domingo, 1 de julho de 2012

COMO COLOCAR AS IDÉIAS NO PAPEL?

COMO COLOCAR AS IDÉIAS NO PAPEL?

Começar... Este é o problema.
Todos temos problemas para começar a redigir. Há problemas para a nossa inibição redacional, como:

1 – falta de hábito para escrever
2 – vocabulário limitado
3 – desordem de raciocínio
4 – medo de errar

Redigir é como um trabalho braçal. É ensaio e erro. Lembram dos montes de folhas amassadas. Continua assim...

Por que as pessoas de gerações anteriores, mesmo aquelas com pouca escolaridade, redigem melhor dos que a das gerações atuais?

Porque escreviam mais. Havia mais estímulo ao ato de escrever. Estímulos que as comodidades da vida moderna nos fizeram perder...

Por exemplo, havia os “diários” – as mocinhas de então escreviam diários – não havia o psi – psiquiatra, psicanalista, psicólogo. Ao escreverem alguma coisa, lá estava o exercício do hábito de escrever.

Havia a correspondência – levava-se tempo para completar uma ligação telefônica, então as cartas levavam e traziam notícias. Hoje? Hoje dispomos do telefone, do celular, do e-mail - lacônicos e cifrados, sim porque mensagens de adolescentes é difícil de entendermos. Gastamos precioso tempo ali, naquele hieroglifo...Mas a comunicação oral também está em baixa.

E qual a solução? Escrever, escreve e escrever.

E quanto ao vocabulário limitado?

Pergunte algo para alguém. A pessoa pode até saber, mas a resposta não vem. Sabe aquele – Eu sei, mas não consigo explicar? Pois é: limitação de vocabulário. As idéias estão presentes, mas falta uma roupagem: as palavras porque ninguém lê.

Muitos até lêem. Mas não estão ligadas na forma, no desenho da palavra – daí escreverem errado. É lógico que tem de se preocupar com o conteúdo, mas sem perder a forma de vista...

Qual a solução? Ler, ler e ler.





Desordem de Raciocínio

O que nos impede de produzir bons textos: a falta ou o excesso de idéias? O excesso. Idéias nunca faltam. O caso é que temos idéias e não sabemos como organizá-las. Aí, surge o caos.

Quantas vezes ficamos lutando com uma correspondência sem conseguir redigi-la, pois as idéias parecem nunca dizer o que queremos? E quantas vezes queremos dizer uma coisa e vem outra, ou enviamos a correspondência e depois vemos que ficou faltando alguma coisa ou repetimos, repetimos e não era o que queríamos dizer àquele leitor?

Solução? Três.

Escrita automática – Escrever tudo o que vem á cabeça, sem preocupação de lógica, correção das palavras. Depois, é o momento de separar o que vale e o que não vale: selecionar. Nas primeiras vezes, é possível que se produza lixo, mas com o tempo a tendência é que haja aperfeiçoamento. Tudo leva à ordenação automática das idéias.

Tempestade de idéias (brain storm) – Esta forma é usada pelas equipes de produção de textos. O grupo se reúne e cada um dá uma idéia sobre o tema. As idéias são anotadas – por mais estapafúrdias que sejam - . No final, são selecionadas as idéias mais interessantes. Funciona em trabalhos de grupo – até de um “grupo de dois”.

Mapa mental – Melhor técnica para a redação individual de textos. Coloca-se tudo o que for pensando na tela – ou no papel -. Depois, são feitos os devidos “cortes” e – pronto – o roteiro está pronto.

E quanto ao medo de errar?

A escola nos incutiu a falsa idéia de que escrever bem é escrever gramaticalmente bem. Como a pessoa não conhece gramática a fundo, escreve pouco porque assim vai errar menos. Como você escreve pouco, vai errar mais e nunca terá segurança para escrever...

Se a gramática fosse a base para uma redação perfeita, o bom professor seria um excelente escritor – e não teríamos gênios, como o compositor Cartola, por exemplo, que mal assinava o próprio nome.

Solução?

Ao escrever, não pense na gramática. Escreva, simplesmente. Não pare para pensar se determinada palavra é com sou ç ou ss, se há vírgula ou não... Escreva como achar que é. Depois revise com o auxílio de um dicionário. Mas não pense em escrever e pensar na gramática ao mesmo tempo, pois aí nem você escreve errado nem certo. Simplesmente não escreve.
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Autora do Artigo: Maria Rita Quintella é formada em Letras pela PUCRS, pós-graduada em Teoria da Literatura na mesma Universidade, onde integra a equipe de professores-avaliadores das redações do Vestibular. Trabalha com revisão de textos/preparação de originais para editoras e empresas.

2 comentários:

  1. Ótimas dicas! Voltei a escrever depois de anos, coisa que fiz na minha adolescência, e passei a perceber melhor minha conversa interior.Então, assim que surgem frases bem colocadas, sempre estou previda com papel e caneta, ñ confio as palavras pra depois, onde quer que eu esteja, ou que quer que esteja fazendo, paro e anoto, até no escuro na minha cama, vale a pena!Parabéns pelo Blog!

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    1. Olá, Sarah Halker!
      Fico feliz que tenha gostado!
      Acho essa dicas muito boas mesmo!
      Vejo um poema meu aqui no blog chamado "O Poema que se perdeu". Fala justamente desta sensação que queremos evitar.
      Bem-vinda ao blog!
      Beijos,
      RPF

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