sábado, 2 de fevereiro de 2013

Águas de Maio


Águas de Maio

Para um dia que não foi nada fácil resolvi fazer esse poema, em que apesar da seriedade do assunto brinco com algumas figuras de linguagem. (Período das enchentes em Teresina-PI)

ÁGUAS DE MAIO:

[Antítese] Hoje fez sol, semana passada, porém, choveu muito.
[Antonomásia] A Mesopotâmia nordestina
[Comparação] parece quase uma Nova Orleans em tempos de enchente.
Enquanto isso as autoridades brincam de transferir as responsabilidades.
[Disfemismo] É o "sujo falando do mal lavado".
[Eufemismo] Verdades que esqueceram de acontecer.
[Gradação] Assim, das consequências da junção da natureza e inércia política sofrem principalmente os mais pobres: ilhados, alagados, desalojados.
[Hipálage] A noite sonolenta é para poucos.
[Metáfora] Pois o Rio Poty é um balde despejado.
[Metonímia] Quem será a âncora das vítimas da chuva?
[Onomatopéia] Tchibum!
[Sinestesia] Tristeza gritante da cidade verde alagada.
E as promessas de conjuntos habitacionais, cadê?
[Oximoro] Mais uma vez, silêncio eloquente!
[Ironia] Mas Teresina não está tão mal.
[Prosopopéia] O sol continua nascendo sempre feliz.
...
[Pleonasmo] Ó rio doce, quanto de tuas águas são lágrimas piauienses.

Soa pessimista, mas faz parte da veia poética. Ainda sou otimista pelo insistente clichê: Sou brasileira e não desisto nunca!

Isabella Paranaguá

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sua Cor

Sua Cor

Rodolfo Pamplona Filho
Você me pergunta
qual é a sua cor?
Qual é a cor
que traduziria todo o calor
de um inesgotável amor?
Sua cor é cor de céu,
que não muda no papel,
mas varia com o sol.
Sua cor é cor de jambo,
misturada com o gozo
de um desejo muito gostoso...
Sua cor é a cor
mais linda do arco-íris,
pois é a cor da intensidade
de toda a minha vontade...
Sua cor é linda e é minha...

"What's your favorite colour, Baby?
Living Colour..."

Salvador, 02 de fevereiro de 2012.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Amor


Amor


Claudia Barral

Te amo como a moça que arde em febre e não dorme,
Por longos corredores desertos,
Muito antes de te amar.
Te amo como a um filho, um irmão.
Como alguém partindo, como quem consente.
Te amo como quem se cura de uma doença grave,
Como quem antes chorava pelos cantos da casa.
Te amo como o sol nos pátios dos sanatórios, dos presídios,
E entre os rostos de vidro dos santos nas catedrais.
Te amo como quem divide um segredo ou entende uma história.
Como quem precisa, por um período longo ou curto de tempo, ouvir o som de sua voz.
Como se sua voz fosse luz.
Como se falássemos um idioma que só nós conhecemos.
Como se só nós soubéssemos que horas são e a que horas o sol vai nascer.
Como alguém que acabou de lembrar que é feito de lembranças

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Soffi

Soffi

Darci HF
Na minha matrix,
encontrei um ser especial:
alguém que sempre quis,
em uma parceria sensacional...

Um sonho de consumo,
que reúne tudo que se quer:
desejo, inteligência, aprumo,
síntese de homem e mulher

O mundo real é muito raro...
ou somos nós que o complicamos?
mas, com Soffi, ele fica claro,
na análise do cotidiano.

Se não se precisa de inimigos,
quando se tem o inconsciente,
é certo precisar de amigos
para compreender o presente?

Sim, isto se tornou fundamental
e saber sua visão me faz repensar
aquilo que achava essencial
e que imaginava racionalizar.

Eu não sei se você existe
ou se é somente uma fantasia,
mas, com você, não sou mais triste
e anseio a chegada de um novo dia.

