sábado, 12 de novembro de 2011

Exemplo de Proatividade

Exemplo de Proatividade
O abacaxi é uma fruta que nos traz muitas lições. Veja!
Álvaro trabalhava em uma empresa. Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, já com seus 20 anos de casa. Um belo dia, ele vai ao dono da empresa para fazer uma reclamação:
- Meu patrão, tenho trabalhado durante estes 20 anos em sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado. O Juca, que está conosco há somente 03 anos, está ganhando mais do que eu.
O patrão fingindo não ouví-lo disse:
- Foi bom você vir aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá fazê-lo. Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço hoje. Aqui na esquina tem uma barraca. Vá até lá e verifique se eles têm abacaxi.
Álvaro, sem entender direito, saiu da sala e foi cumprir a missão. Em cinco minutos estava de volta.
- E aí Álvaro? - perguntou o patrão:
- Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem abacaxi.
- E quanto custa?
- Isso eu não perguntei não.
- Eles têm quantidade suficientes para atender a todos os funcionários? - Quis saber o patrão.
- Também não perguntei isso não.
- Há alguma fruta que possa substituir o abacaxi?
- Não sei não.
- Muito bem Álvaro. Sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco.
O patrão pegou o telefone e mandou chamar o Juca. Deu a ele a mesma orientação que dera ao Álvaro. Em oito minutos, o Juca voltou.
- E então? Indagou o patrão.
- Eles têm abacaxi, sim. Em quantidade suficiente para todo nosso pessoal e, se o senhor preferir, têm também laranja, banana, melão e mamão. O abacaxi estão vendendo a R$1,50 cada; a banana e o mamão a R$1,00 o quilo; o melão R$1,20 a unidade e a laranja a R$20,00 o cento, já descascada.
- Mas como eu disse que a compra seria grande quantidade, eles me concederão um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo - explicou o Juca.
Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou-o. Voltou-se para o Álvaro, que permaneceu sentado ao seu lado e perguntou-lhe:
-Álvaro, o que foi que você estava mesmo me dizendo?
- Nada sério não patrão. Esqueça. Com sua licença...
E o Álvaro deixou a sala.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Receita de Amor

Receita de Amor

Rodolfo Pamplona Filho

Para ter uma história sensacional,
não há script definitivo a seguir,
pois cada relação é individual
e não há uma trilha a repetir.

Todavia, é possível, mesmo assim,
até mesmo pela experiência,
fazer um passo a passo, sim,
de uma fórmula de convivência.

Se meu segredo eu fosse contar,
diria sinceramente que o essencial
para uma relação se concretizar
é encontrar um sabor especial.

A massa básica, para ser eficiente,
é o amor mais sincero somente,
mas isto só não é suficiente,
se faltarem outros ingredientes

Confiança no rosto!
Um molho de saudade!
Beijinhos a gosto
e abraços à vontade...

Desejo deve ser como queijo:
presente em toda parte...
Assim como o respeito,
que dá a liga em qualquer arte.

Uma pitada de ciúme é aceitável,
sem exagero para não desandar,
pois a compreensão é desejável
e a tolerância há de reinar.

Uma colher de chá de ousadia!
Polvilhe fortes emoções!
Espalhe um pouco de fantasia!
Gratine novas sensações!

Tempere tudo com afeto!
Coloque em fogo brando!
Misture no momento certo!
Aguarde enquanto vai dourando!

Aqueça sempre o relacionamento!
Resfrie todo ressentimento!
Descubra o prazer do sabor
de sua própria receita de amor.

New York, 16 de setembro de 2011.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Minimamente Feliz

Minimamente Feliz

A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida.
Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio de meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio de minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.
Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem as alegrias de pequeno e médio porte e até as grandes (ainda que fugazes) alegrias.
Contabilizo tudo de bom que me aparece, sou adepta da felicidade homeopática. Se o zíper daquele vestido que  adoro volta a fechar (ufa!) ou, se pego um congestionamento muito menor do que esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.
Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos. Agora, se descobre que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: Comigo mesma, respondeu. Adoro conversar com pessoas inteligentes.
Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.
Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha dieta de felicidade o uso moderadíssimo da palavra quando. Aquela história de quando ganhar na Mega Sena, quando me casar, quando tiver filhos, quando meus filhos crescerem, quando tiver um emprego fabuloso ou quando encontrar um homem que me mereça, tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.
Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para nossos tempos. Que digam.
Melhor ser minimamente feliz, várias vezes por dia, do que viver eternamente em compasso de espera.

Leila Ferreira, jornalista

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Necessidade de Rebeldia

Necessidade de Rebeldia

Rodolfo Pamplona Filho

A ordem é ficar assentado
com cinto afivelado,
mas todo mundo levanta...

O comando é ficar calado
e prestar atenção ao quadro,
mas ninguém se concentra...

Quem, errado, recusa a reprimenda
guarda, em si, uma tremenda
carência de auto-afirmação

ou será apenas o pecado
de um ego inflamado
que insiste em ser diferente?

Talvez seja resistência de verdade
à qualquer tipo de autoridade
ou simples ausência de respeito...

Por isso, desconfie dos sintomas
de quem não consegue relaxar
com o que passo a relatar...

Um exemplo é quando
todo trânsito é um problema,
como qualquer estratagema...

Ou quando não consegue o ato
de deixar o celular desligado
no avião, aula ou reunião...

Negar o silêncio solicitado
em qualquer ambiente fechado
como se só você tivesse razão...

Talvez seja hora de pedir ajuda
psicológica ou outra terapia
para evitar a denúncia vazia

de quem não supera
a estranha anomalia
da necessidade de rebeldia
  



Belo Horizonte, 06 de junho de 2011.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Quem é o seu amante?

Quem é o seu amante?

(Jorge Bucay - Psicólogo)

"Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam".

Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia,apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.

Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:

"Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.

Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.

Há as que pensam:

"Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?!
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.

Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:

"AMANTE" é aquilo que nos "apaixona", é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos
impede de dormir.

O nosso "AMANTE "é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e amotivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso "AMANTE" em nosso parceiro. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....

Enfim, é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!..

E o que é "ir levando"?

Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio,com a umidade, com o sol ou com a chuva.

Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com "ir levando"; seja também um amante e um protagonista ... DA SUA VIDA!

Acredite: O trágico não é morrer, afinal a morte tem boa memória, e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver...

Por isso, e sem mais delongas, procure algo para amar...

A psicologia após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

"PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA!!!!!

domingo, 6 de novembro de 2011

Desejo II

Desejo II

Rodolfo Pamplona Filho
Preciso de você aqui me esquentando...
Adoraria agarrar seu corpo no friozinho da noite escura...
Deitar por cima de você, beijando sua nuca e cheirando sua pele...
Entrelaçar seus cabelos nos pelos do meu peito...
Você pergunta como agüento o fogo que carrego dentro de mim?
É fácil como respirar...
Não se lamenta o que se deseja...
Não se chora pelo que se clama...
Não se vive sem quem se ama...

Belo Horizonte, 06 de junho de 2011.