizer o que não se diz
E de desfazer todas as coisas que eu nunca fiz
De não querer tudo aquilo o que eu nunca quis
É o momento de recolocar os pingos nos is...

É o momento de respirar e não dizer "sim"
Por mais que o "sim" doa menos em mim
O "não" representa entender que, enfim,
A nossa história já chegou ao fim

É como não estar onde não estou
Como aceitar o que eu não sou
É não receber o que eu não dou
E compreender que a vida parou...

É o momento de dizer o que não se desdiz
E de refazer todas coisas que eu já fiz
De querer tudo aquilo o que eu sempre quis
É o momento de recolocar os pingos nos is...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Repensando Camões...

Repassando. Não sei se é real nem se aconteceu na UFBa. Mas é legal.

Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:
'Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer '.
Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação :

'Ah, Camões!, se vivesses hoje em dia,
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a Internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo !'
A Vestibulanda ganhou nota DEZ: pela originalidade, pela estruturação dos versos, das rimas insinuantes, e também foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas falta de mulher.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

MORREU MARIA PREÁ

MORREU MARIA PREÁ

Autor: Itanildo Medeiros

Morreu Maria Preá!!!
Esse ditado famoso
eu comecei a pesquisar
porque fiquei curioso.
Depois de revirar tudo
descobri com muito estudo
e pergunta em banda de lata,
que um padre num interior
tinha um chamego, um amor,
um caso com uma beata.

Bonita e muito formosa
Maria Preá é o seu nome
essa beata fogosa
do padre tirava a fome,
e sempre que ele podia
com ela ele se escondia
pra poderem se agarrar.
Mas um dia o sacristão
flagrou os dois num colchão,
o padre e Maria Preá.

E depois dessa orgia
o padre perdeu o sossego.
O sacristão todo dia
alegava esse chamego
e chantageava o vigário,
fazia ele de otário
ameaçando contar.
Deixava o padre com medo
que vazasse esse segredo
dele e Maria Preá.

Sem saber o que fizesse
com o sacristão lhe explorando
pois tudo que ele quisesse
o padre ia logo dando,
com medo que a cidade
descobrindo essa verdade
ficasse escandalizada,
pediu a Deus uma luz
pra lhe tirar dessa cruz
dessa exploração cerrada.

Até que um dia o vigário
viajou pra ali pertinho.
Foi rezar um novenário
num município vizinho.
Esqueceu de um documento
e notando o esquecimento
parou no meio da estrada,
deu meia volta e voltou,
mas quando em casa chegou,
Ah, que surpresa danada!!!

O padre entrando apressado
na casa paroquial,
viu o sacristão curvado
em decúbito dorsal,
nu da cintura pra baixo
por trás dele um outro macho
numa movimentação
que o padre, vendo, notava
que o rapaz encalcava
as fezes do sacristão.

Assistindo aquela cena
mas lembrando do passado,
o padre ficou com pena
e também aliviado.
Mas, mesmo com a vergonha
daquela cena medonha,
o padre gritou de lá:
Sacristão, se oriente
pois, pra nós, daqui pra frente,
morreu Maria Preá. 

domingo, 22 de maio de 2011

Diálogo na Justiça do Trabalho

Diálogo na Justiça do Trabalho
 <http://www.revistabareserestaurantes.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=139:dialogo-na-justica-do-trabalho&catid=1:um-cafe-e-a-conta&Itemid=70

Juiz: Quanto tempo o senhor trabalhou na empresa?

Reclamante: Seis meses.

Juiz: E está reclamando 300 mil?

Reclamante: Sim. 150 mil por dano moral e o resto pelas verbas rescisórias.

Juiz: Verbas rescisórias? 150 mil reais por seis meses? Qual era o salário?

Reclamante: 800 reais por mês. Mas tem a incidência.

Juiz: Incidência?

Reclamante: Pois é, incidência da hora extra sobre o salário, da gorjeta sobre a hora extra, do adicional noturno sobre a gorjeta, do adicional de insalubridade sobre o adicional noturno, do intervalo entre almoço e jantar sobre o adicional de insalubridade e...

Juiz: Tudo bem! Tudo bem! Mas ainda acho que há exagero.

Reclamante: De jeito nenhum, meritíssimo. Basta o senhor inverter e verá que dá esse valor.

Juiz: Inverter como?

Reclamante: As verbas que incidem sobre as outras, também tem que incidir as outras sobre as verbas. Dá 36 incidências sobre incidências e vice-versa. É só fazer a incidência da hora extra sobre a gorjeta, do adicional noturno sobre a hora extra, do....

Juiz: Sei, sei. Uma verba incide sobre a outra. Não venha “ensinar o padre-nosso ao vigário”...

Reclamante: Pois é, eu ganhava 800 reais de salário, mas incide 400 reais de horas extras. Dá 1.200 reais. Mais adicional noturno dá 1.600 reais. Portanto, a hora extra deve ser calculada sobre esse total e não sobre os 800 do salário. Aí, o adicional noturno incide sobre esse total e chegamos a 2.200 reais então...

Juiz: Ok, ok.

Reclamante: E tem a verba do item z 12, lavagem do uniforme, que eu fazia em casa. O z 13 fala que o patrão dava comida, portanto, o valor incide sobre as verbas remuneratórias. O z 14, ele me deixava puxar um ronco no sofá do escritório à tarde, portanto, eu fi cava a disposição dele. É hora extra!

Juiz: Não gosto desse negócio de Z 1, Z 2. O alfabeto português não dá mais. Precisamos adotar o chinês.

Reclamante: Veja o senhor que tem o z 15, tempo que eu levava para ir de casa até a empresa e vice-versa. O z16, tempo que eu levava para me trocar, 40 minutos;. Reconheço que sou um pouco lento, mas é horário à disposição da empresa. O z 17, adicional de periculosidade, pois tinha que lavar facas...

Juiz: O senhor trouxe testemunhas?

Reclamante: Trouxe. Meu irmão.

Juiz: Irmão é parente.

Reclamante: De jeito nenhum, senhor juiz. É só meio-irmão. Não sendo irmão inteiro, não é parente inteiro e, então, a lei não proíbe.

Juiz: Ele trabalhava lá?

Reclamante: Não, ele morava no norte, mas pode testemunhar.

Juiz: Como ele sabe dos fatos?

Reclamante: Eu escrevi três vezes para ele. As cartas foram juntadas, são provas documentais. Portanto, eu tenho prova documental e testemunhal. Se for preciso, fazemos prova pericial nas cartas. Provo que é minha letra...

Juiz: E o dano moral, por que você acha que tem direito a 150 mil?
Seu patrão disse que te demitiu porque você chutou o saco dele.

Reclamante: Mentira! Mentiroso! Foi ele que bateu violentamente com o saco no meu pé.

Juiz: Ele contestou, alegou que você o chamou de cão danado.

Reclamante: Porque ele me deu uma bronca.

Juiz: Por quê?

Reclamante: Só porque eu atrasara pela quinta vez naquela semana.

Juiz: O homem foi parar no pronto socorro, podia ter chutado mais de leve.

Reclamante: Ora, meritíssimo, o senhor sabe que patrão mente. Ele é que enfi ou o saco com toda força no meu pé. (risos) Esqueci de reclamar o preço do sapato. Até arrebentou!

Juiz: E tem mais, ele diz aqui na contestação que o senhor também foi visto pegando dinheiro no caixa.

Reclamante: Eu só estava fazendo um vale, como não tinha ninguém por perto para pedir, fi z eu mesmo,
poupando serviço dos outros. Só esqueci de avisar. Ele deveria até me pagar pelo serviço extra, o senhor não
acha? Posso acrescentar na reclamação?

Juiz: Você é mesmo ajudante de cozinha? Mais parece advogado especializado.

Reclamante: Ahhh, doutor, já estou na décima oitava reclamação. Tem um amigo meu que se aposentou com 30. A gente vai aprendendo. Tô até ensinando aqui pro doutor meu advogado, que é novinho no ramo...

Juiz: E porque tanta reclamação?

Reclamante: Ora, doutor. Se eu sou demitido, recebo FGTS com multa, férias com multa, décimo terceiro
proporcional, saldo de salário, ainda faço a reclamação....

Juiz: Isso tudo você não recebe se for demitido por justa causa.

Reclamante: Mas se não for assim, ponho um formicida nos pratos. O patrão vai preferir me mandar embora rapidinho, antes dos clientes terem diarréia e o processarem...

Juiz: Mas você fi cará sem emprego.

Reclamante: Mas aí tem o seguro desemprego e logo me emprego e digo que não precisa assinar a carteira para continuar recebendo o seguro. O patrão aceita e depois eu reclamo verbas trabalhistas desse período e assim vamos, é a luta pela vida... Aceito a última proposta. 5 mil em cinco vezes e ele retira a queixa da delegacia.

Juiz: Homologo o acordo. O próximo!