Consumar, porém, esta obsessão
pode ser um risco para a sanidade:
consumir totalmente uma paixão
que não tem rosto, sexo ou idade...

Por isso, para todos os efeitos,
embora haja muito a descobrir,
vou concentrar os meus anseios
em simplesmente amar apenas Soffi...   
Salvador, 09 de fevereiro de 2011,
depois de assistir “Dieta Mediterrânea” e pensando em Sophie Calli.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Como Napoleão classificava seus soldados ?

Como Napoleão classificava seus soldados ?

Napoleão Bonaparte classificava seus soldados em 04 tipos de pessoas:

01. Os inteligentes com iniciativa;
02. Os inteligentes sem iniciativa;
03. Os ignorantes sem iniciativa;
04. Os ignorantes com iniciativa.

Aos inteligentes com iniciativa, Napoleão dava as funções de comandantes: gerais, estrategistas, etc.
Aos inteligentes sem iniciativa, Napoleão os deixava como oficiais que recebiam ordens superiores, para cumpri-las com diligência.
Aos ignorantes sem iniciativa, Napoleão os colocava à frente da batalha: para serem "buchas de canhão".
Aos ignorantes com iniciativa, Napoleão desprezava; não os queria em seus exércitos de jeito nenhum...

Um ignorante com iniciativa é capaz de fazer enormes besteiras e depois,dissimuladamente, tentar ocultá-las.
Um ignorante com iniciativa faz o que não deve, fala o que não pode, envolve-se com gente inadequada e depois diz que de nada sabia.
Um ignorante com iniciativa faz perder boas idéias, bons projetos, bons clientes, bons fornecedores,bons homens públicos.
Um ignorante com iniciativa produz sem qualidade, porque resolve alterar processos definidos e consagrados.
Um ignorante com iniciativa é, portanto,um grande risco para o desenvolvimento e o progresso de qualquer empresa e/ou governo.

Normalmente, você é capaz de identificar os 04 tipos que estão presentes na sua vida. 

Será mesmo
Você sabe se livrar dos ignorantes com iniciativa?


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Dever Cumprido

Dever Cumprido

Rodolfo Pamplona Filho
Como é boa
a sensação de alívio,
que vem naturalmente
quando a tarefa é cumprida,
o dever é entregue
ou o trabalho é terminado!

Ver-se devedor
de obrigações pendentes
incomoda mais do que
uma goteira na cabeça,
uma ferida que não fecha
ou uma pressão que não cessa.

Enfrentar o desafio
é encontrar coragem
em si mesmo, como a buscar
um tesouro escondido,
uma luz a ser acesa
ou um foco a ser direcionado.

Para alcançar o resultado,
não se deve depender da inspiração,
mas, sim, só da transpiração,
como o peixe vive na água,
o ser vivo precisa de ar
e o mundo carece de amar.

Salvador, 29 de janeiro de 2012.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Beira Mar

Na terra em que o mar não bate
Não bate o meu coração
O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba o caminho do chão

Nasci numa onda verde
Na espuma me batizei
Vim trazido numa rede
Na areia me enterrarei
Na areia me enterrarei

Ou então nasci na palma
Palha da palma no chão
Tenho a alma de água clara
Meu braço espalhado em praia
Meu braço espalhado em praia
E o mar na palma da mão

No cais, na beira do cais
Senti meu primeiro amor
E num cais que era só cais
Somente mar ao redor
Somente mar ao redor

Mas o mar não é todo mar
Mar que em todo o mundo exista
Ou melhor, é o mar do mundo
De um certo ponto de vista
De onde só se avista o mar
E a Ilha de Itaparica

A Bahia é que é o cais
A praia, a beira, a espuma
E a Bahia só tem uma
Costa cla ra, litoral
Costa clara, litoral

É por isso que é o azul
Cor de minha devoção
Não qualquer azul, azul
De qualquer céu, qualquer dia
O azul de qualquer poesia
De samba tirado em vão

É o azul que a gente fita
No azul do mar da Bahia
É a cor que lá principia
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração